Curiosidade 15 Jul
Pesquisas para conhecer melhor o coronavírus e no futuro encontrar formas mais eficazes de combate a ele seguem avançando cada vez mais. Já noticiamos aqui que o acelerador de partículas brasileiro Sirius foi capaz de registrar imagens detalhadas em 3D do vírus e agora a Vale e a Fiocruz do Amazonas estão partindo para o estudo genético dessa ameaça global.
O Projeto Genoma Covid-19 foi anunciado e se dará por meio do Instituto Tecnológico Vale de Belém, no Pará e tem como principal objetivo sequenciar milhares de amostras do vírus para entender seu comportamento e principalmente o processo de mutação dele no Brasil, que pode dificultar o diagnóstico da Covid-19 pelos profissionais de saúde.
Esse projeto se juntará à pesquisa que já estava sendo realizada em Manaus por meio de um financiamento da Fapeam, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, e da Fiocruz, além de poder se expandir para outros estados, ampliando o espectro de pesquisa nessa região do Brasil.
A ampliação dos estudos vai depender de quantos profissionais se juntarão à equipe e das formas de financiamento, que atualmente envolvem um investimento de 2,4 milhões da Vale e 1 milhão financiado pelo CNPq, Rede Genoma do Amazonas, que deve adicionar mais 250 mil reais a essa quantia, além da Fiocruz para estudo da síndrome respiratória aguda grave.
Além disso, o novo estudo permitirá adaptar a natureza dos testes para o Brasil, visto que como o vírus sofre mutações que o adaptam ao ambiente e os testes utilizados até então são importados, podendo reduzir a sua precisão de diagnóstico e até gerando falsos negativos. Dessa forma, o sequenciamento permitirá identificar sintomas que podem surgir apenas na população brasileira.
O sequenciamento deve permitir ainda que as pesquisas se antecipem para estudos sobre outras formas do Sars-CoV-2 que podem surgir no futuro, isso sem falar que ela ainda deve impulsionar o estudo de outros vírus endêmicos e pandêmicos da Amazônia como os causadores da dengue, zika e chikungunya.
“A ideia é, no futuro, fazer também o sequenciamento genético desses arbovírus e, assim como o do Sars-CoV-2, estudar o seu comportamento na célula, considerando a sua variabilidade genética, para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas,” completou Felipe Naveca, pesquisador e vice-diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Leônidas & Maria Deane da Fiocruz Amazônia.
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