Samsung 29 Abr
O Galaxy Book 4 Ultra é o notebook mais poderoso da Samsung disponível atualmente no mercado brasileiro, mas será que ele realmente vale os mais de R$ 17 mil cobrados por ele?
Passamos as últimas semanas usando a fundo o laptop ultrafino da sul-coreana, e chegou a hora de descobrir como ele se saiu em nossos testes.
Construído em alumínio para entregar maior resistência aos acidentes do dia a dia, o Galaxy Book 4 Ultra tem menos de 1,7 cm de espessura e menos de 1,9 kg de peso, sendo um modelo interessante para quem quer boa potência em todo tipo de aplicação, mas não quer um trambolho gamer gigantesco.
O notebook não tem nenhuma certificação extra de resistência como vemos em alguns modelos da ASUS ou Lenovo, mas sua boa construção mostra que ele vai conseguir aguentar o tranco e ser levado por aí na mochila em problemas.
A tampa externa é totalmente lisa, tendo apenas o logo da Samsung espelhado como detalhe. Ele é todo na cor grafite, que é um cinza meio puxado para o azul marinho, fugindo um pouco dos notebooks em branco ou prata que temos por aí.
A tela grande de 16 polegadas em proporção 16:10 tem bordas finas nas laterais e no topo, mas um pouco maior na parte de baixo. Não temos uma trava física de privacidade para a webcam de 2 megapixels, o que é uma pena, mas a câmera tem boa qualidade, campo de visão amplo e boa posição centralizada na borda superior.
Dimensões | 355,4 x 250,4 x 16,5 mm |
Peso | 1,86 kg |
Mas o destaque mesmo fica para o trackpad enorme de 16 x 11 cm, que ocupa boa parte da área abaixo do teclado e funciona com gestos de vários dedos para ajudar na navegação. O teclado é bem espaçoso e confortável, trazendo perfil baixo, iluminação na cor branca com três níveis de brilho, padrão ABNT e teclado numérico dedicado. Há ainda um leitor de digitais para autenticação no Windows e em apps compatíveis.
Na parte de conexões, por outro lado, a Samsung poderia ter sido mais generosa. Temos duas USB-C com Thunderbolt 4 e uma HDMI 2.1 no lado esquerdo, além de uma USB-A 3.2, uma P2 de 3,5 mm para fones de ouvido ou microfone e um leitor de cartão micro SD no lado direito. Ele tem ainda Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.3.
Uma segunda porta USB-A faz falta, especialmente se você for do tipo que usa teclado e mouse externos. Além disso, quando ele está na tomada uma porta USB-C já fica ocupada para a recarga, deixando apenas uma USB-C e uma USB-A livres para uso.
A caixa do Galaxy Book 4 Ultra é grande, mas bem organizada. Temos o notebook, um carregador de 140 W com porta USB-C e o próprio cabo USB-C para recarregar o laptop, além de manuais e termos de garantia.
A Samsung é conhecida por suas telas AMOLED usadas até pela Apple, e não seria diferente em seu laptop mais premium. O Galaxy Book 4 Ultra vem com um painel AMOLED Dinâmico 2X touchscreen de 16 polegadas com resolução 2,8K, taxa de atualização de 120 Hz, 120% de cobertura DCI-P3, tempo de resposta de 0,2 ms e sensor de luz ambiente, entregando brilho de até 500 nits que se adapta de acordo com o local. O painel é protegido por vidro Corning Gorilla Glass DX.
Como esperado, a experiência de uso com essa tela foi ótima em todos os sentidos, sendo visto um nível de reflexo bem baixo, ótimas cores em basicamente qualquer ângulo de visão e boa resposta aos comandos. Talvez o único ponto de atenção aqui seja para a fixação de marcas de dedo se você for do tipo que usa muito os comandos por toque na tela, sendo bom ter um paninho de microfibra por perto.
