E parece que "limite" não é uma palavra existente no dicionário dos hackers ao redor do mundo. A última façanha desse grupo de criminosos cibernéticos foi realizar o furto de mais de 2 mil litros de gasolina sem que fossem flagrados de forma instantânea pelo sistema do posto.

Segundo a polícia de Detroit, cidade do estado de Michigan nos Estados Unidos, os ladrões utilizaram algum tipo de equipamento de acesso remoto para efetuar essa missão. O dispositivo fez com que tanto a bomba quanto o controle de saída de gasolina do frentista fossem hackeados, impedindo que o funcionário conseguisse desligar o fornecimento impróprio ao perceber o ocorrido.

O golpe ocorreu no dia 23 de junho, por volta das 13h (horário local) no posto de gasolina Marathon, a cerca de 15 minutos do centro de Detroit. Estima-se que, durante os 90 minutos de invasão, 10 carros tenham sido beneficiados por esse ataque, que usurpou mais de 600 galões, dando um prejuízo em torno de U$ 1.800 (R$6.970).

"Eu tentei parar, mas não funcionou", disse o frentista Aziz Awadh. “Eu tentei pará-lo aqui na tela, mas a tela não está funcionando. Eu tentei pará-lo do sistema; nada funcionando. ”

Acredita-se que programa usado no posto para realizar o gerenciamento de combustível tenha alguma brecha que foi descoberta e usada pelos hackers para realizar a invasão. Segundo uma pesquisa realizada pela Motherboard, pelo menos um fabricante desse tipo de sistema possui vulnerabilidades que permitem ataques de softwares maliciosos.

Em 2015, a empresa de segurança TrendMicro informou que a maioria dos sistemas de gerenciamento de postos de gasolina possuem algum tipo de vulnerabilidade por estarem conectados com a internet e essa brecha torna-se ainda maior pelo fato de muitos não inserirem algum tipo de senha de proteção. Esses fatores fazem com que qualquer pessoa com um conhecimento um pouco maior de informática consiga invadir esse tipo de programa.

Apesar do problema ter ocorrido nos Estados Unidos, depois da greve dos caminhoneiros vimos o quanto é necessário que o nosso país tenha um sistema de gestão de gasolina mais organizado. Mas é importante destacar a necessidade de ter segurança para que não ocorra algo semelhante por aqui, pois a probabilidade do prejuízo ser ainda maior que o de Detroit é grande.