O ano de 2018 ainda não acabou e, ao que tudo indica, o Facebook deve iniciar 2019 apagando mais um incêndio. Como sabemos, a rede social de Mark Zuckerberg já passou por diversos escândalos de privacidade, sendo que o mais recente envolveu o compartilhamento de dados com outras gigantes de tecnologia.

Agora, de acordo com novas informações do The New York Times, o Facebook vem enfrentando diversos problemas para treinar seus moderadores. Isso porque um livro de regras que é distribuído para esse pessoal está cheio de "lacunas, preconceitos e erros diretos";

Segundo o jornal, os documentos foram fornecidos por um funcionário da própria rede social que não quis ser identificado por medo de represálias. Entre toda a papelada, há um guia, planilhas e até mesmo um PowerPoint que o Facebook usa para orientar seus moderadores:

As diretrizes para identificar o discurso do ódio, um problema que atormenta o Facebook, chegam a ter 200 páginas cheias de jargões. Os moderadores devem classificar um post em um dos três "níveis" de gravidade. Eles devem ter em mente listas como as seis “comparações desumanas”. Um exemplo é comparar judeus a ratos

De acordo com o jornal, esse livro de regras é confeccionado por um grupo de advogados e "jovens engenheiros" que, em alguns casos, consultam a comunidade externa. No entanto, eles são livres para estabelecer algumas políticas e isso pode ocasionar diversos problemas, uma vez que eles são um grupo restrito de pessoas lidando com assuntos complexos.

Além disso, os próprios moderadores também enfrentam a pressão da rede social para lidar com uma quantidade muito grande de conteúdo em poucos minutos. Outro ponto que dificulta o trabalho é a exigência de que regras sejam decoradas e até mesmo a barreira linguística com alguns moderadores recorrendo ao Google Tradutor para resolver casos.

Assim, a rede social acaba abrindo brechas para que grupos políticos a usem para espalhar sua ideologia. Em um exemplo, em Myanmar o Facebook foi usado para perseguir muçulmanos e, segundo o Times, isso ocorreu por conta de uma "brecha" nas regras que a empresa oferece aos seus moderadores.

Por enquanto, o Facebook ainda não se manifestou sobre a nova reportagem do jornal estadunidense. De toda forma, a rede social possui uma série de graves problemas para resolver, uma vez que o crescimento no número de usuários também trouxe novos desafios.