Desenvolvido pelo Dimfrost Studio, Bramble: The Mountain King é classificado pela própria companhia como uma aventura de horror, mas trazendo uma temática peculiar e diferente do que estamos acostumados: contos do folclore nórdico.

Algumas dessas histórias foram adaptadas como contos felizes para crianças, mas muitos não sabem que as originais são bem mais sombrias e arrepiam a espinha até dos mais corajosos. E esse é justamente o diferencial de Bramble: The Mountain King, ele não tem medo de contar as fábulas da forma original.

Com uma atmosfera macabra, violência explícita e uma história situada em uma floresta estranha com muitas criaturas mágicas, será que o título merece sua atenção? Confira a resposta em nossa análise!

Bramble: The Mountain King traz como protagonista Olle, um garoto tímido que vive no meio da floresta. Sua irmã mais velha, Lillemor, não tem medo de explorar a região, mesmo com os avisos de sua mãe para tomar cuidado e não ir longe demais.

Um belo dia, Olle acorda e percebe que sua irmã não está no quarto e cria coragem para ir atrás dela na floresta misteriosa. Infelizmente, a garota é sequestrada por um troll e obriga o jovem a embarcar em uma aventura perigosa e desafiadora para salvar sua irmã das garras do monstro e voltar para casa.

A trama de Bramble: The Mountain King encanta do início ao fim, principalmente pela sua simplicidade. Tudo é feito para que a aventura soe como uma fábula desvendada pelo jogador, trazendo uma bela mensagem sobre família e coragem diante das adversidades.

Apesar do título parecer amigável e leve, o jogo traz a verdadeira natureza do folclore nórdico sem medo de chocar. Então, espere por sacrifício de bebês, violência explícita contra crianças e criaturas medonhas que parecem ter saído de um pesadelo.

Caso você apenas queira ver o desfecho da história, ele pode ser terminado em menos de 10 horas. Porém, como seu mundo é rico de detalhes e segredos, encontrar tudo o que o título oferece irá levar mais de 12 horas e recomendo que tome seu tempo, principalmente para digerir algumas cenas mais perturbadoras.

Bramble The Mountain King é uma aventura de terror com elementos de plataforma. Definir sua jogabilidade é uma tarefa difícil, mas podemos dizer que ele lembra um pouco Limbo com umas pitadas de Brothers - A Tale of Two Sons.

No combate, o título foge do sistema tradicional e implementa algo mais simples. Olle conta com a Centelha da Coragem, um artefato mágico. Ele tem a aparência de uma pedra e até pode ser utilizado como uma em determinados momentos, mas também pode se transformar em outras coisas que não irei revelar para não estragar surpresas.

Por ser uma criança, Olle não consegue levar golpes sem morrer e por isso, não há cura. Se você bobear, precisará voltar do último checkpoint. As seções de plataforma não são difíceis, mas requerem um pouco de paciência e calma. Em alguns momentos, os jogadores serão surpreendidos com armadilhas mortais que irão testar a sua habilidade.

Bramble The Mountain King geralmente irá obrigar você a se esconder ou correr de seus monstros terríveis, mas em alguns momentos, Olle precisará lutar e aí que o jogo brilha. No combate com os chefões, cada um irá exigir uma abordagem diferente e criativa, mas que toma rumos interessantes por não haver um sistema de combate tradicional.

Para a sorte de Olle, alguns aliados irão ajudá-lo em sua jornada em busca de Lillemor. Eles aparecem ocasionalmente e irão ajudar nos momentos cruciais e em quebra-cabeças, que são simples de resolver e apenas irão exigir um pouco de raciocínio.

Um ponto que irá incomodar alguns jogadores é a sua linearidade. Geralmente, o título dá um caminho central e pequenos desvios com alguns colecionáveis. Após encerrar o jogo, não há muito o que fazer, exceto se você quiser fazer 100% dos troféus ou conquistas.

Graficamente, Bramble The Mountain King parece uma animação com uma direção de arte sombria. Seus detalhes são bonitos e há efeitos de iluminação competentes, além das animações possuírem fluidez. Porém, a grande estrela é o design dos monstros, que traz as criaturas do folclore europeu para a realidade como um pesadelo.

Porém, há um filtro gráfico para deixar o jogo com uma aparência mais antiga. Particularmente, acho que não funcionou bem e tirou a qualidade da imagem pelo excesso de ruídos, principalmente em partes mais escuras, que são predominantes. Gostaria de uma opção para desativá-lo e experimentar o título sem nenhum efeito.

Na parte sonora, Bramble: The Mountain King não possui diálogos. Tudo é feito através da narração para fazer o título ficar próximo de um conto. Essa decisão artística combina perfeitamente com o tema da aventura e contribui para uma imersão mais profunda no jogo.

Apesar de não ser uma produção de alto orçamento, ela não tem medo de explorar o DualSense e o áudio 3D do PlayStation 5 para entregar bons sustos e momentos tensos, fazendo melhor até do que outros jogos AAA que esquecem dos extras do console.

Bramble: The Mountain King é uma aventura única que irá encantar aqueles que se interessam pelo folclore nórdico ou buscam uma experiência diferenciada dos lançamentos atuais, mas que possuem estômago forte para lidar com a violência explícita e temas obscuros explorados pela produção.

Sua curta duração pode afastar alguns jogadores, mas ele consegue ser memorável em sua proposta e traz uma experiência única que vale a pena ser conferida, mesmo que choque e não tenha medo de tocar em assuntos cabulosos.

Bramble: The Mountain King estará disponível em 27 de abril para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC e Nintendo Switch.

*O TudoCelular agradece a Agência Masamune por ceder uma cópia de Bramble: The Mountain King no PlayStation 5 para análise!