Segurança 17 Jun
Ao longo dos últimos anos, houve a evolução de um mercado de dados de usuários desenvolvido com forte influência da facilidade de rastreamento que os smartphones oferecem às empresas. A finalidade dessa prática é clara — o desenvolvimento de campanhas de marketing e anúncios mais precisos na internet.
Alan Friedman, do PhoneArena, analisou a forma em que os dados são coletados através de aplicativos de geolocalização de duas das maiores empresas de tecnologia. Conforme o artigo, não é necessária uma busca aprofundada para concluir que o Google Mapas coleta uma quantidade expressiva de dados em comparação ao Apple Mapas.
O Apple Mapas está disponível apenas para o ecossistema da empresa — consistindo no iOS, iPadOS, watchOS e macOS — e não pode ser utilizado através de outra plataforma. O Google Mapas, por sua vez, está disponível em dispositivos com Android, Windows e diversos outros, sendo muito mais abrangente e utilizado a nível global.
Com isso, a empresa de Tim Cook lucra apenas com as vendas de dispositivos para cobrir os custos de desenvolvimento de seu aplicativo, enquanto a gigante das buscas é lucrativa em função de sua plataforma de anúncios, o Google Ads, e depende da coleta de dados de usuários para tornar sua ferramenta relevante, precisa e funcional.
Na seção de política de privacidade da App Store, loja de aplicativos do iOS, as especificações sobre coleta de dados são claras em ambos os casos. O Apple Mapas analisa informações como histórico de pesquisa, diagnósticos de erros, localização e dados sincronizados do Apple Watch. Nenhum dos dados é relacionado à identidade do usuário.
O Google Mapas, por outro lado, coleta informações de contatos, histórico de navegação, uso de internet móvel, identificadores, diagnósticos e “outros dados” — essas informações são diretamente relacionadas à identidade do usuário. A coleta pode ser restringida através do “modo anônimo”, mas as funções do app acabam sendo limitadas.
Ao acessar o aplicativo, tocar na foto de perfil e optar por ativar o modo de navegação anônima, os termos e endereços buscados não serão armazenados no dispositivo, o histórico de localizações para de funcionar e o aplicativo não pode ser personalizado com destinos frequentes ou estabelecimentos favoritos.
É fato que o Google Mapas é o mais avançado dos aplicativos de geolocalização disponíveis, oferecendo facilidades aos usuários especialmente durante a pandemia de coronavírus. O Apple Mapas, lançado em 2012, ainda é um software com limitações em comparação ao rival, mas vem recebendo melhorias que tornam sua experiência mais concreta e segura.
Com o aguardado lançamento do iOS 15, próxima versão do sistema operacional do iPhone, é esperado que o aplicativo de mapas sofra mudanças importantes para que adquira mais confiabilidade, além de passar a ter integração mais fluida com a assistente virtual Siri e o Apple Watch.
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