
Economia e mercado 05 Out
27 de novembro de 2020 10
Se você bem se lembra, a Motorola lançou seu dobrável aqui no Brasil ano passado. O bombástico Razr trazia design nostálgico, mas era caríssimo e perdeu em muita coisa para o posterior Galaxy Z Flip.
Agora, o preço do Razr aqui no país caiu para quase um terço, o destaque da empresa, já é o Edge+ e uma nova versão do dobrável já é realidade. Será que a Motorola conseguiu consertar as falhas da versão anterior e o Razr 5G está mais atraente? Sigam-me os bons nesse hands on do TudoCelular.com
O design da primeira versão do Razr já era muito chamativo. Por mais que você se incomodasse com um queixo protuberante, muitas bordas e uma telinha pequenina do lado de fora, é inegável que pessoas um pouco mais velhas deixaram cair aquela lágrima da saudade.
O novo Razr 5G continua extremamente inspirado no modelo dos anos 2000 que foi uma febre de compras da fabricante, mas teve melhorias, revisões e correções. Mais moderno e amadurecido, ele continua trazendo originalidade e estilo, bem o que a Motorola quer, sacrificando ainda alguns conceitos atuais importantes.
Quando fechado é bem equilibrado nas linhas, a cor metálica bronze é elegante e o peso abaixo de 200 gramas faz a diferença na percepção no bolso, não é mais um tijolo, apenas um pequeno celular. Sua frente é em vidro preto e contrasta com a cor.
O corpo é totalmente feito de alumínio e a dobradiça ainda é a mesma, em aço inoxidável, aparentemente sólida e durável. Abrindo o Motorola Razr 5G não vemos grandes novidades, e ainda aparece o enorme notch acima da tela.
Essa ainda é uma tela presa apenas na parte superior, e quando você dobra o aparelho a parte de baixo desse display, solta, entra no queixo grande que fica abaixo. Aqui, a Motorola ainda optou por favorecer a estética, e esse sistema de fechamento evita a perceptível marca de dobra que vemos em concorrentes.
O resultado é que quando a tela é ligada, nenhuma ondulação é percebida na tela, e apenas sob a ponta dos dedos é sentida uma leve "onda". Como desvantagem fica a delicadeza do mecanismo, que fica exposto à entrada de poeira e umidade. Ele ainda não traz proteção completa contra isso, apenas a camada repelente de sempre.
Na traseira fica o logotipo da Motorola que também é o sensor biométrico, bem rápido mas em posição bem desfavorável. Fora isso, podemos ver botões físicos de volume, energia e slot para cartão, novidade em relação ao modelo anterior, que era apenas eSIM. A câmera está mais discreta e rebaixada.
Em um dobrável, tela é um negócio importante, é o que define um dobrável, já que a coisa é a tela dobrar e não ser uma tela dupla. E aí é importante perceber as consequências do formato de concha adaptado para um smartphone moderno.
A tela interna é uma P-OLED flexível de boa qualidade com as mesmas 6.2 polegadas do modelo anterior, mas certamente não é comparável em brilho e calibração a uma Super AMOLED de última geração que encontramos em todos os topos da faixa de 2020.
O fato da tela ser plástica traz mais marcas de dedo e reflexo diferente do que temos no vidro. Ainda assim, como dissemos, nada de vinco perceptível como nos dobráveis maiores da Samsung e Huawei, por exemplo.
As bordas não ficaram menores, mas nenhum dobrável ainda ostenta isso. A definição é boa, uma espécie de FullHD+ de aspecto bem comprido. A tela externa é a mesma, uma G-OLED de 2.7 polegadas protegida por vidro.
O espaço pequeno do aparelho não permitiu alto-falantes maiores e nem a presença do estéreo. Também não temos conexão para fones de ouvido, e no geral é um som básico, sem muita reverberação e volume.
E se você esperava um processador topo de linha aqui para brigar com os dobráveis da Samsung, não vamos ter. A proposta da Motorola não está em ter um celular poderoso, e sim nostálgico, mas a escolha não é de todo ruim.
O conjunto tem chipset Snapdragon 765G, 8 GB de RAM e 265 GB de armazenamento, sem slot para microSD. É um upgrade bem decente em relação ao modelo do ano passado, alguns números dobraram, e continua sendo um bom processador para um aparelho com pouco espaço interno.
A Motorola escolheu um hardware eficiente, mas ágil o suficiente para garantir uma usabilidade suave e tranquila. É possível abrir qualquer aplicativo e jogar qualquer título sem engasgos.
De qualquer forma, há um aquecimento um pouco incômodo e isso não é comum em um 765G. Provavelmente, mais uma consequência do pouco espaço. Nas conexões, seu nome já mostra a novidade do 5G e temos WiFi ac, Bluetooth 5.1 e NFC, dentro do esperado.
O espaço limitado atinge também o conjunto de câmeras, que em pleno 2020 tem um total de dois sensores, incluindo o frontal. Houve uma melhore considerável no que diz respeito a números do ano passado para cá, mas isso não diz muita coisa.
