Tech 11 Abr
Diversas formas para detecção do coronavírus estão sendo adotadas em todo o mundo e uma das mais interessantes envolve pesquisadores brasileiros, que tem a intenção de identificar portadores do coronavírus por meio do som da tosse provocada pela infecção. Entenda como isso deve funcionar e como a pesquisa está sendo desenvolvida.
A pesquisa está sendo desenvolvida numa parceria entre a Fundação Fiocruz e o Instituto Butantan com uma inteligência artificial da Intel graças a uma mediação desenvolvida pelo MBC - Movimento Brasil Competitivo. O objetivo é facilitar o diagnóstico com mais essa ferramenta contribuindo com o sistema de saúde brasileiro. Participarão dos estudos outras duas universidades: a Federal do Mato Grosso, UFMS, e a USP, de São Paulo.
É interessante dizer que o estudo parte da ideia que cada doença respiratória produz uma tosse diferente no indivíduo, sendo assim, a inteligência poderia criar um padrão para identificar o coronavírus.
O estudo será composto por diversas fases e por enquanto encontra-se na primeira delas, que envolve o recolhimento de 900 amostras de áudio para que o algoritmo seja treinado. Desse total, 300 serão de pessoas infectadas pelo coronavírus, 300 de pessoas saudáveis e outras 300 de portadores de outras doenças.
Após a coleta das amostras os pesquisadores esperam disponibilizar o serviço para o público em 30 dias. Caso queira participar do estudo, é possível se cadastrar para gravar o seu áudio de no mínimo 30 e no máximo 60 segundos por meio do portal SoundCov.
Alguns pesquisadores criticam o estudo, dizendo que não é possível dizer se alguém tem COVID-19 somente pelo tom da tosse. Um estudo da Universidade de Michigan publicado na Proceedings of the Royal Society B apontou que voluntários somente conseguiram acertar o diagnóstico dessa forma somente em 50% das vezes, o que é um índice muito baixo para um exame tão importante.
Por outro lado, os pesquisadores brasileiros apontam que a nova técnica não será responsável pelo diagnóstico final, mas sim para incentivar aqueles que têm alguma suspeita de estarem infectados a procurar fazer outros exames, como o RT-PCR, que tem um índice de precisão muito maior. Isso seria muito benéfico, afinal, envolve um pré-exame que pode ser realizado na própria residência.
"Isso pode auxiliar o paciente no sentido de reforçar o seu isolamento domiciliar ou buscar o atendimento para o seu diagnóstico laboratorial,” disse Julio Croda, infectologista que coordena o projeto.
Vale lembrar que a partir de agora os planos de saúde são obrigados a cobrir os custos de exames para identificar o coronavírus de acordo com condições estabelecidas pela ANS.
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