Com a ótima tela, temos também um sistema de som encorpado. São quatro alto-falantes AKG, dois de cada lado, posicionados com a saída de som na parte inferior das laterais. O sistema é composto por dois woofers de 5 W cada e dois tweeters de 2 W cada, oferecendo ainda suporte a Dolby Atmos para som espacial.
O som é alto e com vocais bem definidos, sendo uma ótima opção para assistir filmes e jogar. Para ouvir músicas já sentimos alguma confusão entre os médios e os graves, o que atrapalha um pouco a experiência dependendo do estilo musical que você curte.
Tela | AMOLED Dinâmico 2X, 16 polegadas, resolução de 2880 x 1800 pixels, taxa de atualização de 120 Hz, touchscreen, antirreflexo, 120% DCI-P3, brilho de 500 nits, tempo de resposta de 0,2 ms, HDR, Vision Booster, Corning Gorilla Glass DX |
Som | Quad Estéreo AKG, 2x Woofer de 5 W + 2x Tweeter de 2 W, Dolby Atmos |
Um modelo com Ultra no nome tem que ser Ultra também no desempenho, né? O Galaxy Book 4 Ultra enviado para análise traz chip Intel Core Ultra 9 185H, com CPU de 16 núcleos e 22 threads, clock boost até 5,1 GHz, 24 MB de cache e GPU integrada Intel Arc de 8 núcleos.
Para dar um gás extra em aplicações gráficas e jogos, temos ainda a GeForce RTX 4070 com 8 GB de VRAM GDDR6 e TDP de 80 W, além de 32 GB de RAM LPDDR5X e 1 TB de SSD.
Em números de benchmark, tivemos boas pontuações tanto em CPU quanto em GPU, conforme visto na lista abaixo:
- Geekbench 6 single-core: 2.276
- Geekbench 6 multi-core: 14.018
- Geekbench 6 GPU OpenCL: 82.580
- Geekbench 6 GPU Vulkan: 37.317
- Geekbench AI (ONNX, CPU): 2.943/1.280/3.701
- Geekbench AI (ONNX, DirectML): 16.674/26.676/12.821
- Geekbench AI (OpenVINO, CPU): 2.964/2.952/7.515
- Geekbench AI (OpenVINO, GPU): 8.101/12.542/18.996
- PCMark 10: 7.304
- 3DMark Steel Nomad DX12: 2.180 (21,81 fps)
- 3DMark Time Spy: 10.247
- Cinebench R23 Single-Core: 1.613
- Cinebench R23 Multi-Core: 15.906
Mas o que isso quer dizer na prática? Em nossos testes, notamos uma performance estável em basicamente qualquer tipo de tarefa, indo desde coisas simples como abrir muitas guias no navegador e trabalhar com textos até funções mais intensas como edição e renderização de vídeos em 4K no Premiere, fotos no Photoshop e, claro, jogos.
O benchmark de Shadow of the Tomb Raider nos mostrou 95 fps de média no alto e 88 fps de média no Máximo, e jogos como Death Stranding, Genshin Impact, Counter-Strike 2, Assassin's Creed Syndicate e BioShock 2 Remastered rodam cravados nos 60 fps ou acima disso, quando disponível. Até Portal RTX rodou sem problemas acima dos 70 fps.
Dito isso, temos alguns poréns. O primeiro é que o notebook esquenta um bocado, já que a entrada de ar fica na parte inferior e a saída na parte traseira, então nada de jogar com ele no colo. Também por conta disso, a parte central do teclado até a área superior esquenta muito, algo que você precisa ter em mente se for jogar algo que use teclas por ali.
O segundo ponto é a ventoinha, que tenta dar conta do calor gerado e faz bastante barulho durante jogos mais pesados, atrapalhando um pouco a experiência se você estiver sem fones de ouvido.
