O TudoCelular conferiu o Razr 40 Ultra, o dobrável mais poderoso da Motorola lançado até o momento. Porém, a empresa também trouxe ao mercado uma versão mais acessível para aqueles que desejam ter um celular dobrável, mas que não fazem questão de um modelo top de linha com preço elevado. Nesta análise vamos conhecer o Razr 40 e tudo o que ele tem a oferecer.

O Razr 40 vem em caixa claro com aspecto de papel reciclado. Você encontra os seguintes acessórios:

• Carregador com 33W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Chavinha da gaveta do cartão SIM
• Capa de proteção

O Razr 40 herda alguns elementos e especificações do modelo Ultra. Eles são do mesmo tamanho, porém diferentes. O modelo mais barato não traz uma tela gigante que cobre toda a parte externa e divide espaço com as câmeras. Aqui temos um pequeno visor secundário que fica alocado no bloco do conjunto fotográfico.

Enquanto o pequeno bloco de câmeras é de vidro, o restante da parte externa é composto por duas peças de plástico texturizado que imita couro. As laterais, assim como as faixas que se encontram na metade quando o celular está aberto são feitas de metal com acabamento fosco. A parte interna é coberta por uma fina película plástica que protege o display.

O mecanismo com engrenagens responsável por fazer o celular dobrar ao meio é o mesmo presente no Razr 40 Ultra. A construção tem boa qualidade e passa robustez, apesar de não ter a mesma durabilidade de outros dobráveis do mercado. Diferente de alguns celulares do tipo, este não tem certificação avançada para proteção contra água.

A parte interna exibe uma tela grande com bordas finas e pequeno furo na parte superior para a câmera de selfies. O vinco no meio da tela é perceptível, mas não tende a incomodar no uso cotidiano. As laterais não são planas como em lançamentos recentes e isso pode resultar em uma pegada mais confortável para algumas pessoas.

Assim como o Razr 40 Ultra, este também deixa lado a entrada para fones de ouvido e não vem com slot para cartões de memória. Há Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.3, NFC e 5G.

A tela interna do Razr 40 tem 6,9 polegadas e resolução Full HD+ com taxa de atualização de 144 Hz. Esse é um ponto em que ela fica abaixo do modelo Ultra que oferece fluidez superior com seu painel de 165 Hz. De resto temos aqui uma tela LTPO AMOLED de 10-bit capaz de reproduzir 1 bilhão de cores e alcançar brilho forte para boa visibilidade fora de casa.

Há suporte a HDR10+ para aproveitar vídeos compatíveis em serviços de streaming, além de sensor de toque que responde a 360 Hz para menor latência e melhor resposta. A calibração nativa tende para cores saturadas com excesso de verdes e azuis, porém há um modo mais equilibrado nas configurações de tela.

O painel reduz a velocidade até 10 Hz em conteúdo estático para reduzir o consumo. Ao assistir filmes temos a tela em modo 24 Hz, enquanto nos apps nativos vemos o painel alternar entre 60 e 120 Hz. Há também um modo padrão que limita a taxa de atualização a não passar dos 60 Hz, caso você esteja mais preocupado com bateria do que com fluidez.

A tela externa é muito menor e tem apenas 1,5 polegada com resolução de 368 x 194 pixels. Aqui temos um painel AMOLED com nível de brilho suficiente para exibir pequenas informações importantes. Toda a parte de vidro que cobre a área da tela e câmera é protegida pelo Gorilla Glass Victus.

Há duas saídas de som no Razr 40. A inferior é maior e mais potente, ficando responsável por reproduzir a maior parte dos graves, enquanto a superior é menor e cuida dos agudos em sua parte, o que ajuda a entregar uma experiência balanceada. O volume máximo fica a par do Ultra e a qualidade sonora está acima da média.

O Razr 40 vem equipado com Snapdragon 7 Gen 1, o mesmo chip presente no Xiaomi 13 Lite. Porém, aqui no dobrável da Motorola tivemos um melhor desempenho multitarefas graças ao gerenciamento de RAM mais eficiente que o da MIUI. Os 8 GB de RAM do Razr conseguiram segurar todos os apps e jogos abertos em nosso teste.

Em benchmarks temos números próximos ao intermediário premium da Xiaomi. No AnTuTu é possível conquistar em média 500 mil pontos. E nos jogos? Testamos Call of Duty na qualidade Muito Alta com taxa de quadros no máximo e não vimos engasgos, mesmo com todos os extras ativados. PUBG rodou bem na opção HDR com tudo no Ultra e demais recursos habilitados.

O dobrável da Motorola traz uma bateria de 4.200 mAh, um tamanho maior do que vemos em modelos rivais da Samsung. Será que o Snapdragon 7 Gen 1 faz bom uso desta capacidade?

Em nosso teste padronizado simulando uso moderado com alguns jogos inclusos conseguimos alcançar quase 25 horas de autonomia, o que é um tempo bastante respeitado pela capacidade energética do aparelho.

