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Atualização (16/08/19) - JS
Desde que o Facebook confirmou que pagava pessoas para ouvirem e transcreverem áudios enviados pelo aplicativo Messenger, os usuários da rede social ficaram cada vez mais desconfiados em relação à privacidade dos seus dados dentro dos apps da empresa de Mark Zuckerberg.
E tal preocupação está afetando até mesmo a cúpula do nosso país, pois a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, enviou uma notificação ao Facebook pedindo esclarecimentos a respeito do uso de escutas no mensageiro, onde eles desejam saber até que ponto essa história é verídica e o quanto os usuários brasileiros foram afetados por essa ação.
Segundo Luciano Timm, titular da Senacon, existe a possibilidade do órgão abrir uma investigação contra a rede social, caso não respondam a solicitação em até dez dias, algo que pode acarretar em uma multa milionária.
— De acordo com o retorno, poderemos abrir uma investigação e até um processo contra a empresa devido a violação de privacidade do consumidor — explica Timm, informando que a multa pode ser de até R$ 9 milhões.
Artigo Original - 14/08
O Facebook confirmou nesta semana que também pagava funcionários terceirizados para ouvir e transcrever áudios de usuários do Messenger. A informação foi publicada pela Bloomberg, sendo que o relato partiu de algumas pessoas que foram contratadas pela própria rede social para ouvir as gravações.
De acordo com esses funcionários, eles não sabiam as origens dos áudios e tampouco o motivo para transcrevê-los. Além disso, em alguns casos, o conteúdo das conversas chegava a ser um tanto vulgar. Com a divulgação do caso, o Facebook afirmou que interrompeu a coleta e analise de áudios por humanos "há uma semana".
Além disso, a rede social justificou que estava transcrevendo o áudio dos usuários para verificar se a Inteligência Artificial estava trabalhando corretamente na função "voz para texto". O recuso existe no Messenger desde 2015 (em inglês).
A empresa de Mark Zuckerberg também afirmou que os dados eram anonimizados, então não haveria uma forma de ligar aquilo que era dito a uma pessoa específica. Mesmo assim, a Bloomberg destaca que alguns funcionários se sentiam incomodados com o trabalho considerado "antiético".
Isso porque em nenhum momento o Facebook cita em sua política de privacidade que aqueles áudios poderiam ser ouvidos por uma terceira pessoa. O documento da rede social dá a entender que todo o conteúdo é automaticamente processado pela IA, sendo que há apenas um trecho bem vago que diz:
Outros fornecedores e prestadores de serviço que suportam nossos negócios analisam como nossos produtos são usados
Além disso, para piorar a situação, quando uma das partes ativa o "voz para texto" em uma conversa, as duas pessoas poderiam ter as suas mensagens analisadas por funcionários.
O Facebook não foi o único a admitir que funcionários terceirizados estavam ouvindo conversas de usuários. Isso porque a Amazon, Apple, Google e Microsoft também utilizavam a mesma estratégia para melhorar os seus serviços.
No caso das três primeiras empresas, esses contratados ouviam gravações da Alexa, Siri e Assistente. Já a situação da Microsoft está relacionada com a Cortana e também ao Skype Translator, sendo ela a única a não encerrar o processo de análise e transcrição de áudios.
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