O realme C75 chega ao mercado brasileiro prometendo ser um dos celulares mais completos da categoria de entrada, apostando em design refinado, resistência avançada à água e bateria generosa. Com visual diferenciado e certificação IP69, ele tenta se destacar entre rivais que economizam em proteção. Mas será que o conjunto entrega equilíbrio no dia a dia ou apenas foca nesses diferenciais? Nesta análise, exploramos os pontos fortes e limitações do realme C75 para ajudar a decidir se ele é a melhor escolha no segmento básico.

O realme C75 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 45W
• Cabo USB-C
• Capinha de silicone
• Chavinha para a gaveta do cartão SIM
• Guia do usuário

A realme manteve o cuidado no visual, com o C75 trazendo um corpo em plástico fosco nas laterais e traseira, mas com um brilho discreto que reflete a luz sob determinados ângulos.

O bloco das câmeras segue um formato retangular alinhado à lateral, transmitindo um ar mais sofisticado. O celular é fino e relativamente leve para o tamanho da tela e da bateria, proporcionando uma pegada confortável.

As laterais planas têm acabamento metalizado, e os botões estão bem posicionados para uso com uma mão. A traseira do realme C75 exibe uma textura em arco cruzado que cria um jogo dinâmico de luz e sombra, elevando o apelo visual do aparelho.

O revestimento em nanoescala, aliado a uma impressão de precisão microscópica, intensifica a interação da luz com a superfície, resultando em um design mais tridimensional. Além da opção em dourado que testamos, também há uma versão em preto mais tradicional.

Um dos seus destaques é a certificação IP68/IP69, o que garante uma maior resistência à água que outros da categoria. Enquanto é comum ver celulares básicos com IP54 para proteção contra respingos, no C75 é possível até mergulhar o aparelho por no máximo 2,5 metros na água.

A realme promete que ele pode sobreviver até dias na água, a depender da profundidade. Também traz recursos para ajudar a expelir água do alto-falante e tem corpo com estrutura reforçada para absorção de impactos em 360 graus.

A fabricante promete que seu celular é mais resistente a quedas de até 2 metros e passou em teste de resistência militar MIL-STD-810H. Conta ainda com proteção ArmorShell no vidro frontal, oferecendo mais resistência contra riscos leves.

A moldura ao redor da tela não é das mais finas, especialmente na parte inferior, mas nada que destoe da categoria. O leitor biométrico está integrado ao botão de energia e responde rapidamente ao posicionamento correto do dedo.

A gaveta de chips oferece suporte a dois SIM cards e um cartão microSD simultaneamente, com expansão de até 2 TB. Ele fica devendo uma entrada padrão para fones de ouvido, algo que vem sumindo mesmo em celulares mais básicos.

Em conectividade, o realme C75 traz Wi-Fi dual band com suporte a redes de 5 GHz, Bluetooth 5.0 e NFC para pagamentos por aproximação. Essa versão fica devendo suporte a 5G, que pode ser encontrado em outra variante.

A tela do realme C75 é um painel IPS LCD de 6,72 polegadas, com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 90 Hz. O sensor de toque responde até 180 Hz, o que garante uma melhor resposta em comandos rápidos.

Nos testes, o brilho alcançou 600 nits, próximo da meta da fabricante de 690 nits, garantindo boa visibilidade sob luz moderada, ainda que possa dificultar a leitura em ambientes externos com luminosidade mais intensa.

O display entrega cores vivas e contraste satisfatório para sua categoria, com ângulos de visão decentes. Há possibilidade de calibrar o perfil de cores nas configurações, assim como ajustar a tonalidade do branco. A taxa de atualização pode ser configurada no modo automático ou travada em 60 Hz ou 90 Hz, priorizando fluidez ou economia de energia.

O áudio é mono, vindo de um alto-falante posicionado na parte inferior. A qualidade surpreende positivamente para um aparelho de entrada, com equilíbrio moderado entre agudos, médios e graves.

O volume é mediano, mas sem distorção perceptível mesmo no máximo. Para quem consome vídeos ou música casualmente, o som atende bem, sem necessidade imediata de fones. Há equalizador simples com alguns perfis para configurar o áudio para quem prioriza músicas, filmes ou jogos.

O realme C75 vem equipado com o chipset Helio G92 Max da MediaTek, acompanhado de 8 GB de RAM na versão testada. Apesar da memória generosa, o aparelho mostrou desempenho abaixo de rivais diretos em nossos testes de velocidade, com recarregamento frequente de aplicativos mesmo com multitarefa leve.

O software usa o recurso expansão de RAM em 8 GB por padrão, permitindo ampliar em mais 16 GB a quantidade de memória. Não espere milagres no gerenciamento que continuará encerrando apps em segundo plano.

Em benchmarks, os números ficaram dentro do esperado para o chip, porém abaixo de outros do segmento. No AnTuTu, tivemos menos de 300 mil pontos registrados.

