19 Setembro 2024
Lançado como o verdadeiro sucessor do Pixel 8 Pro, o novo Pixel 9 Pro XL traz de volta a tradição do Google de usar o nome XL em seus smartphones.
Neste aparelho, temos como principal destaque a sua tela grande, de 6,8 polegadas, que tem brilho forte atualizado para 3 mil nits e taxa de atualização de 120 Hz.
Além disso, o Pixel 9 Pro XL sintetiza tudo o que o Google quer oferecer de melhor ao entregar o chipset Tensor G4, câmera telefoto com zoom de 5x e muito mais.
Será que vale a pena investir nesse aparelho? É isso o que vamos descobrir neste rápido hands-on.
O Pixel 9 Pro XL foi anunciado pelo Google com estrutura interna em alumínio e acabamento traseiro fosco em vidro Gorilla Glass Victus 2.
Ao segurar esse smartphone e comparar com o seu antecessor, o usuário deve notar que ele é mais “quadradão”, e usar o Pixel 9 Pro XL é até tranquilo porque as laterais retas ajudam bastante na pegada.
Claro que quem tem mão pequena precisa recorrer ao Pixel 9 Pro por conta do seu tamanho mais agradável.
Ainda assim, o smartphone deste ano traz uma evolução importante no campo do design, que é a mudança do módulo de câmeras. Ao encurtá-lo e centralizá-lo, o Google disponibilizou um aparelho mais atraente.
Além disso, o Google ouviu o feedback do público e agora usa um alumínio com acabamento fosco nesse módulo. Isso serve para evitar arranhões, algo que se tornou muito comum e alvo de reclamações na geração passada.
Por se tratar de um smartphone maior, o seu peso também precisa ser considerado e o Pixel 9 Pro XL pesa aproximadamente 221 gramas.
Na parte inferior, esse smartphone disponibiliza porta USB-C 3.2, com suporte para saída de vídeo, acompanhada de saída de áudio e gaveta de chip de operadora, enquanto os botões de energia e volume ficam na lateral direita.
Para garantir resistência à água e poeira, o Pixel 9 Pro XL também tem certificação IP68. Ou seja, algo que está alinhado as melhores práticas quando o assunto são smartphones topo de linha.
Na caixa, o Google manda o aparelho, cabo USB-C para USB-C e ferramenta de remoção de chip. Ou seja, como esperado, nada de carregador.
No Pixel 9 Pro XL temos tela LTPO OLED Super Actua de 6,8 polegadas, que é capaz de alternar a taxa de atualização entre 1 e 120 Hz, enquanto a resolução é Quad HD.
O pico de brilho pode atingir 3.000 nits, algo mais do que suficiente para que o usuário possa ver conteúdo sob forte luz solar. No entanto, o que chama a atenção é que o brilho deste aparelho pode atingir 2300 nits no dia a dia por padrão.
Ou seja, ele ultrapassa os 1750 nits do iPhone 15 Pro e os 1400 nits padrão do Galaxy S24 Ultra, se tornando a tela mais brilhante do segmento topo de linha nesse cenário.
Obviamente, também há suporte para conteúdo HDR em aplicativos de terceiros e o usuário também pode desbloquear o Pixel 9 Pro XL de duas formas. A primeira, e mais tradicional, é usando o leitor de digitais embutido no display.
Ele é super responsivo e isso é conquistado graças ao sensor ultrassônico. Já a segunda opção é usar o reconhecimento facial, que, apesar de não ter sensores dedicados como no iPhone, funciona muito bem graças ao uso de Inteligência Artificial.
Isso permite usar esse método até mesmo para fazer pagamentos com a Carteira do Google, por exemplo. Na prática, uma boa opção para dias mais corridos.
Como esperado, o Pixel 9 Pro XL tem som estéreo e os alto-falantes garantem bons níveis de volume.
Quando o assunto é poder de processamento, temos no Pixel 9 Pro XL o chipset proprietário Google Tensor G4 e ele trabalha com 16 GB de RAM e armazenamento interno de 128 GB na versão de entrada.
Ou seja, uma opção que está entrando em desuso até mesmo por fabricantes chinesas de smartphones intermediários, sendo que o padrão ainda é o UFS 3.1.
Em linhas gerais, a plataforma Tensor ainda não tem o mesmo poder de fogo de um Qualcomm Snapdragon 8 Gen 3 ou até mesmo Apple A17 Pro.
Ainda assim, o chipset do Google é poderoso o suficiente para entregar uma experiência premium para a grande e esmagadora maioria dos usuários comuns.
