A realme vem elevando o padrão de qualidade no segmento de entrada com celulares cada vez mais completos e avançados. Uma aposta recente da marca neste segmento é o C67, que tem como um dos seus destaques uma câmera de 108 MP para quem busca gastar pouco com celular. Nesta análise do TudoCelular, vamos conferir todos os seus pontos positivos e negativos para saber se o realme C67 é uma boa compra.

O realme C67 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 33W
• Cabo USB-C
• Capinha de silicone
• Chavinha para a gaveta do cartão SIM
• Guia do usuário

A realme sempre apostou em design como um dos pontos mais fortes de seus celulares. O C67 segue este padrão com visual plano e elegante, apesar do corpo ser feito de plástico como a grande maioria dos modelos de entrada.

Temos acabamento misto na traseira, sendo fosco na maior parte e espelhado próximo ao bloco de câmeras. Ele pode ser encontrado em duas opções de cores: uma clara em tom de verde e uma escura em preto. Em ambas temos um visual tridimensional devido ao revestimento com cor gradiente que reage à incidência de luz.

Ele é mais fino e leve que muitos da categoria e isso aliado ao corpo com laterais planas, temos uma pegada confortável. A parte frontal traz bordas mais finas do que estamos acostumados a ver neste segmento e na parte superior há furo para a câmera de selfies, enquanto ainda é comum o entalhe de gota em alguns celulares de entrada.

O bloco traseiro de câmeras tem formato de pílula e traz dois sensores. Ele fica mais saltado em relação ao restante da traseira e tem pintura dourada que também é aplicada aos aros que circulam cada câmera. Há um pequeno flash em LED que complementa o conjunto, além de uma menção à resolução de 108 MP e a inteligência artificial da câmera.

O realme C67 conta com certificação IP54 para garantir proteção contra respingos e partículas de poeira. Ele vem com leitor de digitais incorporado ao botão de energia que funciona muito bem. A gaveta é tripla, o que permite usar dois chips sem abrir mão do slot microSD para expandir o armazenamento com suporte a até 2 TB.

Em conectividade temos Wi-Fi padrão AC com suporte a redes de 5 GHz, Bluetooth 5.0 e NFC. Ele só fica devendo conectividade 5G, que vem se popularizando entre os celulares mais básicos.

O C67 traz uma tela grande de 6,72 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD com taxa de atualização de 90 Hz e sensor de toque que responde até 180 Hz. O nível de brilho é alto e chega a competir com rivais com painel AMOLED. Há um modo chamado Brilho Extra que permite turbinar ainda mais o brilho para uso em locais abertos.

A taxa de atualização vem por padrão no modo automático de 90 Hz para fluidez superior, mas se você preza mais por bateria poderá limitar o painel a 60 Hz. A calibração nativa tende para cores mais saturadas e oferece uma opção de deixar tudo mais neutro próximo do real. Também é possível ajustar a temperatura das cores ao seu gosto.

O alto-falante de chamadas atua como canal secundário e assim temos som estéreo no C67. A saída superior é mais limitada em volume e também sofre mais para reproduzir graves, enquanto a que fica próxima da entrada USB supre bem esta tarefa.

A experiência sonora não chega a ser exemplar, já que o aparelho peca na reprodução de médios, deixando músicas um pouco abafadas. Ainda assim, está acima de muito celular na mesma faixa de preço.

O C67 vem equipado com Snapdragon 685, um chipset já visto em alguns celulares da Xiaomi. Ele traz a GPU Adreno 610 e neste modelo da realme temos 8 GB de RAM, que pode chegar a 16 GB ao usar parte do armazenamento.

O desempenho é bom para a categoria e consegue segurar muitos apps abertos ao mesmo tempo. No AnTuTu chegamos a alcançar uma média de 300 mil pontos, o que está a par de outros modelos acessíveis.

Não espere muito do desempenho em jogos. Games casuais até rodam bem, mas os títulos mais exigentes terão que ficar limitados a configuração inferior. No Call of Duty é possível ter desempenho razoável na qualidade média com recursos extras desativados. No PUBG terá boa fluidez na opção Balanceada com taxa de quadros no médio, mas aqui com tudo ativado.

A realme incluiu uma bateria de 5.000 mAh. Os celulares da marca sempre apresentam ótima autonomia e o C67 é mais um que faz bom uso de tal capacidade. Ele rendeu 33 horas de uso moderado em nosso teste com alguns jogos.

Para quem não pretende comprar o celular para jogar, sua bateria deverá render dois dias facilmente longe de tomadas. Outro ponto positivo fica para o carregador de 33W que vem na caixa e recarrega a bateria em menos de 1 hora e meia.

