Tech 24 Jan
Google e Apple estão juntamente sendo criticadas por organizações de direitos humanos após a liberação de um aplicativo do governo da Arábia Saudita que basicamente é capaz de monitorar e limitar a atuação das mulheres na sociedade.
Chamado de Absher, ele é basicamente um agregador de serviços públicos, mas que traz também uma série de configurações que são capazes de restringir ainda mais a liberdade da mulher saudita. No país, toda pessoa do sexo feminino precisa ser gerida por um tutor do sexo masculino.
Com isso, um indivíduo é capaz não só de definir por quanto tempo uma mulher ligada a ele pode passar fora, como também quais localidades ela pode visitar. É possível ainda limitar viagens por aeroportos, e ser notificado quando o passaporte dela for utilizado; some aí que ele também pode cancelar essas autorizações a qualquer momento, diretamente por um smartphone. E rastrear a localização em tempo real.
A maioria desses serviços sempre foram disponibilizados pelo governo, mas a facilidade de tê-los ao alcance de um aplicativo tornou as mulheres ainda mais monitoráveis. Por isso, a Human Rights Watch quer pressionar Google e Apple para que o governo limite os recursos do software, retirando essas opções que ferem os direitos humanos.
A organização não-governamental afirma ainda que apps com essas características ferem as políticas de uso das duas plataformas. E também, a partir do momento que as companhias aceitam um produto assim em suas lojas, são cúmplices de práticas extremamente retrocedentes.
Nem a gigante de buscas nem a Maçã de Tim Cook se pronunciaram sobre as críticas levantadas. Elas poderão fazê-lo em algum momento, ou então tentar jogar o problema para debaixo do tapete, em nome da diplomacia.
Vale lembrar, na China o WeChat está sendo usado como motor para um aplicativo que visa descriminar pessoas endividadas, as pressionando a quitarem débitos com o governo e empresas.
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