Segurança 15 Jul
Atualização (15/07/2020) - BB
No começo de junho, estudantes e pesquisadores da USP apresentaram o projeto Spira, que utiliza uma tecnologia de inteligência artificial para identificar uma possível contaminação por coronavírus com base na voz das pessoas e ajudar na triagem dos casos.
Na ocasião foi divulgado que mais de seis mil voluntários saudáveis já havia enviado suas “vozes” ao projeto para a construção da base de dados que servirá como controle e comparação com possíveis contaminados.
Agora, esses números foram atualizados com a inclusão de mais voluntários que incluem tanto pessoas saudáveis quanto pacientes que já testaram positivo para a COVID-19. Ao todo, mais de 10,5 mil pessoas “doaram” suas vozes para o Spira, sendo cerca de 10 mil deles pessoas saudáveis e aproximadamente 500 pacientes.
As vozes dos pacientes internados com COVID-19 são captadas pelo WhatsApp por profissionais da medicina que participam do projeto. Já as pessoas saudáveis podem enviar suas vozes pelo site do projeto.
Texto original (05/06/2020):
Covid-19: Spira é projeto de IA que visa detectar necessidade de internação por voz
As instituições de ensino e pesquisa do Brasil estão mostrando desde o início da pandemia do novo coronavírus que, ao contrário do que muitos podem pensar, a educação brasileira não é balbúrdia: a USP já desenvolveu respiradores de baixo custo, a UFRJ está engajada na pesquisa que pretende obter um soro a partir de plasma de cavalos para tratar a Covid-19, e agora a inteligência artificial é a mais nova aliada de estudantes e pesquisadores da Universidade de São Paulo, que pretendem desenvolver uma ferramenta que ajude no diagnóstico precoce de crises respiratórias ligadas ao novo coronavírus.
O projeto, chamado de Spira, visa usar a voz de doentes com a Covid-19 em leitos de enfermaria e CTI do Hospital das Clínicas, em São Paulo, para treinar uma rede de IA, em modo caixa preta, comparando-as com as vozes de pessoas saudáveis. Ou seja, o sistema neural teria que identificar, sozinho, as diferenças entre as vozes de enfermos e pessoas saudáveis, e partir daí oferecer resultados que possibilitem o desenvolvimento de um software capaz de detectar precocemente a necessidade de internação de uma pessoa a partir da leitura de uma frase.
E por que isso é tão importante? Bem, muitas vezes pacientes aparentemente ainda saudáveis apresentam uma oxigenação sanguínea baixa, o que pode levar a uma súbita falta de ar, chamada de hipóxia silenciosa. Esse quadro vai exigir sua internação, que se for tão súbita assim, pode levar um tempo crucial e talvez fatal.
O estudo, conduzido por pesquisadores da USP, já está coletando dados de internados há três semanas. O áudio é gravado e enviado por WhatsApp através dos celulares de médicos envolvidos na pesquisa. Enquanto isso, uma página na internet permite que voluntários saudáveis enviem suas gravações, após preenchimento de um formulário. Já são mais de 6 mil colaboradores sem a doença.
Os envolvidos na pesquisa e desenvolvimento do Spira alertam, porém, que não se trata de fazer o diagnóstico da Covid-19 por voz. O que eles desejam é detectar se a pessoa precisa ou não ser internada, ajudando na triagem de pacientes.
Os primeiros resultados do Spira deverão chegar em três meses.
E você, o que achou desse projeto com DNA brasileiro? Conte para a gente nos comentários!
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