Temos sensor principal wide de 48 megapixels com abertura f/1.7, PDAF e estabilização óptica e eletrônica, mas o sensor ToF 3D para profundidade não existe mais. Na frente, sensor de 20 megapixels.
Não é preciso ter várias câmeras, mas é preciso que a única presente seja excepcional. No Motorola Razr 5G as fotos são decentes, e apesar do hardware potencialmente excelente, certamente há algo para ser corrigido no lado do software.
Dia e noite os detalhes não são ótimos e muitas vezes as capturas têm partes borradas que incomodam. Não há HDR e isso torna as cores realmente muito brilhantes.
Os vídeos são melhores, em 4K a 30 fps, e podem tirar vantagem da dupla estabilização óptica e digital, e até mesmo selfies são aceitáveis se você capturar com uma boa quantidade de luz. No geral, no entanto, não temos destaques, mas uma atualização corretiva pode ajudar muito.
Ser dobrável e ser compacto tem um preço alto na bateria, que aqui no Razr 5G é de apenas 2.800 mAh. Ela é dividida em duas células para caber em cada uma das partes do aparelho.
Ela aumentou 10% em relação ao modelo do ano passado, mas ainda é pequena e não conta com carregamento sem fios. O carregador na caixa é de 15W, o que é mais do que o normal, mas nem perto de tecnologias mais rápidas em concorrentes.
Felizmente, o software é um excelente exemplo de otimização de energia, de forma que você consegue terminar o dia sem nenhuma dor de cabeça particular com pelo menos 5 horas de tela.
Aqui, o software é importante porque dita muito da usabilidade do celular. Também é importante ele já ser o Android 10, tendo provavelmente apenas uma atualização para o Android 11.
A interface da Motorola foi reformulada para realmente dar um sentido diferente à presença de duas telas. Agora, é possível visualizar todas as notificações e responder por voz ou teclado, além de aproveitar o Google Assistente, fazer ligações, ativar a câmera, flash ou qualquer outro comando presente entre os botões rápidos, tudo com a tela fechada.
Dá inclusive para abrir todos os aplicativos, até jogos, e usá-los como faria na tela principal, com a presença de algumas faixas laterais pela tela esticada, embora muitos já estejam otimizados para isso.
Entre as configurações, você pode escolher o que fazer alternando de uma tela para outra, por exemplo, como continuar a assistir a um vídeo ou escolher sair do aplicativo que estava usando.
Os links rápidos podem ser personalizados preenchendo o espaço com contatos ou aplicativos, enquanto um toque da esquerda para a direita abre a câmera. Graças a uma interface dedicada, você pode usar todos os recursos da câmera principal sem quaisquer limitações.
A segunda tela pode ser útil para ter uma prévia da foto ou, com o telefone aberto, para fazer uma animação com um rosto sorridente e distrair crianças e depois tirar a foto automaticamente, ou até mesmo para exibir a contagem regressiva se você pedir uma selfie.
Depois de alguns dias abrindo constantemente o telefone, você se acostuma a usar mais a tela externa e é aí que a experiência do usuário aumenta significativamente. Você acaba gerenciando a maioria das notificações com o celular fechado, dando assim valor real à portabilidade de um smartphone dobrável.
Fora isso, a interface não oferece nenhuma surpresa especial, tem todas aquelas funções já conhecidas de gestos e praticidade no aplicativo Moto. São oito Moto Ações e tantas opções disponíveis para a segunda tela que podem até confundir.
O preço de lançamento do Motorola Razr 5G, lá fora, foi de 1.400 dólares, que convertidos chegam a pouco mais de 7.500 reais. Porém, temos acompanhado os preços dos lançamentos mais caros por aqui, e os valores astronômicos indicam que não teremos nada abaixo dos 9 mil que tivemos no Razr do ano passado.
O Razr, como outros dobráveis, continua sendo um produto de nicho, ainda mais com o visual nostálgico. Nesse nicho, defeitos ficam em segundo plano e podem ser aceitos porque são compensados pelo seu carácter icónico e único.
Claro, seria melhor se a câmera fosse mais poderosa, se o sensor ToF não tivesse ido embora e oferecesse desbloqueio seguro por face, se o alto-falante fosse mais potente e a tela mais brilhante.
Mas se você gosta mesmo do conceito de dobrável retrô ultramoderno e tem recursos para comprá-lo, essas lacunas têm um peso muito mais leve. É um telefone que funciona, com algumas limitações, mas é capaz de te acompanhar no uso diário sem preocupações.
É uma versão revisada e corrigida do primeiro modelo, com várias pequenas melhorias que o deixam um smartphone mais maduro, mas ainda há espaço para mais refinamento.
Diga para nós: você acha que o Razr 5G melhorou em relação ao modelo do ano passado? Deixe seu comentário aí embaixo! Eu fico por aqui e até a próxima!
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