Os dobráveis vieram para ficar? Essa é uma pergunta que ainda não sabemos responder, mas é visível a guerra que as maiores empresas de tecnologia móvel do mundo estão travando para lançar seus modelos.

Celulares com tela dobrável foram lançados pela Huawei, TCL, Samsung, Motorola e até por marcas menos conhecidas, como a Royole. E, na busca de produzir algo que não seja tão frágil e que vá se popularizando entre os usuários, dobras e formatos diferentes chegam ao mercado.

E chegaram até aqui no Brasil, quem diria. Depois do Motorola Razr e do Galaxy Fold, chega o Galaxy Z Flip, um smartphone que é uma mistura desses outros dois. Mas como ele é? A dobra é frágil? Ele é melhor do que o Razr? Preparamos um hands-on completo para vocês aqui no TudoCelular.com, confira!

Depois de lançar o Galaxy Fold, que de um retângulo comprido se abre para virar um quase quadrado, a Samsung resolveu apostar no formato que a Motorola trouxe com o Razr, e que foi visto como mais prático pelos analistas. Assim, o Z Flip é um pequeno quadradinho quando fechado, e um tradicional celular em barra quando aberto.

A Samsung apostou em um acabamento brilhante metalizado holográfico para este dobrável, nas cores roxa ou preta. Não é para ele ser discreto e nem sem graça. Sendo caro, ele está sendo posicionado como acessório de moda, e por isso será chamativo, sim. No geral ele não peca pela construção, é metal nas moldura e vidro por fora.

A dobradiça parece resistente, um pouco mais dura para abrir do que a do Razr. Se isso vai significar uma duração maior, só nossos testes mais completos dirão. A traseira de baixo do aparelho não tem nada, e é na parte superior em que fica a câmera dupla e o pequenino display de 1.1 polegada.

Essa telinha é de toque, e serve para ver as horas sem precisar abrir o aparelho e também para notificações e alguns comandos, como o de tirar uma selfie com as câmeras externas. Você pode até se ver um pouco para tirar uma foto enquadrada.

Fechado ele fica bem pequeno, mas não fino. Aberto ele é bem parecido com um smartphone da marca, comprido, e até que leve para toda a tecnologia. Do lado direito ficam os botões de volume e o sensor biométrico, enquanto que o esquerdo traz o berço para o chip SIM.

Abaixo, saída de som, conexão USB-C e microfone. Na dobra, fica estampado em baixo relevo o logotipo da Samsung. Ele não é à prova d’água mas vem com uma case protetora de plástico duro na caixa, e por ter ímãs, a Samsung pede para que você não deixe perto de cartões e outros.

Tela

A tela, o destaque. A Samsung afirma que o que recobre este display é uma espécie de vidro flexível de uma empresa alemã, mas acaba lembrando muito plástico, embora no toque seja diferente. Alguns problemas já foram encontrados nesse tipo de tela, inclusive riscando fácil com a unha se você forçar, mas a empresa diz que se trata de uma película protetora. O vinco na dobra fica bem visível.

Diferente do Fold, é um display de tamanho bem normal quando aberto, com 6.7 polegadas, definição FullHD+, aspecto 21.9:9 e tecnologia Dynamic AMOLED, sem Hz elevados. A câmera é resolvida com um furo centralizado na parte superior da tela.

As bordas estão bem presentes. O display ocupa menos de 83% do corpo, mostrando que telas dobráveis ainda não conseguem bordas tão finas quanto as comuns. De qualquer forma, a qualidade visual é muito boa, como esperado de uma tela da Samsung, com cores vivas e bom ângulo de tela.

Uma novidade em relação ao Fold é a dobradiça Freestop, que permite você abrir o Z Flip em qualquer posição. Assim, você pode apoiá-lo com a parte inferior na mesa com a parte superior dobrada, quase como um mini notebook. Isso traz novas funções a esse tipo de tela.

Som

Com vários outros pontos fortes, o som não teve muita atenção. Ele não é estéreo e fica apenas com a saída de som na parte inferior para mídia, embora tenha também a que fica acima da tela, apenas para ligações.

Não há conexão P2 para fones, e a Samsung envia fones AKG que estão disponíveis também para seus outros topos de linha. Espera-se que sejam fones de ótima qualidade, você vai ficar sabendo na nossa análise completa.

Recursos

Como qualquer Samsung, ele vem com a interface OneUI 2.1 em cima do Android, que está em sua versão mais atual. E, embora seja igual ao de outros celulares da marca, há funções especiais para aproveitar a tela dobrável.

Um deles é o modo mesa ou Flex mode, que já citamos, onde você pode deixar o aparelho semi aberto em uma superfície para ver vídeos e até controlar a câmera. Metade da tela fica com a visão da foto e a outra apresenta os controles. Pode ser muito útil para capturas de longa exposição, por exemplo, já que traz estabilidade, e também em chamadas de vídeo.

