Tech 06 Jun
As eleições estão chegando e até mesmo o Google está se preparando para lidar com a demanda de pesquisas que serão realizadas para que os brasileiros possam conhecer melhor seus candidatos. Mas mesmo tão próximos do primeiro turno do pleito, ainda vemos um problema muito grande cuja tendência infelizmente é piorar: as chamadas fake news.
Não à toa o TSE e a Polícia Federal criaram um grupo de trabalho para combatê-las até outubro, e até o Ministro da Ciencia, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, se posicionou à favor do combate delas em prol de um pleito mais justo. Porém, uma pesquisa promovida pelo Instituto InternetLab mostrou que os maiores presidenciáveis da corrida deste ano têm, em média, 37,4% do seu público no Twitter constituído por robôs.
A análise foi feita pela ferramenta chamada Botometer da Universidade de Indiana, Estados Unidos. Com o apoio de uma inteligência artificial treinada para detectar comportamento em redes sociais, o software analisa diversas métricas e variáveis como padrões nos tweets e horários. A eficácia do método é de 90%, segundo revelou o jornal Folha de São Paulo.
Claro, o número de 37,4% é apenas uma média quando colocamos todos os pré-candidatos na mesma equação, mas o número total de seguidores de cada um deles é bastante diferente: Marina Silva (Rede), por exemplo, tem quase 2 milhões, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) tem 65 mil.
Por isso, os 36% de seguidores robôs - segundo o InternetLab - da ex-senadora representam um universo de quase 700 mil dos follows que ela tem no Twitter. Para se ter ideia, em números absolutos quem vem atrás dela é Geraldo Alckmin (PSDB), cuja fatia de bots o seguindo é de incríveis 46%, mas que significa um total de 456 mil contas automatizadas.
Em terceiro vem Jair Bolsonaro (PSL), cujas análises do instituto apontam uma parcela de 34% de robôs entre seus seguidores na mesma plataforma, totalizando pouco mais de 400 mil scripts disfarçados de usuários.
Confira os números completos a seguir:
- Marina Silva (Rede) - 689.112 (36%)
- Geraldo Alckmin (PSDB) - 456.658 (46%)
- Jair Bolsonaro (PSL) - 403.874 (34%)
- Álvaro Dias (Podemos) - 261,588 (64%)
- Lula (PT) - 74.119 (22%)
- Ciro Gomes (PDT) - 52.836 (32%)
- Manuela D'Ávila (PCdoB) - 45.162 (22%)
- João Amoêdo (Novo) - 14.560 (21%)
- Rodrigo Maia (DEM) - 12.612 (30%)
- Henrique Meirelles (MDB) - 11.687 (24%)
- Guilherme Boulos (PSOL) - 9.177 (14%)
- Flávio Rocha (PRB) - 7.619 (29%)
Os números foram obtidos pelo InternetLab em 4 de junho de 2018, e como é possível observar, os candidatos com menor número absoluto de fakes entre seus seguidores foram obtidos por Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Flávio Rocha (PRB).
Falando em números percentuais, os pré-candidatos com maior número de contas legítimas os seguindo são Guilherme Boulos (PSOL) com 86%, João Amoêdo (Novo) com 79%, e Manuela D'Ávila (PCdoB) com 78%.
Apesar do número de contas automatizadas ser grande entre os presidenciáveis, o diretor do instituto explicita que nem sempre esses falsos seguidores são comprados pelos políticos.
Para ele, é razoável que figuras públicas que podem desempenhar papel importante tenham certa proporção de bots em suas redes, pois essas contas tendem a seguir preferencialmente os perfis mais populares em seus tópicos de destino.
A única anomalia detectada foi no caso do senador Álvaro Dias (Podemos), cujo percentual é o mais alto entre os presidenciáveis, 64%.
O estudo aponta para o crescimento artificial de seguidores dele, e promoveu o isolamento de 20 grupos de contas em determinado período de tempo que começaram a segui-lo. A partir disso, foi observado que nove desses grupos eram constituídos por um mínimo de 80% de bots. Dois deles chegaram a concentrar mais de 95% de falsos seguidores.
Por meio de sua assessoria, o senador informa que sua equipe desconhece a presença de robôs em suas redes e toma cuidados para identificá-los.
E você, o que achou dos números revelados pelo estudo? Seu candidato aparece na lista? Conte para a gente nos comentários!
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