Uma nova pesquisa divulgada pela Canalys na segunda-feira (27) indica que o mercado de celulares da América Latina cresceu 26% no 1º trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, algo que, segundo os analistas, está alinhado a um sólido crescimento de demanda na macrorregião.

A Samsung manteve seu posto de empresa que mais vende celulares da América Latina. 11,1 milhões de unidades foram enviadas ao varejo pela sul-coreana no 1º trimestre, representando uma fatia de mercado de 32%. A Lenovo, que controla a Motorola, é vice-líder com quase metade de participação da rival, 5,9%.

Completando o pódio, a Xiaomi fica em terceiro lugar entre as marcas que mais forneceram smartphones no 1º trimestre de 2024. Foram 5,3 milhões de celulares — incluindo modelos das marcas Redmi e POCO — enviados pela chinesa, marcando um crescimento de 45% nas remessas em comparação com o mesmo período em 2023.

A TRANSSION, que engloba a TECNO e Infinix, registrou uma das maiores expansões no mercado latino-americano com crescimento de 215% no 1º trimestre, enviando um total de 3,4 milhões de smartphones ao varejo.

Em destaque no ranking, a Honor quadruplicou suas remessas de celulares na América Latina com um total de 2,6 milhões de unidades. A empresa, que está preparando sua estreia no mercado brasileiro, fez com que a Apple desaparecesse da classificação de cinco maiores fabricantes de celulares da região.

Cabe lembrar que, no 4º trimestre de 2023, os dados da mesma empresa de análises de mercado apontaram a Apple como a 5ª maior empresa de smartphones da América Latina. Esse posto agora é tomado pela Honor, que começou a atuar na região em 2018.

Miguel Perez, consultor-sênior da Canalys, afirma que uma melhoria das condições econômicas, níveis de estoque mais saudáveis e a necessidade de troca dos dispositivos comprados durante a pandemia desempenharam um papel importante para o crescimento do mercado latino-americano de smartphones.

“Esse ressurgimento da demanda é generalizado, com nove dos dez principais fornecedores experimentando um crescimento anual significativo no 1º trimestre de 2024”, disse o especialista em um comunicado da empresa.

Perez destaca também que, apesar do grande foco das empresas nas capacidades de inteligência artificial dos modelos mais avançados, ainda há preferência por smartphones de preço mais baixo na América Latina.

A título de informação, no 1º trimestre de 2024, apenas 7% dos smartphones vendidos na América Latina custavam mais de US$ 800 (cerca de R$ 4.129), enquanto 8 em cada 10 custavam abaixo de US$ 400 (cerca de R$ 2.069).