Outro é a multitarefa, que é beneficiada pela tela bem comprida. Com todo esse espaço, você pode usar com certo conforto duas aplicações ao mesmo tempo. Não é tão legal quanto os três apps simultâneos do Fold, mas aproveita bem esse display. Em conexões ele é bem completo, incluindo NFC, WiFi dual band, Bluetooth 5.0 e outros. Infelizmente, ele não vem com suporte ao DeX.

Seu grande diferencial perante o Razr está aqui. Enquanto a Motorola afirma que precisou colocar um hardware mais simples em seu dobrável para que ele coubesse bem, a Samsung deu um jeito de trazer o que há de mais top para o desempenho.

Como foi feito em 2019, ele traz o processador topo de linha da Qualcomm, um Snapdragon 855+, junto com 8 GB de RAM e espaço com memória rápida UFS 3.0 de 256 GB. Não há slot para microSD, mas o armazenamento disponível já deve servir bem.

Nossos testes padronizados dirão o quão bom é este conjunto quando comparado com os Galaxy S10 lançados no ano passado, e até em relação aos Galaxy S20, mas com especificações como essa, é certo que ele não vai tropeçar em nada.

Com um espaço diminuto, não tinha como esperar uma grande bateria. São 3.300 mAh dentro do Z Flip, o que não é terrível, mas passa longe de ser bom. De qualquer forma, a tela FullHD+ ajuda a economizar, e com apenas a telinha no modo Always On também.

Nossos parceiros do HDBlog, no uso que já tiveram, avisam que um dia de uso pesado leva a chegar no fim do dia com dificuldade, com pouco mais de 6 horas de tela. Em uso médio, dá para passar de um dia.

O carregador que vem na caixa é rápido, de 15W, e não é dos mais velozes como os de 25W do S20 porque a bateria nem é grande. Para compensar, há carregamento sem fio de 9W.

A câmera é boa, mas não é destaque como temos nos novos Galaxy S20 e nem nos Galaxy S10. São apenas duas câmeras traseiras e uma frontal, um conjunto simples mas que aparentemente não deixa a desejar no geral.

Temos um sensor wide de 12 megapixels e abertura f/1,8 e outro ultrawide de 12 megapixels com abertura f/2,2. Na frente, uma wide de 10 megapixels com abertura f/2.4. A câmera principal possui abertura fixa, infelizmente, e é um conjunto conservador, mas não altera muito a experiência de fotografar em comparação com o Galaxy S10 do ano passado.

Fotos tiradas com o Galaxy Z Flip

Do que vimos, entretanto, a grande angular captura um campo de 123° e não tem mudança de cor para a principal, além de boa gestão de brancos e temperatura. Há pouca distorção nas laterais. A frontal também é muito interessante, mesmo sendo inferior a do Galaxy S10. O vídeo pode ser captado em 4K a 60fps, e também em super câmera lenta em HD. A frontal faz vídeos em 4K a 30fps.

Você já deve ter visto o preço por aí e ficado chocado. Mas a verdade é que os dobráveis são uma nova tecnologia, e por enquanto estes novos modelos vão sim custar uma fortuna. Com direito a lista de espera, o Galaxy Z Flip chega ao mercado brasileiro custando R$ 8.999, também conhecido como 9 mil reais.

Não por acaso, este é o mesmo preço do Motorola Razr no Brasil, e talvez vejamos o dobrável da Samsung sendo vendido antes do retrô da Motorola. Custando o mesmo valor, o celular da Samsung é mais poderoso e virtualmente melhor, só não conta com a nostalgia.

Esse é um preço que não deve baixar muito, pois a Samsung sabe que venderá poucas unidades, então não espere promoções arrasadoras.

Galaxy Z Flip

• Tela Dynamic AMOLED de 6,7 polegadas com resolução Full HD+
• Display com entalhe circular centralizado e proporção 21.9:9
• Chipset Qualcomm Snapdragon 855+
• 8 GB de memória RAM
• 256 GB de armazenamento interno
• Câmera frontal de 10 MP e f/2.4
• Câmera traseira tripla
  • Sensor principal de 12 MP com lente wide f/1.8, Dual Pixel PDAF, OIS
  • Sensor de 12 MP com lente grande-angular f/2.2
• Bateria de 3.300 mAh
• Sensor de impressões digitais na lateral do aparelho
• Dimensões de 167,3 x 73,6 x 7,2 mm aberto; 87,4 x 73,6 x 17,3 mm dobrado
• Peso de 183g

O Galaxy Z Flip é um bom exemplo de como você pode interpretar a mesma idéia de uma maneira completamente diferente. Se esse formato é melhor do que aqueles adotados pelo Fold e pelo Mate X, o tempo vai dizer.

o Z Flip certamente parece um projeto mais maduro do que o Galaxy Fold. Menos frágil, com mais cara de produto final, e sem sacrificar muita coisa além da bateria. Parece um projeto mais sólido, com hardware de ponta e que leva a Samsung para um caminho interessante nos dobráveis.

E, por mais que seja muito, muito caro, ainda é mais barato do que o Fold, o que é uma boa notícia. Aguardamos os próximos menos caros, quem sabe.

E você, acha que o Galaxy Z Flip é melhor do que o Fold? Quero saber sua opinião aí embaixo nos comentários.