
Tech 26 Set
04 de outubro de 2023 0
Assassin’s Creed é uma das principais franquias da Ubisoft. Ao longo de mais de quinze anos, a série construiu um legado impressionante na indústria de jogos e precisou se reinventar algumas vezes para conquistar a atenção dos fãs.
Piratas, a era vitoriana, antigo Egito, mitologia grega e vikings... Os jogos visitaram tantos períodos diferentes e tiveram tantas novidades na jogabilidade que Assassin’s Creed mudou bastante desde o seu início, algo que incomoda os veteranos que sentem falta do básico.
Assassin’s Creed Mirage chega como uma abordagem diferente: ele homenageia o primeiro jogo da série, abandonando os mapas gigantescos para entregar uma experiência mais simples e próxima do original. Será que essa aventura terá o necessário para agradar fãs tão exigentes? Confira em nossa análise!
Os jogos da série Assassin’s Creed são conhecidos por apresentarem protagonistas icônicos e carismáticos. Rostos como Altair, Ezio, Edward, Kassandra, Eivor e muitos outros... Mirage não foge da regra e traz o memorável Basim.
Se você jogou Valhalla, irá achar o nome familiar e lembrará que um dos aliados de Eivor se chamava Basim. Aqui, a trama se passa uns anos antes e conta a trajetória do personagem, de um mero ladrão até um membro respeitável dos Ocultos, precursores da Irmandade dos Assassinos.
Narrativamente, o título também segue a ideia dos originais e apresenta uma trama mais linear. Isso não é algo necessariamente ruim, já que ajuda na construção de Basim como um dos assassinos mais icônicos da série em sua luta contra a Ordem dos Anciões, o início dos Templários.
Mirage traz os clichês da série de propósito e consegue passar ao jogador a sensação de estar revisitando os títulos originais, algo que será um deleite para os mais nostálgicos. Entretanto, ele também traz a novidade “Contos de Badgá”, missões paralelas e opcionais que enriquecem a experiência.
Na duração, a história principal poderá ser terminada por volta das 20 horas, algo bem abaixo dos últimos títulos série, mas seguindo a sua proposta de estar alinhado com os primeiros. Provavelmente, os jogadores terminarão querendo mais pelo número de reviravoltas e acontecimentos intrigantes.
Como mencionado anteriormente, Mirage é visto como volta ao passado em todos os aspectos, principalmente na jogabilidade. Esqueça o mundo gigantesco, elementos de RPG e combate elaborado. Aqui, a palavra-chave é furtividade.
Se você pegar o novo jogo após Origins, Odyssey ou Valhalla, irá sentir uma diferença brutal em diversos aspectos, principalmente no combate. Aqui, você precisará se contentar com ataque rápido, golpe forte, aparagem e esquiva. Por um lado, a simplicidade é nostálgica, mas fará muitos jogadores sentirem um retrocesso, principalmente em fluidez.
Entretanto, você irá reparar que o level design e as mecânicas avançadas de furtividade retornam, trazendo novidades. Aqui, o jogador é recompensado ao se infiltrar e eliminar seus alvos sem fazer baderna como um viking berserk em Valhalla ou um guerreiro grego em Odyssey.
Para se manter nas sombras, Basim poderá se esconder em diversos locais, como arbustos e até se misturar na multidão, além de utilizar equipamentos icônicos, como as bombas de fumaça para desaparecer quando houver alguma confusão e facas de arremesso mortíferas para eliminar silenciosamente oponentes distantes.
Ao matar alvos furtivamente, você irá encher uma barra que permite utilizar a habilidade Foco do Assassino. Basicamente, ela permite que você elimine vários inimigos em sequência de forma silenciosa e bem estilosa, como você espera de Assassin’s Creed.
Outro ponto interessante são os roubos. Como dito anteriormente, Basim começou a carreira como um ladrão e tem “mão leve”, algo que não perdeu quando se tornou assassino. Entretanto, agora há um minigame para apertar no tempo certo e levar os pertences da vítima. Caso erre, se prepare para lidar com os gritos da vítima e a fúria dos guardas.
Como Mirage é focado em furtividade, roubar e matar abertamente tem como consequência um novo sistema de Notoriedade. Basicamente, você ganhará a fama de criminoso, os habitantes de Bagdá irão te reconhecer e chamar os guardas para te prender, rendendo momentos tensos e até engraçados.
Para ser deixado em paz, Basim precisará rasgar pôsteres de procurado e “molhar a mão” dos informantes para espalharem que o assassino é inocente e não tem nada ver com os roubos e homicídios na cidade.
Assim como os primeiros Assassin’s Creed, Mirage traz a cidade de Bagdá e permite que o jogador ande livremente, seja nas ruas ou no topo das construções com o parkour. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo.
É inegável que o título está bem próximo dos antigos e invoca a nostalgia, mas a questão é que o parkour não tem a fluidez que os jogadores encontram nos jogos mais recentes. Em alguns momentos, a sensação é de um sistema datado e com problemas no ritmo, algo facilmente perceptível em momentos de fuga ou perseguição.
