Tech 05 Ago
Nos últimos anos, a Sony tem mudado drasticamente sua estratégia de lançamentos para a divisão de videogames, em grande parte, por culpa do crescimento exponencial do Xbox, que fez com que a gigante nipônica realizasse mudanças em seus serviços por assinatura e expandisse seu catálogo para o PC e mobile.
Depois de sucessos como God of War, Horizon Zero Dawn e outros, chegou a vez de Marvel’s Spider-Man também se aventurar além do PlayStation.
Em nossa análise, iremos falar um pouco sobre essa jornada fantástica e como está a performance do jogo em um PC mediano.
O Homem-Aranha é um dos personagens mais queridos dos quadrinhos e o carro-chefe da Marvel.
O herói já quebrou recordes de bilheterias nos cinemas e protagonizou algumas das histórias mais marcantes de todos os tempos, mas ele também não é um estranho no mundo dos videogames.
Entre participações em outros jogos e seus próprios jogos solo, o “cabeça de teia” já acumula uma extensa bagagem no mundo dos jogos eletrônicos, mas eis que em 2016, o Insomniac Studios, responsável pela franquia Ratchet e Clank, surge com o anúncio de um novo jogo do herói, que visava nos contar uma aventura inédita e com muito mais realismo.
Chegando ao PS4 em 2018, o jogo nos mostra um Peter Parker já estabelecido como o “amigão da vizinhança”, que precisa lidar com todos os problemas já conhecidos pelos fãs, incluindo a perseguição pública de J. Jonah Jameson, desilusões amorosas, falta de dinheiro e muitos vilões megalomaníacos.
Durante a história principal, somos submergidos em uma cidade de Nova York caótica, mas extremamente vívida e detalhada, com inúmeras referências a outras franquias do Universo Marvel, além de referências aos filmes do Aranha, que deixarão os fãs estupefatos.
Trazendo uma história espetacular e com momentos que nos deixam com um nó na garganta, essa sem dúvidas é uma aventura que faz jus à criação de Stan Lee e Steve Ditko.
Muita gente já sonhou em ter os poderes do Homem-Aranha e em poder sair por aí balançando em teias.
Embora outros jogos do Aranha já tivessem nos presenteado com essa mecânica, Marvel’s Spider-Man é o ápice desse recurso, trazendo uma movimentação fluida, prazerosa e com controles simples e refinados, que realmente nos fazem sentir na pele do Aranha.
O sistema de balanço das teias não só agiliza e facilita a locomoção de um extremo ao outro do mapa, como também melhora o combate do jogo, deixando tudo muito mais dinâmico e frenético.
Em último caso, o jogo também conta com um sistema de viagem rápida, mas sendo bem sincero, preferia muito mais ir viajando pela cidade com minhas teias, à moda tradicional.
Peter Parker é uma das mentes mais brilhantes da Marvel, pensando nisso, a Insomniac resolveu dar mais recursos para o herói enfrentar seus inimigos.
Além da super força, agilidade e resistência aprimorada, o Aranha de Marvel’s Spider-Man também conta com uma série de apetrechos e teias especiais que lhe ajudam na hora das batalhas.
Obviamente, as comparações com o sistema de combate de Batman Arkham são inevitáveis, mas isso é positivo, tendo em vista que a recente trilogia de jogos do Batman é considerada o ápice dos jogos de super-heróis.
As habilidades únicas do Aranha, tais como seu Sentido aguçado de perigo, também são destacadas no jogo e te ajudam na hora do combate, que em determinados momentos, pode ficar bem tumultuado e desafiador.
Em suma, a Insomniac fez um excelente trabalho na jogabilidade como um todo, e embora algumas missões possam ser repetitivas, o estúdio conseguiu balancear os momentos narrativos, missões secundárias e até mesmo alguns trechos de stealth em que você joga como a Mary Jane.
Outro destaque são os minigames, que também ressaltam a inteligência e a vertente tecnológica do personagem
Estamos falando aqui de um jogo que já era tecnicamente bonito até mesmo no PS4 base. Com a remasterização para o PS5, o jogo ganhou ainda mais vida e riqueza de detalhes, mas o lançamento no PC abre ainda mais possibilidades gráficas e aqueles que possuem uma máquina poderosa irão se deparar com uma série de recursos para deixar o jogo ainda mais realista, incluindo reflexos com Ray Tracing, controles densidade de multidões e carros na cidade e até mesmo configuração de qualidade do cabelo.
Infelizmente, não me enquadro no grupo que possui um "PC da Nasa", mas ainda assim, consegui aproveitar o jogo de forma aceitável com as configurações que tenho à disposição (Intel Core i5 de sétima geração, SSD de 1TB, GTX 1050 e 16 GB de RAM).
Apesar de algumas leves quedas de FPS em alguns momentos, o jogo rodou bem e tive uma experiência fluída sem perder muito da qualidade gráfica. É claro, não tive a mesma experiência visual que tive no passado pelos consoles, mas isso é apenas uma questão do meu hardware e aqueles que não tiveram a chance de jogar o jogo previamente e aguardavam o lançamento no PC certamente irão se maravilhar.
O investimento que a Sony tem feito na otimização do port de seus jogos para o PC, incluindo a aquisição de estúdios como o Nixxes, que trabalhou na otimização de Marvel's Spider-Man, certamente faz a diferença na qualidade desses jogos na nova plataforma e permite que uma ampla gama de jogadores tenham acesso a esses títulos.
Sem sombra de dúvidas, sim. Marvel’s Spider-Man é um dos melhores jogos da PlayStation Studios, garantindo múltiplas horas de diversão e sendo uma adaptação extremamente respeitosa do herói para os videogames.
Além disso, esse também é o pontapé inicial para a franquia, já que em breve, os jogadores de PC também irão receber o derivado Marvel’s Spider-Man Miles Morales, que narra uma aventura inédita com um outro portador do manto do Aranha, mas falaremos mais sobre isso em uma outra oportunidade.
Se por um lado, tivemos um jogo dos Vingadores que foi extremamente vergonhoso, por outro, Marvel’s Spider-Man mostra que a Marvel sabe sim fazer jogos de seus personagens e que pode até mesmo construir um universo compartilhado além do que temos nos cinemas (alô, Wolverine).
Se esse já era um jogo bonito no PlayStation, o PC consegue deixá-lo ainda mais polido.
Mesmo com muitos ataques, esquivas e equipamentos, sem contar o balanço nas teias, o jogo é muito intuitivo e de fácil aprendizagem.
Uma aventura que deixaria Stan Lee e Steve Ditko orgulhosos.
A trilha única consegue embalar todos os momentos cinematográficos dessa aventura.
A experiência definitiva do Cabeça de Teia.
A Sony finalmente entendeu que jogos como este merecem alcançar até mesmo as pessoas que não têm um PlayStation e isso é fantástico.
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