Software 11 Jun
A Amazon Web Services (AWS) anunciou que vai abrir uma investigação formal contra a Perplexity AI, a ferramenta de inteligência artificial (IA) hospedada em sua estrutura tecnológica, após acusações de que ela estaria coletando conteúdos de sites sem a devida permissão.
A ação é conhecida como “scrapping”, e essencialmente consiste de uma ferramenta visualizar e armazenar dados que os seus respectivos donos a proibiram de fazer. Em alguns países, a prática do scrapping é classificada como pirataria e roubo.
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A situação vem de um artigo originalmente publicado pela Wired, onde especialistas ouvidos pela revista identificaram um robô de captura de conteúdo (crawler) com a assinatura da Perplexity AI. Esse robô estava propositalmente ignorando os arquivos “.txt” dos códigos-fontes de vários sites: tais arquivos estabelecem diretrizes para que mecanismos de buscas possam ou não relacionar os conteúdos de uma página em seus resultados.
A Perplexity AI é, essencialmente, um mecanismo bastante robusto de busca que utiliza recursos de inteligência artificial para engrandecer suas funções e abrangências. Nem todo mundo, no entanto, gostaria de trabalhar com a ferramenta neste momento. Daí as proibições.
Em outra matéria, essa publicada na Reuters, especialistas afirmaram que a Perplexity pode ser a mais óbvia ferramenta a fazer isso, mas está longe de ser a única.
Vale citar que o protocolo de exclusão de captura por robôs – previsto nos arquivos “.txt” – não é uma “regra” e sua aceitação ou não é voluntária. Entretanto, o consenso ético de empresas do setor é o de obediência à vontade dos sites que os hospedam.
No caso da Perplexity, publicações da Condé Nast (como Vanity Fair, Vogue, GQ e The New Yorker), da Reuters e do jornal britânico Guardian estavam entre os materiais capturados pelo robô – todas as empresas listadas, no entanto, contam com proibições de captura de conteúdos para bots.
A Amazon, diante da reportagem, respondeu que vai procurar saber mais das ações da Perplexity por parte de seus criadores, citando seu código de conduta como motivo:
"Os termos de serviço da AWS proíbem atividades abusivas e/ou ilegais e nossos clientes são responsáveis por obedecer a esses termos. Nós rotineiramente recebemos alertas sobre alegações de abuso de uma variedade de fontes, e engajamos nossos clientes a compreenderem esses relatos.”
A Perplexity, por meio da porta-voz Sara Platnick, afirmou já ter respondido aos questionamentos da Amazon e negou que seu robô estivesse ignorando a ordem de exclusão posicionadas por sites de produção de conteúdo. A empresa ainda ressaltou que a investigação aberta pela Amazon é parte de um protocolo costumeiro relacionado ao combate a abusos.
Aravind Srinivas, CEO da Perplexity, foi mais além, afirmando que a empresa usa robôs terceirizados em conjunto com o seu, e que o robô identificado pela Wired era um destes. Logo, a empresa não poderia ser responsabilizada pela suposta violação da regra.
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