Tech 14 Abr
Sendo um dos países mais prejudicados pela pandemia, o Brasil vem protagonizando um papel mais ativo na criação, desenvolvimento fabricação de vacinas contra o novo coronavírus. Recentes relatórios da Agência Fiocruz, por exemplo, demonstraram avanços satisfatórios na elaboração de um imunizante nacional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária comunicou na última segunda-feira (19) que aprovou o avanço para a fase de testes clínicos da vacina quimérica elaborada pela Universidade Federal de Minas Gerais, cujo desenvolvimento é patrocinado pela empresa biofarmacêutica chinesa Sichuan Clover Biopharmaceuticals. Para o projeto, foi estimada a quantia necessária de R$ 30 milhões.
Inicialmente, a vacina da UFMG — sendo uma das seis vacinas aprovadas pela Anvisa para estudo e desenvolvimento nacional — serão clinicamente testadas em mais de 22 mil voluntários continente afora, além dos 12,1 mil brasileiros candidatos do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. O perfil dessas pessoas é indefinido, limitado apenas para maiores de 18 anos.
Representantes do órgão regulador reuniram-se com cientistas responsáveis pelo projeto para que fossem estipulados os critérios de desenvolvimento da vacina. A agência acrescenta que, em vista da calamidade pública e a imprevisão de melhora, as medidas também priorizam a celeridade da criação do imunizante.
Uma dessas estratégias foi a criação de um comitê de avaliação de estudos clínicos, registros e mudanças pós-registros de medicamentos para prevenção ou tratamento da doença. O grupo também atua em ações para reduzir o risco de desabastecimento de medicamentos com impacto para a saúde pública devido à pandemia.
Os ensaios em humanos são divididos entre a fase 1, que consiste na atestação de segurança da substância; a fase 2, que verifica a resposta imunológica do corpo; e conclui-se na fase 3, que avalia a eficácia da vacina. Com os resultados positivos que os especialistas obtiveram através dos testes em camundongos, a próxima etapa observará os efeitos produzidos em seres humanos.
O CTVacinas da UFMG também possui estudos em segundo plano sobre um imunizante bivalente que pode neutralizar o vírus Influenza e o SARS-CoV-2 através de uma única fórmula, porém mantém-se o foco na vacina quimérica, dado que é a mais promissora até então. Além da vacina da universidade mineira, outras entidades estão avançando no desenvolvimento de vacinas brasileiras, como a ButanVac e a vacina nasal, contudo, ainda se encontram em fases de testes pré-clínicos.
Com um nível de segurança considerado aceitável pela Anvisa, a vacina da Universidade Federal de Minas Gerais poderá adentrar na fase de testes clínicos a qualquer momento dos próximos meses, prevista para ser concluída e disponibilizada à população até o encerramento de 2022.
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