A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) agendou uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (RJ) para debater o combate contra operadoras clandestinas que tem atuado no estado. As tratativas devem acontecer no dia 26 de março.

Segundo membros do governo estadual, a situação tem preocupado muito, uma vez que diversas empresas com ligação a facções criminosas tem vendido planos de internet em áreas dominadas pelo tráfico ou milícia.

Em alguns casos, os criminosos chegam a remover o cabeamento das operadoras regulares para "monopolizar" a prestação de serviços, principalmente na área central da capital, zona norte e cidades da baixada.

Diante do cenário cada vez mais desafiador, o governo do RJ cobra que a Anatel adote uma postura mais combativa para rastrear o sinal das operadoras clandestinas e fazer o bloqueio.

Além disso, a Anatel também tem poder para impedir que novas empresas de telecomunicações possam ser criadas e depois associadas aos criminosos.

Conforme informações da CBN Rio, a exploração de internet tem rendido até R$ 7 milhões mensais para a milícia que domina o Itanhangá.

Já no Complexo de Israel e em bairros próximos, a operadora Claro deixou de prestar assistência aos seus clientes por motivos de segurança.

Essa tem sido a mensagem padrão da empresa:

A sua região enfrenta problemas de segurança pública e, por medida preventiva, as equipes técnicas estão impossibilitadas de entrar na região e prestar qualquer atendimento no local em razão de ameaças físicas aos técnicos. Por isso, informamos que essa situação foge ao controle da empresa e reiteramos que, no momento, não há previsão para a normalização.

Apesar do problema ser mais conhecido no Rio de Janeiro, na última semana a Polícia Civil do Ceará realizou a “Operação Strike” para impedir que o Comando Vermelho estabelecesse a "CVNet" em Fortaleza.

Ou seja, o problema pode acabar se tornando nacional e a intervenção da Anatel será extremamente importante para distinguir operadoras legítimas das controladas pelo tráfico.