Falando sobre o sistema em si, não temos o Windows 11 com Copilot+ por aqui, então nada de legenda com tradução em tempo real ou Paint com Cocriador, mas ainda está disponível o Efeitos de Estúdio para uso de efeito desfoque e aprimoramentos na câmera em chamadas de vídeo.
Mas a parte legal de verdade está no que a Samsung traz de extra, especialmente na integração com outros produtos Galaxy. Temos o QuickShare para transferência rápida de arquivos por Wi-Fi, o Segunda Tela para usar tablets como um monitor externo, o SmartThings para controle de casa inteligente e várias outras funções dentro do Galaxy Book Experience.
A Samsung até mesmo inclui um menu próprio de configurações, similar ao que temos nos celulares e tablets da marca, e um software de diagnóstico para que você veja se tudo está funcionando perfeitamente em seu notebook.
Processador | Intel Core Ultra 9 185H (até 5,1 GHz com 24 MB L3 de cache) |
GPU | Nvidia GeForce RTX 4070 8 GB GDDR6 (TGP de 80 W, Boost Clock de 1605 MHz) |
RAM | 32 GB LPDDR5X |
Armazenamento | 1 TB SSD NVMe |
O Galaxy Book 4 Ultra vem com bateria de 76 Wh, que segundo a Samsung é capaz de entregar até 21 horas de reprodução de vídeos. Em nosso teste de uso prático, iniciamos o expediente às 8 horas da manhã e chegamos às 17h, no final da tarde, com o alerta de nível baixo de bateria apitando.
Foram cerca de 9 horas de uso, entre navegação web no Edge, reprodução de vídeos no YouTube, conversação por Telegram e WhatsApp Web, streaming de músicas no Spotify e edição de fotos no Photoshop. Já será o suficiente para te fazer chegar ao final do dia se você esquecer o carregador ao sair de casa, mas não chega perto do que temos visto nos modelos com chip ARM.
O tempo de recarga total foi de pouco mais de 2 horas com o carregador de 140 W que vem na caixa. Com 1 hora na tomada você tem metade da carga preenchida, o que já vai te dar algumas horas a mais de uso. O tempo não é tão ruim, mas o tamanho exagerado do carregador, que ocupa alguns slots de uma régua padrão de energia, pode atrapalhar caso seu espaço seja mais limitado. Pelo menos ele serve para carregar outros produtos.
Abrimos este review perguntando se o Galaxy Book 4 Ultra vale o preço que pedem por ele no Brasil.
Temos um modelo fino, leve, com boa performance para todo tipo de tarefa, com ótima tela, leitor de digitais, boas funções de software para quem tem outros produtos Galaxy e bateria com boa duração. Sentimos falta de mais uma porta USB-A e de trava física para privacidade na webcam, e o aquecimento durante uso pesado preocupou um pouco, assim como o carregador gigante e não tão rápido.
No geral, o modelo entrega mais que o Zenbook S 16 OLED, rival vendido pela ASUS na mesma faixa de preço e que não oferece GPU dedicada, também superando o MacBook Pro de 16 polegadas em boa parte dos quesitos, sendo o modelo da Apple superior apenas em autonomia de bateria e custando mais de R$ 10 mil a mais. Se seu foco é em ter algo ainda mais leve, silencioso, e com bateria que dura muito mais, o Vivobook S 15 pode ser uma alternativa.
Então sim, se você tem R$ 15 mil para dar em um notebook e quer um modelo com potência de sobra que possa levar por aí em viagens, o Galaxy Book 4 Ultra é uma ótima opção disponível oficialmente no Brasil. Atualmente já é possível achar a versão com Core Ultra 7-155H e RTX 4050 de 6 GB por preços na casa dos R$ 12 mil, se você não fizer questão da performance tão forte quanto o modelo que testamos.
E você, compraria um Galaxy Book 4 Ultra? Quais pontos acha que a Samsung devia focar em melhorar na próxima geração? Comenta aí embaixo!
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