Por mais que possa parecer uma heresia falar isso, eu preciso lembrar que a movimentação dos primeiros Assassin’s Creed não é tão boa quanto muitos guardaram na memória, principalmente quando comparamos a evoluções significativas nos capítulos mais recentes.
Em tamanho, Bagdá tem 2,4 km², ficando próxima da recriação de Paris em Assassin’s Creed Unity. Aqui, os jogadores terão uma cidade repleta de baús, segredos e itens interessantes escondidos em cada canto. A verticalidade deixa a exploração ainda mais imersiva, divertida e altamente viciante.
Se tem algo que Assassin’s Creed sempre fez bem foi recriar os períodos históricos em que a história está situada. Mirage acontece na Bagdá do século IX, durante o ano de 861, na época conhecida como “A Era do Ouro” da civilização islâmica.
O período ficou conhecido pelas contribuições importantes à humanidade de estudiosos do mundo muçulmano. Acadêmicos, engenheiro, médicos e comerciantes contribuíram para avanços e invenções nas artes, ciências e tecnologia.
Mirage não se contenta em recriar o período com fidelidade, mas também permite que os jogadores aprendam com o recurso “A História de Bagdá”. Ele foi criado em colaboração com especialistas e traz imagens de museus e instituições históricas, sob a supervisão do historiador e Dr. Raphaël Weyland, um dos grandes nomes da Ubisoft Montreal.
História de Bagdá é dividida em cinco áreas diferentes que detalham diversos aspectos da época, como a vida na corte, economia e governo, arte e ciência, etc. Basicamente, é seguro dizer que Mirage é o título que mais se aprofundou no período histórico em que está situado.
Graficamente, Mirage traz belas paisagens, auxiliando na imersão do jogador, mas é visualmente inferior aos jogos mais recentes. Por mais que a intenção seja retornar ao passado, ele pode soa ultrapassado em alguns momentos, principalmente nas animações faciais dos personagens, como o próprio Basim. Será que ser lançado na geração passada atrapalhou o PS5 e Xbox Series X|S?
No PlayStation 5, os jogadores podem escolher ou modo qualidade ou desempenho. O primeiro foca em manter a resolução mais alta, enquanto o segundo traz taxas de quadros por segundo maiores. No geral, o jogo segura bem os 60 FPS e não encontrei problemas nesse aspecto.
Entretanto, há alguns bugs visuais frequentes. Enquanto perambulava pela cidade, vi Basim fazendo movimentos estranhos com as pernas e NPCs se movimento de forma bizarra. Outro problema é a inteligência artificial.
A Ubisoft disse que fez aprimoramentos, mas os guardas continuam consideravelmente burros, algo mais claro em momentos de furtividade. Por diversas vezes, eu me abaixei na frente do oponente e ele não conseguiu me ver ou ignorou a minha presença.
A trilha sonora traz faixas orquestrais magistrais, enquanto o tema principal traz uma colaboração entre a banda americana de rock alternativa OneRepublic com o astro saudita Mishaal Tamer.
Assassin’s Creed Miragem está totalmente traduzido para o nosso idioma e conta com dublagem em português. Infelizmente, ele foge a regra dos trabalhos anteriores e falta emoção nas vozes. Para ter uma experiência melhor, precisei trocar para o áudio original, algo que raramente faço.
Assassin’s Creed Mirage cumpre a proposta de voltar ao passado para relembrar a essência da franquia, emocionando os veteranos que sentem falta das aventuras dos lendários protagonistas Altair e Ezio.
A recriação histórica de Badgá impressiona e deve ter tomada como exemplo para outros jogos que desejam retratar épocas antigas, enquanto a narrativa traz o que há de melhor na série Assassin’s Creed.
A volta da furtividade é bem-vinda, mas os progressos efetuados no combate e parkour são esquecidos, ocasionando em algo mais simples e truncado, soando como um título datado em alguns momentos. No aspecto gráfico, o jogo não é feio, mas deixa a desejar quando comparado aos últimos jogos da série.
Se você está acostumado com a nova era de Assassin’s Creed, terá problemas para se encantar com Mirage. Felizmente, Basim é um dos melhores protagonistas da série e tentará te conquistar com seu carisma, se a dublagem deixar...
Assassin’s Creed Mirage será lançado em 5 de outubro para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X, Series S e PC. O jogo também chegará ao iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max no primeiro semestre de 2024.
O jogo traz belas paisagens, mas peca nos modelos de personagens, principalmente animações faciais. Graficamente, o título está abaixo dos mais recentes jogos.
Na intenção de voltar o passado, o jogo ignora os avanços dos últimos anos para voltar a um combate e parkour datados, mas retorna com foco na furtividade.
Mirage traz uma aventura interessante e um personagem carismático que irá figurar entre os melhores assassinos.
Há uma recriação incrível da cidade de Bagdá no século IX, trazendo uma verdadeira aula de história.
Apesar de trazer belíssimas faixas, a dublagem para o nosso idioma é sem emoção e soa automática.
Assassin's Creed Mirage é uma aventura interessante para os fãs dos jogos antigos, mas terá problemas para encantar os jogadores dos capítulos mais recentes.
*O TudoCelular agradece à assessoria Drone Comunicação por ceder uma cópia de Assassin's Creed Mirage no PlayStation 5 para análise!
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