25 Outubro 2015
O Facebook continua a tentar implementar o seu polêmico projeto batizado de Internet.org, desta vez o novo vice-presidente de políticas de acesso móvel e global da rede social, Kevin Martin, explica que o Brasil está entre os candidatos paraa testar a tecnologia de acesso a partir de veículos aéreos não tripulados, ou drones. Ele também revelou que o anunciado projeto conjunto com o governo brasileiro ainda não avançou.
“Esses UAVs (do inglês unmanned aerial vehicles) podem ficar entre dois ou três meses sem pousar e ficam circulando sobre áreas permitindo a conectividade em áreas bem remotas. Procuramos um país para fazermos testes de três meses e o Brasil pode ser esse país. E mais até que um teste, é um país onde essa tecnologia faz sentido”, disse Martin em entrevista para o site Convergência Digital.
É bom lembrar que há pouco tempo, o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, se encontrou com Dilma Rousseff para discutir a implementação do projeto. Que já se faz presente na comunidade de Heliópolis, e que tem sido espalhado em diversas partes do mundo. Na ocasião do encontro, uma carta de repúdio escrita por diversas entidades e apresentada ao governo, pedindo que o mesmo respeitasse o Marco Civil da Internet e não permitisse que a iniciativa do Facebook fosse aplicada ao país.
O Facebook viola a neutralidade da rede com a sua proposta, ao distribuir uma internet que não é simplesmente livre, mas onde apenas certos sites são acessíveis. O grande problema é que existe uma distorção na forma como o Facebook está conduzindo o seu projeto. A rede social não é um serviço que a empresa de Zuckerberg nos oferece de maneira gratuita, muito pelo contrário, para cada usuário utilizando o Facebook a empresa ganha muito dinheiro em propaganda e serviços em cima dele.
Quando o Facebook distribui uma internet gratuita que tem como princípio só permitir que o usuário entre no próprio Facebook (e sites afiliados) ele está fazendo apenas propaganda de si mesmo e aumentando os números de sua receita. São as pessoas que acessam esse serviço que geram dinheiro para a rede social e não o contrário. Por esta razão, toda a filantropia por de trás da ideia de levar a internet as pessoas menos favorecidos acaba se tornando uma mentira, que foi contada tantas vezes que é possível que Mark realmente acredite nela.
Em todos os países onde o Internet.Org chega ele é rechaçado pelas instituições mais democráticas, que o enxergam como uma das maiores ameaças a neutralidade da rede.
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