Tech 22 Jul
A vacina da AstraZeneca/Oxford e da Janssen estamparam manchetes em jornais recentemente por conta de casos raros de coágulos em algumas pessoas que as receberam. Agora cientistas reportam que descobriram o motivo deste problema e podem até mesmo resolvê-lo para garantir mais segurança à vacina.
A causa dos coágulos foi descoberta pela equipe de estudos liderada por Rolf Marschalek, professor da Universidade Goethe em Frankfurt na Alemanha, e revelada ao Financial Times. O pesquisador afirma que o problema está nos vetores do adenovírus modificado utilizado nas vacinas da AstraZeneca e da Janssen, que é uma filial da Johnson&Johnson.
Basicamente estas vacinas enviam a proteína Spyke do coronavírus para o núcleo da célula. Partes dela se agrupam, separam e criam mutações que não conseguem se ligar à membrana celular, o que confere à imunização ao organismo.
Entretanto, algumas dessas proteínas mutantes flutuantes, que se dispersam de forma aleatória, acabam se espalhando pelas células do paciente, ocasionando os coágulos, que ocorrem em 1 a cada 100 mil pessoas.
Para se ter uma ideia, das 33 milhões de doses da AstraZeneca aplicadas no Reino Unido, 309 desenvolveram coágulos, que resultaram na morte de 56 pessoas. Na Europa o número é de 142 reações para 16 milhões de doses aplicadas, o que levou à restrição do uso da vacina na região.
No caso da vacina da Janssen, o índice de coágulos é de 8 para cada 7,4 milhões de doses aplicadas nos EUA até o momento.
Marschalek afirma ainda que é possível alterar a vacina para evitar essas reações. Para isso, cientistas devem modificar a sequência da proteína Spyke para que ela não se divida. O pesquisador relatou que a Johnson&Johnson já o procurou pedindo orientações para adaptar a sua vacina dessa forma, visando evitar a aparição de mais casos de coágulos.
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