Durante a pandemia do novo coronavírus, pesquisas revelaram que houve um aumento nos casos de agressões a mulheres.

Devido a isso, uma parceria entre o Uber, o Instituto Avon e a agência de publicidade Wieden+Kennedy desenvolveu uma ferramenta que permite a mulheres vítimas de violência doméstica a pedir ajuda pelo WhatsApp em casos de agressões. O sistema consiste em um chatbot no mensageiro que funciona como um assistente virtual. Através dele, mulheres podem pedir ajuda e receber orientações na tela sem chamar atenção do agressor.

Para utilizar o serviço, a usuária precisa salvar o número 11 94494-2415 nos contatos do celular. A partir de então basta iniciar uma conversa com o número cadastrado e fornecer as informações solicitadas no aplicativo, que poderão ser respondidas facilmente e, tendo um retorno rápido do chatbot, a vítima fornece detalhes sobre a agressão para identificar o grau de risco e direcioná-la ao suporte adequado.

De acordo com a divulgação do serviço, caso haja a necessidade da vítima se locomover até um posto de saúde, delegacia ou centro de assistência social é fornecido um código durante a conversa no WhatsApp com o qual a usuária tem direito a uma viagem gratuita no aplicativo do Uber até o local apropriado.

Segundo Daniela Grelin, diretora-executiva do Grupo Avon, o objetivo da ação é “ajudar aquela mulher que esteja em casa, sem nenhuma privacidade, convivendo o dia inteiro com o autor da agressão,” usando a tecnologia a favor das vítimas de violência. “O chatbot tem a característica de permitir que a mulher faça essa denúncia pelo WhatsApp com um contato que passa como se fosse o contato de uma pessoa, perante o agressor”, afirmou Grelin.

Durante a pandemia de COVID-19 os atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas de violência aumentaram 44,9% no estado de São Paulo, em comparação entre março de 2020 e o mesmo mês no ano passado. No total, foram 9.817 ocorrências.

De acordo com os dados, também houve um aumento de 46% nas ocorrências de feminicídio, crime de assassinato a mulheres por motivado por questões de gênero.

No Rio de Janeiro, a Justiça do Estado relatou aumento de cerca de 50% dos casos de violência doméstica desde o início das medidas de isolamento social adotadas.