Ios 08 Fev
Nas últimas semanas, uma nova rede social tem ganhado popularidade ao redor do mundo: o Clubhouse. A plataforma é focada em conversas por voz dentro de salas, mas ainda está em desenvolvimento.
Mas de onde ela surgiu e o que você pode fazer nessa nova mídia social? Quais são os caminhos para o futuro do Clubhouse? O Detetive TudoCelular detalha a você essas informações agora:
O Clubhouse surgiu nos Estados Unidos em 2020, criada pela empresa Alpha Exploration Co. A companhia é de fosse de Rohan Seth – ex-funcionário do Google – e de Paul Davidson – empresário do Vale do Silício.
O serviço é focado em bate-papo por áudio em tempo real dentro de uma sala, a qual tem um moderador para controlar o acesso dos novos membros e quem pode ou não falar naquele momento.
“Existem grandes rodas de conversa acerca de temas variados, sendo possível também criar grupos privados. Tudo é 100% voz, sendo proibido gravar as conversas, que segundo a empresa, não ficam armazenadas. Nessas rodas pode existir a figura de um moderador, que controla o acesso de novos membros. Alguns desses moderadores são remunerados pela rede e em breve poderão receber diretamente dos membros por meio de uma roda pagamentos através de sistemas de assinaturas, ingressos e até mesmo gorjetas.”
Vivaldo José Breternitz
Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Aos poucos, passou a ganhar popularidade principalmente por conter algumas das celebridades mais famosas do mundo. O Clubhouse já hospedou uma conversa entre Elon Musk – fundador de Tesla e SpaceX – com Vlad Tenev – CEO do app Robinhood.
Outro que aderiu foi o criador do Facebook, Mark Zuckerberg. Ele chegou a participar do programa nativo da plataforma The Good Time Show, no último dia 4 de fevereiro. A presença do executivo fez o app ir ao topo da lista de mais baixados nos Estados Unidos.
Ainda em crescimento, apesar da grande popularidade que acumula, o Clubhouse está disponível somente para dispositivos da Apple até o momento – ou seja, se você possui um celular Android, não poderá usar por enquanto.
O acesso a novos usuários também é restrito. Apenas pessoas com convite podem aderir à mídia social. Para isso, precisam ser chamadas por outros membros da rede. Após isso, necessário preencher o seu perfil e se dirigir a “tópicos de interesse”.
O aplicativo vai recomendar uma série de grupos de conversa que tenham ligação aos assuntos escolhidos. O usuário também consegue seguir outras pessoas, para acompanhá-las dentro do serviço.
O Clubhouse chega em um momento de ascensão das soluções de áudio no mundo da tecnologia, como são os casos de podcast, home speakers, compras por comandos de voz e audiogramas.
Segundo uma pesquisa recente da Deloitte, o mercado de podcasts conseguiu movimentar mais de US$ 1 bilhão em 2020. Em meio a isso, o Clubhouse – considerado o app da vez – atingiu US$ 1 bilhão de valor em apenas um ano.
“A popularização de homekits e assistentes pessoais virtuais tendem a tornar as compras realizadas por comando de voz cada vez mais comuns. É esperado que as conversas conduzidas por IA fiquem cada vez mais naturais e eficientes, enquanto isso os recursos humanos ficam livres para as tarefas onde são insubstituíveis. E baseando-se nos históricos de buscas e compras dos consumidores, as lojas podem oferecer recomendações mais assertivas.”
Felipe Russi
Diretor de marketing da Tatix Full Commerce
A estimativa é que, até 2022, assistentes de voz gerem um volume de transações de US$ 40 bilhões, conforme mostra um levantamento da OC&C Strategy Consultants, com crescimento de 48% ao ano.
Em meio a este cenário, será favorecido o aumento de uso ainda maior do Clubhouse, visto que as pessoas passarão a se acostumar ainda mais com soluções de voz. Ao todo, a plataforma já possui aproximadamente 6 milhões de usuários.