Ou seja, para aquelas pessoas que vão navegar em redes sociais, tirar fotos, gravar vídeos, responder mensagens e jogar algum game casual. Agora, se você é daqueles usuários que curte jogar muito, o Pixel 9 Pro XL não é para você.
Pelo menos o Tensor G4 não esquenta tanto quando os seus antecessores e isso é algo muito positivo. O máximo que o usuário deve notar é que a região do módulo de câmeras ficará um pouco mais quente, mas nada que atrapalhe o uso.
Em conectividade, o Pixel 9 Pro XL tem 5G, sensor de temperatura, suporte para chip virtual de operadora, Wi-Fi 7, Bluetooth 5.3, GPS em banda dupla e NFC para pagamentos por aproximação com a Carteira do Google.
Assim como outros concorrentes, o Pixel 9 Pro XL também traz serviço de SOS via satélite e detecção de acidentes de carro.
No campo da autonomia, o Pixel 9 Pro XL traz bateria de 5.060 mAh, com suporte para carregamento rápido de até 37W. Ou seja, 10W superior ao dos seus irmãos menores.
No dia a dia, esse é um smartphone que vai conseguir chegar ao fim do dia com algo em torno de 20% de bateria, fazendo aquele uso padrão de mensageiros, fotos e redes sociais.
Em um uso mais pesado, com games, TikTok e gravação de vídeo, será necessário recarregar perto do fim do dia.
Pelo menos, se o usuário tiver um carregador rápido em casa, vai conseguir cerca de 70% de bateria em apenas 30 minutos de tomada. É um número até bom para os padrões mais conservadores do Google.
Especificações técnicas
- Tela Super Actua OLED de 6,8 polegadas, com resolução Quad HD (1344 x 2992 pixels), pico de brilho de 3.000 nits e taxa de atualização variável de 1-120 Hz
- Plataforma Google Tensor G4, coprocessador de segurança Titan M2
- 16 GB de RAM
- 128 GB, 256 GB, 512 GB ou 1 TB de armazenamento interno
- Câmera frontal de 42 MP, abertura f/2.2, autofoco
- Três câmeras traseiras:
- Lente principal com sensor de 50 MP, abertura f/1.68, OIS
- Lente ultrawide com sensor de 48 MP, abertura f/1.7, campo de visão de 123°, modo macro
- Lente telefoto com sensor de 48 MP, zoom óptico de 5x, abertura f/2.8, OIS
- 5G, Wi-Fi 7, Bluetooth 5.3, NFC, GPS
- Leitor de digitais sob a tela
- Certificação IP68
- Dimensões: 162,56 x 76,2 x 7,62 mm
- Peso: 221 gramas
- Bateria de 5.060 mAh com recarga de 37W
- Sistema operacional Android 14
Paradoxalmente, o Pixel 9 Pro XL sai da caixa com Android 14. Ainda assim, cabe destacar também a garantia dos sete anos de atualizações do sistema operacional e segurança, tornando esse aparelho uma ótima escolha para quem quer ter um celular por longos anos.
Quando o assunto são os recursos de Inteligência Artificial, temos nesta geração uma ótima gama de opções.
Com o Pixel Studio é possível criar imagens a partir de comandos de texto, o Pixel Screenshot ajuda a gerenciar as capturas de tela e o Gemini Live praticamente conversa com o usuário, compreendendo o contexto e dando uma sensação humana.
Infelizmente, essas funcionalidades estão disponíveis apenas em inglês, mas há também outras funcionalidades que podem ser usadas universalmente.
Com o novo Magic Editor, é possível pedir para que a IA adicione ou substitua objetos indesejados de uma foto usando apenas comandos de texto.
O Zoom aprimorado permite melhorar aquelas imagens que tem um texto que não está muito compreensível ou até mesmo melhorar fotos antigas da sua galeria.
Já o vídeo Boost permite fazer upscaling de vídeo em 4K para 8K e há ainda aqueles recursos da geração passada, como resumo de páginas da web, transcrição de mensagens de voz e muito mais.
Em suma, o sistema flui muito bem, com transições ricas e sem qualquer engasgo, enquanto os recursos de IA ajudam bastante quem procura soluções fáceis de edição.
No entanto, o Android do Pixel segue não forçando o uso de aplicativos em tela cheia. Na prática, o usuário deve notar em vídeos do YouTube e em games que há uma grande faixa preta na região da câmera de selfies.