Ainda é comum vermos celulares mais básicos com recarga bastante lenta. No caso do C67, você consegue recuperar 26% em apenas 15 minutos e terá metade da bateria para usar com meia hora na tomada.

O conjunto fotográfico é formado por câmera principal de 108 MP e uma secundária de 2 MP para profundidade de campo. Na parte frontal temos uma câmera de 8 MP para selfies.

O realme C67 faz boas fotos por padrão com imagens nítidas, cores vibrantes e bom contraste. Como é padrão em celulares com sensor de 108 MP, temos uma compressão de nove pixels em um para reduzir o tamanho dos arquivos. É possível fotografar na resolução máxima e terá até fotos mais nítidas, mas com contraste mais limitado.

Padrão | 108 MP

A realme promete zoom de 3x com o mínimo de perda de qualidade, pelo menos na teoria, já que na prática temos fotos menos nítidas, com falhas aparentes e contraste exagerado que deixa as sombras mais escuras. O zoom máximo apresenta grande perda de qualidade, o que torna as fotos praticamente descartáveis.

Fotos no fim de tarde saem mais escuras que o normal, mas a ampla faixa dinâmica garante um bom equilíbrio de luz, exceto se usar o desfoque de cenário que acaba limitando o desempenho do HDR.

Zoom

As fotos noturnas estão a par da categoria, enquanto o modo 108 MP não traz nenhum benefício em nitidez em locais com pouca luz. O zoom apresenta perda de qualidade ainda maior à noite, então tente fotografar o que estiver próximo para ter melhores fotos. Há modo noturno dedicado que captura mais luz e recupera pequenos detalhes perdidos.

Noturno

O realme C67 faz boas selfies mesmo em locais com pouca luz, desde que evite usar o modo retrato que acaba gerando um pouco de distorção nas cores. O flash de tela ajuda bastante à noite e temos fotos com ótimas cores e contraste sem deixar o fundo escurecido como acontece em alguns celulares básicos.

Selfies

A filmadora grava em Full HD com a traseira e frontal. Há estabilização eletrônica para ajudar a reduzir os tremidos, o foco é ágil e a captura de som é abafada, apesar de ser estéreo. Os vídeos feitos ao dia apresentam boas cores e nitidez, enquanto à noite temos filmagens bastante escuras e com ruídos.

O C67 vem com Android 14 modificado pela Realme UI. No momento em que testamos o aparelho, ele estava com pacote de segurança alguns meses atrasado, então não espere por updates pontuais por conta da realme.

O sistema da fabricante chinesa não é tão recheado de recursos como temos no Android modificado de outras, mas ainda há extras bacanas. O Mini Cápsula está presente em sua segunda geração e traz as notificações para perto do entalhe no estilo Ilha Dinâmica da Apple.

O software reserva por padrão 4 GB do armazenamento para expandir a RAM e pode chegar até 16 GB no total com a unificação das memórias. Nem vale a pena perder espaço interno já que o celular apresenta um bom desempenho por padrão e fica acima da média no multitarefas.

Há alguns gestos presentes para facilitar o acesso à câmera ou mesmo para ligar rapidamente o flash e usar o celular como lanterna, mesmo quando a tela está apagada.

Ele é uma melhor opção que rivais 4G da Xiaomi e Samsung?

O Galaxy A15 também é uma boa opção de entrada. Ele é mais compacto por conta da tela menor e ainda tem entalhe em formato de gota que deixa o design mais defasado. Apesar do display menor, temos um painel Super AMOLED com bom brilho, contraste e ângulo de visão superiores. O som é apenas mono e fica abaixo em qualidade, assim como o desempenho também inferior ao rival chinês. O A15 perde por pouco em bateria e tempo de recarga, mas compensa com boas câmeras.

O Redmi Note 13 também traz tela grande e vem com o mesmo chipset do realme C67, mas acaba perdendo no multitarefas por conta do gerenciamento falho de RAM da Xiaomi. A parte multimídia agrada com painel AMOLED de 120 Hz e a parte sonora possui áudio mais envolvente com equalizador completo com suporte a Dolby Atmos. A bateria também dura bastante e até recarrega mais rápido, enquanto a câmera faz boas fotos, mas o realme é melhor em locais mais escuros.

Pontos fortes

• Tela com bom brilho e cores
• Desempenho acima da média
• Bateria dura bem
• Bom tempo de recarga
• Faz boas fotos diurnas

Pontos fracos

• Poderia ter tela OLED
• Faltou câmera ultra-wide
• Filmadora limitada em locais com pouca luz