Acessórios 17 Mar
Dona de um catálogo extenso de opções quando o assunto é áudio, buscando atender desde profissionais da música até ouvintes comuns, a OneOdio tem ganhado expressão no mercado brasileiro com produtos que prometem bom custo-benefício; principalmente com a sua subsidiaria, a SuperEQ.
Hoje, veremos se pelo menos uma parte dessa promessa é real; já que temos em nossa bancada dois modelos da marca: os fones Bluetooth SuperEQ S1 e SuperEQ Q2 Pro. Confira a seguir a nossa análise completa!
Em mãos, temos dois fones de formatos completamente diferentes, mas que compartilham algumas semelhanças. Enquanto o modelo S1 traz o formato clássico de headphone, com arco acolchoado que envolve o topo da cabeça e conchas para acomodar os ouvidos, o Q2 Pro segue a linha mais discreta, com um par de fones para encaixar dentro dos ouvidos.
Comercializados em uma caixa verde que chama atenção nas prateleiras, as diferenças vão além dos formatos. Enquanto o SuperEQ S1 vem acompanhado de cabo para carregamento microUSB, adaptador para avião, cabo de 3.5 mm para conectar em dispositivos com porta P2, bolsa para guardar os fones e manuais, o Q2 Pro se sustenta em um conjunto mais minimalista.
Além do estojo para carregamento, onde os fones ficam acomodados, a caixa do modelo menor conta apenas com ponteiras de silicone para melhor encaixe nos ouvidos e cabo USB Tipo-C.
Mas vamos para as similaridades. Além de compartilharem o tamanho do cabo de carregamento – que é minúsculo, apesar do design um tanto quanto genérico, ambos os modelos contam com uma boa qualidade de construção, revestidos em grande parte por um plástico duro que passa impressão de durabilidade.
O modelo com conchas, inclusive, traz metal em parte da sua estrutura e apesar do seu tamanho mais avantajado, pode ser dobrado nas laterais para caber em lugares mais apertados; sendo um bom companheiro para viagens – ainda mais somado com o adaptador que vem na caixa.
Mas nem tudo são flores por aqui. Enquanto no S1 os botões de plástico para controle de volume, reprodução e ativação do ANC são um tanto quanto barulhentos, podendo ser escutados até mesmo durante a reprodução, e o acolchoamento do topo do arco pode gerar um certo desconforto após algumas horas de uso, o Q2 Pro traz três luzes externas ao estojo que podem confundir.
Isso, pois apesar da boa vontade de trazer três LEDs para informar ao usuário o status dos fones, o funcionamento dessas três é um tanto quanto confuso. Por vezes, elas informam o nível de bateria do estojo, o que é ótimo, mas por vezes também ficam piscando em azul, informando que os fones estão carregando mesmo depois de não terem sido usados; o que nos leva a questionar o seu funcionamento.
Colocando esses pontos de lado, a experiência de uso de ambos os modelos é bastante agradável e enquanto o S1 abraça os seus ouvidos com as espumas da concha, a leveza de cada lado do par do Q2 Pro é admirável.
O modelo intra-auricular, inclusive, tem exterior sensível ao toque para controle de reprodução e ativação/desativação do modo ANC. Sentimos falta, no entanto, da possibilidade de controlar também o volume da reprodução.
Aqui, mais uma diferença. Enquanto o S1 traz Bluetooth 5.0, o Q2 aposta na versão 5.2 da tecnologia. De qualquer forma, ambos se comunicam muito bem com o dispositivo de origem, não perdendo pacotes da reprodução mesmo quando um pouco mais distantes e com algumas poucas paredes entre eles.
O pareamento de ambos também é bastante simples, seguindo o padrão que já vemos em outros fones da concorrência. Para o S1, basta pressionar o botão central do painel direito para iniciar o modo de pareamento. Para o Q2, no caso de uma primeira conexão, abrir a case já é o suficiente para encontrar os fones no seu dispositivo.
Sentimos falta de um aplicativo para realizar configurações extras nos fones, como definir um perfil de equalização, desligar ou ligar o cancelamento de ruído ou até mesmo definir a sua intensidade; algo que seria até entendível se levado em consideração o preço, mas que não passa batido por conta de modelos da concorrência da mesma faixa já contarem com algo parecido.
Mas se a ausência de um aplicativo dedicado ao controle e acompanhamento dos fones pode decepcionar, não podemos dizer o mesmo da autonomia.
Enquanto em nossos testes o Q2 Pro foi capaz de se manter cerca de 8 horas longe do estojo em reprodução contínua com o ANC ligado, o S1 Pro sob as mesmas condições foi capaz de se manter – em média – 27 horas longe do carregador. Ponto positivo para os dois modelos nesse quesito.