Outro problema de software é que alguns aplicativos também não lidam muito bem com a gama de cores do Pixel Launcher e isso pode acabar criando alguns resultados desagradáveis, como casos em que o app fica com o ícone em uma cor que destoa dos demais ou simplesmente ignora qualquer cor definida pelo usuário.
Em linhas gerais, temos melhorias interessantes em fotografia com o Pixel 9 Pro XL, mas o usuário não deve esperar algo extremamente revolucionário. São ajustes incrementais e normais que acontecem no mercado de tecnologia.
A câmera principal tem sensor de 50 MP, com estabilização óptica de imagem e abertura de f/1.68.
Já o sensor ultrawide é de 48 MP, com foco automático e ângulo de visão de 123 graus, enquanto o telefoto traz mais 48 MP com zoom óptico de até 5x, podendo chegar a 30 vezes na modalidade digital.
Em uso diário, o Pixel 9 Pro XL se sai muito bem, registrando cores que estão próximas da realidade, mesmo em ambientes mais escuros. O usuário deve notar grande riqueza de detalhes e isso é fruto de um foco ágil e muito bem ajustado.
Há pouco ruído nas fotos de modo geral e o HDR ajuda muito a conquistar ótimos resultados em ambientes mais desafiadores. Veja alguns exemplos abaixo:
No Pixel 9 Pro XL as câmeras secundárias também melhoraram bastante e o sensor ultrawide traz uma abertura focal maior, garantindo fotos de boa qualidade em ambientes noturnos e diminuindo o abismo que existia na geração passada em relação ao sensor principal.
Já a câmera telefoto também se comporta muito bem, principalmente em situações de baixa luz. Contudo, a distância focal ainda é um problema.
Por outro lado, as selfies com o sensor de 42 MP são de ótima qualidade e sem aquele exagero que alguns smartphones costumam aplicar na suavização de pele. O foco automático também ajuda muito a fazer registros rápidos com mais de uma pessoa.
Um destaque importante é que o Pixel 9 Pro XL tem um "truque" de fotografia que usa a IA para tirar fotos de duas pessoas sem que elas estejam no mesmo ambiente ao mesmo tempo.
O recurso de IA chamado de "AddMe" permite usar a câmera traseira para tirar essa foto. Em um exemplo: você primeiro tira uma foto da sua namorada e entrega o smartphone para ela tirar uma foto de você no mesmo local.
Nesse período, o Google meio que segura a imagem dela congelada e, quando ela tirar uma foto sua, vocês estarão juntos no resultado final. E o melhor, a IA ainda tira aquelas pessoas que por ventura passem pelo fundo.
Claro que é muito mais prático tirar uma selfie ou pedir para alguém fazer essa foto, mas esse é um recurso legal que não posso deixar de citar.
Por fim, a gravadora permite fazer vídeos em até 8K a 30 fps no sensor principal e 4K em todos os demais a 60 fps.
Apesar da linha Pixel não ser vendida no Brasil, podemos dizer que o Pixel 9 Pro XL marca uma boa evolução para a família de smartphones do Google.
Mas, esse aparelho certamente não é indicado para quem tem o modelo Pro da geração passada. Não compensa o upgrade. Para quem tem um celular mais antigo ou quer entrar no universo Pixel, super vale a pena.
O preço dele parte de US$ 1.099 pela versão com apenas 128 GB de armazenamento, algo em torno de R$ 6 mil em conversão direta e sem considerar impostos brasileiros.
E aqui vai o nosso primeiro ponto negativo: por esse preço bem que o modelo inicial deveria ter ao menos 256 GB de armazenamento interno. Inclusive, o valor dessa variante sai pelo equivalente a R$ 6.500.
Também não recomendamos comprar ou importar o Pixel 9 Pro XL para quem se define como um usuário gamer, uma vez que a GPU dele é meio "cansada".
Deixando de lado os pontos negativos, o Pixel 9 Pro XL atende muito bem a grande maioria dos usuários de smartphones, com desempenho legal, ótimas câmeras, um Tensor G4 mais esperto e funções de IA úteis no dia a dia.
Isso sem falar que a tela é muito brilhante e os sete anos de atualizações garantem que esse smartphone vai longe. Uma pena o Google não vender nenhum dos seus aparelhos aqui no Brasil.
Mas é claro que quem deseja um smartphone Android topo de linha, e com garantia nacional, pode ser muito bem atendido por um Samsung Galaxy S24 Ultra.
A faixa de preço é semelhante e o brasileiro médio ganha a possibilidade de parcelar o valor em várias vezes no cartão de crédito.
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