Economia e mercado 15 Set
Atualização (17/09/24) - JB
Apesar dos alertas emitidos pela China e das diversas reuniões entre Tóquio e Pequim, o governo do Japão e os Estados Unidos devem anunciar em breve uma nova rodada de sanções contra empresas chinesas.
Conforme fontes consultadas pelo Financial Times, o acordo está na iminência de ser assinado e divulgado publicamente, sendo que o maior foco será na venda de máquinas para montagem de chips em solo chinês.
Pessoas que possuem acesso ao texto, redigido por americanos e japoneses, dizem que a intenção é impedir que a China consiga comprar equipamentos de última geração para a produção de chips avançados.
Uma das exigências mais drásticas dos americanos é que o Japão deixe de fornecer manutenção para máquinas de chips já entregues aos chineses, mas ainda não está claro se isso estará no texto final do acordo.
Por enquanto, não há uma data exata para que Tóquio e Washington façam o anúncio formal das sanções, mas representantes da Casa Branca tem pressionado para que isso aconteça logo.
Isso porque empresas norte-americanas reclamam que elas até seguem as sanções feitas pelo governo Biden, mas japoneses e holandeses adotam uma postura de "corpo mole", fazendo com que as restrições acabem perdendo efetividade.
Cabe lembrar que os chineses ameaçam retaliar prejudicando a indústria automotiva japonesa.
Texto original (03/09/24)
Em manifestação pública divulgada neste começo de semana, a China alertou o Japão sobre uma possível retaliação econômica que pode fazer se o país ampliar suas restrições na manutenção de máquinas de chips.
Conforme explica a Bloomberg, o Japão está sendo pressionado pelo governo dos Estados Unidos a encerrar toda e qualquer assistência técnica para máquinas de chips que já foram vendidas aos chineses.
Esse corte total pode prejudicar gravemente a produção de semicondutores mais simples na China, ou seja, os chamados "chips legados".
Por isso, Pequim alertou que pode cortar o acesso do Japão aos minerais necessários para a produção de carros e de outros maquinários.
Comentando o assunto, um porta-voz da Toyota disse, em condição de anonimato, que a montadora pode ser "gravemente" prejudicada por uma retaliação chinesa, uma vez que o mercado chinês é importante e o corte dos minerais pode encarecer seus produtos.
Já as autoridades japonesas não comentaram o assunto, apesar de fontes indicarem que pessoas ligadas ao governo estão participando de diversas reuniões com os chineses.
Por outro lado, o ministério das Relações Exteriores da China emitiu um duro comunicado:
A China sempre esteve comprometida em manter a segurança e a estabilidade da cadeia global de produção e suprimentos, e sempre implementou medidas de controle de exportação justas, razoáveis e não discriminatórias. Somos contrários a interrupção artificial da produção global de semicondutores.
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