Mas há um porém: ambos os modelos não contam com sensor de proximidade, o que implica que não serão capazes de identificar quando estão, ou não, sendo usados. Mas como isso impacta na bateria? Bem, sem você remover os fones, esquecer de pausar a reprodução e só voltar algumas horas depois, pode ter certeza que esse tempo será debitado da sua autonomia.
Chegamos ao ponto chave dessa análise: a qualidade de reprodução e de gravação dos microfones dos dois modelos. Afinal, o que adianta uma boa autonomia e uma boa construção se o principal objetivo não for atendido? Essa é uma pergunta que os fones podem não conseguir responder.
No caso do Q2 Pro, notamos uma pequena distorção nas frequências mais graves em volumes mais altos. Além disso, em músicas carregadas de elementos, graves, médios e agudos se misturam chegando ao ponto de ocultar detalhes das faixas. Pelo menos os drivers tem potência e conseguem entregar um volume bastante alto; algo que pode não fazer muito sentido se levado em consideração a distorção na reprodução.
Do outro lado, temos o S1, que não distorce em volumes mais altos e não mistura frequências, mas que deixa a desejar quando o assunto é altura no volume máximo. Apesar dos drivers de 40mm e do formato que envolve os ouvidos, a reprodução é um tanto quanto abafada e sem “pressão”.
Microfone
Apesar de trazerem um perfil bastante diferente no quesito de reprodução, não podemos dizer o mesmo da qualidade de gravação, uma vez que ambos desempenham de maneira bastante parecida.
Os dois modelos são capazes de capturar a voz do usuário com certa clareza, apesar de adicionarem um tom um tanto quanto robótico a captação. Esse aspecto fica bastante claro no S1, talvez por conta do modelo ser incapaz de captar a voz de forma mais límpida, mas ainda é notável em pequenas nuances no Q2 Pro.
Confira a qualidade de gravação dos dois modelos dando play nos áudios abaixo. O som foi gravado no Gravador do macOS com o volume de captação do sistema definido em 50%.
- SuperEQ Q2 Pro:
- SuperEQ S1:
Mas o fator mais impressionante dos microfones não está na qualidade de captação, até porque, pelo menos no S1, essa poderia ser melhor, mas sim nos modos de Transparência e de ANC (Active Noise Cancelling – “Cancelamento ativo de ruído” em tradução livre).
Utilizando o que é captado do ambiente pelo conjunto de microfones, em conjunto com o chip embutido, algoritmos emitem uma onda sonora de mesma amplitude, mas de fase invertida, capaz de cancelar uma quantidade considerável de ruídos, anulando sons externos de forma ativa.
Nos dois modelos o recurso funciona de forma satisfatória, uma vez que ruídos mais distantes, como de uma rua movimentada, são de fato cancelados. Mas isso tem um preço: na nossa experiência, quando o ANC está ligado – principalmente quando não há reprodução – é possível ouvir um pequeno “assobio” de uma espécie de ruído branco; algo que pode incomodar quem pretende usar os dispositivos apenas como uma espécie de abafador.
Já o modo de transparência funciona muito bem. Quando ativado, os microfones captam o áudio externo e transportam para o seu ouvido, tirando a sensação de abafado que havia por estar usando fones, permitindo que você possa conversar com outras pessoas ou simplesmente ouvir os sons da rua sem a necessidade de tirar os dispositivos dos ouvidos.
A grosso modo, não. Pelo valor cobrado pelos dois modelos no exterior, R$ 330 para o S1 e R$ 240 para o Q2 Pro, é possível encontrar fones Bluetooth, nos dois “formatos”, comercializados oficialmente no Brasil com uma melhor qualidade de reprodução.
Talvez esses modelos, a exemplo do Edifier W800BT ou do Realme Buds Air 2 Neo, não entreguem a mesma autonomia de bateria ou não tenham os mesmos recursos dos modelos analisados aqui, a exemplo do ANC. No entanto, podem entregar uma melhor qualidade de áudio; o que no final das contas, é o que costuma mais importar para um fone.
Mas se esse ponto não é relevante para você, mas sim algum outro aspecto como design ou até mesmo a autonomia, não temos o que argumentar. No final das contas, você ainda é o dono do seu dinheiro e apenas você pode dizer o que fazer com ele.
De qualquer forma, para te ajudar a tomar sua decisão, listamos pontos positivos e negativos dos dois modelos logo abaixo.
Pontos positivos e negativos
Em todo caso, como é de costume, separamos as melhores ofertas para o SuperEQ S1 e SuperEQ Q2 Pro nos cartões a seguir; além de alguns modelos que citamos por aqui. Aproveite!
Comentários