A tendência é que a nova rede social não seja usada apenas para se relacionar com as pessoas, mas também dentro do mundo dos negócios. As conversas por voz poderão servir como uma ferramenta de troca de experiências profissionais com outras pessoas.
Segundo o CEO e principal estrategista da VTaddone, Vinícius Taddone, o Clubhouse é uma oportunidade de mostrar o seu potencial e dividir conhecimento com outras pessoas durante o bate-papo.
“Trabalhe para aumentar suas conexões e participar de temas que tenham sinergia com você e seu negócio. Peça permissão e contribua com sua opinião sobre os assuntos. Mostre seu potencial e divida seu conhecimento. É uma ótima forma de construir sua autoridade. Chame pessoas que queiram participar de uma discussão sobre determinados temas e monte uma sala, uma excelente oportunidade de interação.”
Vinícius Taddone
CEO e principal estrategista da VTaddone
É importante ressaltar que o uso comercial não é permitido. Em outras palavras, os usuários não podem utilizar a rede para vender produtos e serviços de maneira direta.
Por se tratar de uma mídia social ainda muito recente, não há muitas informações sobre práticas de segurança da plataforma e certamente precisarão se adaptar com o tempo. Uma mudança já ocorreu. Após receber críticas por abrigar chats que fomentam discurso de ódio e abuso, o app atualizou as Diretrizes da comunidade e os Termos de serviço para condenar os atos.
O moderador de uma sala também conta com recursos que possam proteger mais os usuários, como aceitar ou rejeitar alto-falantes; silenciar ou remover alto-falantes; deixar de seguir; quadra; e listas de bloqueio compartilhadas. Tanto o palestrante como o ouvinte conseguem bloquear pessoas e relatar qualquer incidente.
Além disso, como já falamos mais acima, a plataforma não permite que os usuários gravem conversas – quem o fizer será removido e investigado – nem armazena o conteúdo do bate-papo. Isso também favorece que discursos de ódio sejam propagados mais facilmente, mas eleva a importância das denúncias dos usuários – somente assim o áudio poderá ser acessado para apuração.
Uso de dados
Um ponto de atenção é o que os termos do app permitem e solicitam. O documento mostra, por exemplo, que a ferramenta terá acesso aos seus contatos, os quais vão direto para o servidor do Clubhouse.
O aplicativo ainda não funciona em conformidade com a GDPR europeia, visto que ele não informa os usuários como os dados serão processados – uma exigência da legislação do “Velho Continente” no Art. 14. A situação já não viola a lei de proteção de dados da Califórnia, mas poderá gerar problemas com a LGPD brasileira.
Como todos os recursos tecnológicos, o usuário que quiser utilizar o Clubhouse precisará tomar os cuidados básicos para não ter problemas posteriores. Em outras palavras, práticas como evitar discursos de ódio, bloquear permissões superficiais do app e não passar informações sensíveis são fundamentais para aumentar o nível de segurança.
Por outro lado, por se tratar de uma rede social ainda recente e em desenvolvimento, várias brechas ou falhas em suas políticas de privacidade poderão comprometer o uso do app em um primeiro momento. Nada que possa ser consertado ao longo do tempo.
E por falar em tempo, a tendência é que o Clubhouse – daqui a um período – se torne uma rede social de múltiplas funções. Os membros devem descobrir formas de utilizar a plataforma como um meio de comunicação para negócios – sem desrespeitar os termos – e crescimento profissional.
Pelo potencial que a rede social pode trazer às pessoas, olhar com atenção para a possibilidade de usá-la talvez abra novas oportunidades de interação com os contatos. Mas essas respostas apenas virão com o uso prolongado, a criatividade dos usuários e a ampliação de recursos e disponibilidade do serviço.
Você já utilizou o Clubhouse ou pretende baixar no futuro? O que tem achado da proposta da nova rede social de conversas por voz? Relate a sua opinião para a gente!
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