Segurança 17 Jun
Diversos laboratórios do mundo todo seguem na luta para criar novas formas de combater o coronavírus. Um deles é o antiviral russo favipiravir, mas que foi rejeitado pela Anvisa para uso no Brasil. O pedido para uso no país foi feito inicialmente pelo Instituto Vital Brazil em abril de 2021.
Dentre as justificativas para a rejeição, segundo Meiruze Freitas, relatora do processo na Anvisa, afirmou que o favipiravir não tem sequer eficácia comprovada de uso no Japão, onde ele é utilizado desde 2014 no tratamento de pacientes com influenza resistente.
Parte do parecer da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa sobre o antiviral diz:
As limitações, incertezas e riscos superam os benefícios obtidos neste programa de desenvolvimento clínico do Avifavir. São necessárias mais evidências obtidas de novos estudos clínicos com validade interna adequada para subsidiar validade externa de uso do medicamento em formas moderadas e graves da doença.
Dessa forma, o medicamento não foi aprovado por não ter eficácia comprovada, assim como a cloroquina e a ivermectina, que inclusive continuam sendo indicadas por diversos membros do governo, muitos deles que sequer são profissionais da área da saúde. Atualmente o próprio Ministério da Saúde contraindica o uso de medicamentos do tipo para tratamento de pacientes com Covid-19.
Além disso, Patrícia Kott Tomazett, que é gerente-geral substituta de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, também afirmou que o medicamento ainda não passou por testes no Brasil para verificar qual a sua eficácia na população.
O favipiravir também não passou pelo teste duplo-cego randomizado e controlado por placebo, que é o padrão internacional para adoção de medicamentos. Por fim, um ponto que pesou muito para a Anvisa foi a quantidade de efeitos colaterais moderados gerados pelo favipiravir, que são mais frequentes em comparação com outros medicamentos do tipo.
Por enquanto, a resposta para uso do favipiravir no Brasil pela Anvisa é não, mas o órgão afirmou que está aberto para recebimento de novos testes, que pode fazer com que os profissionais revejam suas decisões no futuro caso eles tenham resultados positivos.
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