Em jogos, conseguimos rodar Call of Duty Mobile com qualidade gráfica em Média e taxa de quadros em Alta, mas para maior estabilidade, recomendamos travar a configuração no médio. Recursos como anti-aliasing e texturas aprimoradas não estão disponíveis.

A bateria do realme C75 tem 5.828 mAh, número que impressiona no papel, mas que entregou autonomia apenas mediana nos testes. Em uso moderado — incluindo redes sociais, vídeos, navegação e jogos leves —, alcançamos 28 horas de uso, um resultado abaixo do esperado considerando a capacidade acima da média.

O carregador incluso tem potência de 45W, uma boa potência para o segmento onde ainda temos fabricantes mandando adaptadores de 15W em seus celulares intermediários. E no caso do C75, é preciso esperar 1 hora e 34 minutos para completar a carga total.

Em cargas rápidas, teremos 12% em 15 minutos e 30% em 30 minutos. Embora não seja um dos mais rápidos, está dentro do padrão para a faixa de preço. A realme promete que a bateria manterá a saúde em mais de 80% mesmo após 4 anos de recargas diárias.

O conjunto de câmeras do realme C75 aposta na simplicidade, trazendo um sensor principal de 50 MP na traseira e uma lente auxiliar. O terceiro aro é meramente decorativo. Na parte frontal, temos uma câmera de 8 MP para selfies.

O sensor traseiro entrega resultados semelhantes a outros modelos básicos, com boa qualidade em ambientes bem iluminados, mas dificuldades evidentes em situações de luz desafiadora.

Desfoque

As fotos em ambientes externos, durante o dia, apresentam cores naturais e nível de detalhe razoável. O HDR ajuda a equilibrar sombras e áreas claras, mas tem atuação limitada. Em cenários com sol de fundo, a imagem pode perder detalhes no rosto ou no céu.

O modo retrato tenta isolar o plano de fundo com software, mas ainda apresenta falhas na separação entre sujeito e fundo. O zoom digital já perde definição em 2x, e resultados superiores a isso são pouco aproveitáveis.

Zoom

O modo noturno não é o ponto forte: as imagens saem sem definição, com bastante ruído e baixo contraste, exigindo mãos firmes para evitar borrões. O foco automático também é mais lento em baixa luz.

Noturno

A câmera frontal produz selfies decentes com boa luz, mas a baixa resolução limita os detalhes. Em ambientes noturnos ou com pouca luz, há perda de nitidez e aumento de ruído, mas o modo retrato frontal funciona de forma aceitável.

Selfies

Na gravação de vídeo, tanto a câmera traseira quanto a frontal registram em Full HD, com qualidade adequada para a categoria. A ausência de estabilização faz com que gravações em movimento apresentem muitos tremidos. O foco é ágil para a categoria, enquanto o áudio é captado em estéreo, mas é abafado e não registra muitos detalhes do ambiente.

O aparelho sai de fábrica com Android 14 sob a interface realme UI 5.0. A interface traz os recursos tradicionais da marca, como Minicápsula, que exibe notificações e informações ao redor do recorte da câmera frontal, simulando a Ilha Dinâmica dos iPhones.

O sistema também inclui controles por gestos com a câmera frontal, permitindo ações rápidas sem tocar na tela, além de atalhos configuráveis no botão de energia. Há ainda o assistente de barra lateral e recursos de organização automática para os apps mais usados.

Há alguns recursos focados em IA, como o Smart Loop que reconhece o conteúdo que você pressiona e arrasta na tela, prevendo sua intenção ao sugerir ações de compartilhamento.

Em termos de atualizações, o C75 chega com o pacote de segurança relativamente atualizado, mas a expectativa de atualizações futuras deve seguir o padrão da marca, com foco em correções pontuais e menor prioridade para grandes atualizações.

O realme C75 é o melhor celular chinês da categoria? Seu principal rival é o Redmi Note 14, que pode até não oferecer a mesma certificação avançada contra água, mas compensa com uma tela AMOLED de brilho superior, cores mais vivas, contraste elevado e ângulo de visão mais amplo. Ele também se destaca no som, com áudio estéreo potente. O modelo da Xiaomi entrega desempenho mais ágil no uso com vários aplicativos, além de autonomia similar e recarga mais rápida. Também leva vantagem nas câmeras, especialmente nas selfies.

Outra alternativa é o Moto G35, que já oferece conectividade 5G. Sua proteção contra água é mais limitada, e a tela IPS LCD não impressiona no brilho máximo, mas compensa com taxa de atualização de 120 Hz, garantindo maior fluidez. O som estéreo também é um diferencial para quem busca mais imersão. O desempenho é mais rápido, a bateria tem duração semelhante, mas o tempo de recarga é mais lento. Nas câmeras, a qualidade é parecida, com vantagem em ambientes com pouca luz e a possibilidade de gravar vídeos em 4K.

Pontos fortes

• Design diferenciado
• Boa resistência contra água
• Tela grande de 90 Hz
• Recarga rápida para o segmento

Pontos fracos

• Tela poderia ter maior brilho
• Som mono decepciona
• Autonomia de bateria não empolga
• Câmeras limitadas à noite