Ele vem com carregador de 33W, potência padrão entre os dobráveis da Motorola. Ele demora menos de 1 hora para encher totalmente a bateria, o que é um bom tempo para o segmento. Com 15 minutos na tomada terá 35% recuperados e mais de 60% em meia hora.

O Razr 40 traz duas câmeras na traseira: a principal tem sensor de 64 MP da OmniVision com estabilização óptica, enquanto a secundária tem sensor de 13 MP da Hynix e lente ultra-wide com foco automático.

A câmera principal comprime quatro pixels em um, o que resulta em fotos de 16 MP. A qualidade não chega a impressionar para o preço cobrado pelo aparelho, porém temos boas fotos com alto nível de detalhes, poucos ruídos e cores próximas da realidade.

Principal | Ultra-wide

Há zoom apenas digital que apresenta boa qualidade, desde que não tente aproximar algo muito distante. O desfoque de cenário também é feito via software e apresenta aspecto profissional com boa separação entre planos e poucos erros visíveis.

A ultra-wide está acima dos intermediários, mas tende a exagerar no pós-processamento e perde qualidade nas texturas, ficando bastante evidente em locais com muita vegetação. O contraste também fica um pouco exagerado e o HDR tenta compensar, mas nem sempre temos fotos tão naturais como visto na câmera principal. A boa notícia é que o foco automático permite usar a ultra-wide para boas macros.

Noturno

Há dois tipos de modos noturno no Razr 40: um automático ativado por padrão quando o celular detecta cenários escuros e outro que pode ser ativado manualmente. A diferença é que o manual tenta prolongar a abertura da lente para maior captura de luz.

No geral, o Razr 40 faz boas fotos noturnas sem perder muita qualidade, nitidez e cores. A ultra-wide sofre mais em locais com pouca luz, como é de se esperar em qualquer celular. Pelo menos o modo noturno também funciona nesta câmera, o que nem sempre acontece nos celulares da Motorola.

Selfies com câmera interna

A câmera interna possui sensor de 32 MP da OmniVision, mas peca por ter foco fixo. De qualquer forma, na maior parte do tempo você usará essa câmera mais para videochamadas, já que o conjunto externo é melhor e permite maior versatilidade.

Selfies com a câmera externa

As selfies feitas pela câmera interna são boas, porém a externa captura mais detalhes e com melhores cores. Além disso, ter a ultra-wide dará maior flexibilidade na hora de fazer uma selfie em grupo. Você pode usar a tela externa como guia, que apesar de ser pequena, serve bem para ajudar nas selfies.

A filmadora grava em 4K a no máximo 30 fps com as três câmeras. Enquanto a principal traz estabilização mais avançada para lidar com tremidos, as demais também possuem estabilização digital eficiente. É possível gravar com a traseira e frontal ao mesmo tempo, assim como usar o conjunto externo para filmar você mesmo. A qualidade noturna e a captura sonora são apenas decentes.

O Razr 40 vem com Android 13 e deve receber até três atualizações do robozinho. O software é o já conhecido da Motorola que traz uma experiência limpa com alguns extras interessantes como os gestos para abrir a câmera ou ligar a lanterna ao sacudir o celular. Também é possível abrir um app ao tocar duas vezes na traseira.

Há a Barra Lateral que agrupa seus apps favoritos para você acessá-los rapidamente de qualquer lugar. A interface permite algumas customizações e isso inclui também para a tela externa com a possibilidade de alterar os mostradores de relógio, os painéis de informação, configurar as notificações exibidas, alertas de chamadas e até ver dicas de uso.

Pela pequena tela é possível controlar as conexões como Wi-Fi e Bluetooth, ativar modo Avião ou mudar para o modo silencioso. Temos atalhos para o gravador de áudio, lista de contatos, controles de mídia, temporizador e calendário. E claro, também é possível usar a pequena tela como guia para selfies alternando entre modos à sua escolha.

Devido às limitações do tamanho do painel, não é possível executar qualquer aplicativo na tela externa. Pelo menos temos o Ready For presente aqui para usar o Razr 40 como PC ao conectá-lo a uma TV ou monitor.

Apesar do Razr 40 não vir com hardware top de linha, ele está mais caro que dobráveis de geração passada, como o Galaxy Z Flip 4. E com isso surge a dúvida: pegar a novidade da Motorola ou antigo da Samsung? Com o Razr 40 terá tela maior com taxa de atualização superior, som mais potente, maior autonomia com menor tempo de recarga, além do Ready For para usar o celular como PC. O Galaxy ganha em desempenho e câmeras.

Vale a pena pagar mais pelo Razr 40 Ultra? Você terá uma tela externa maior que permite usar vários apps, a tela principal tem taxa de atualização superior, o desempenho é mais ágil, a bateria rende um pouco a mais e as câmeras são melhores. É uma diferença considerável de preço, porém terá um celular dobrável bem mais completo.

Pontos fortes

• Tela de 144 Hz com brilho forte
• Som potente e de qualidade
• Software completo com Ready For

Pontos fracos

• Faltou resistência à água
• Desempenho não empolga
• Câmera poderia ser melhores