Economia e mercado 21 Jul
É de conhecimento geral que a pandemia de coronavírus é responsável por inúmeros atrasos e grandes prejuízos para a indústria de tecnologia, e o lento processo de imunização pode agravar a situação mundialmente tratada como a crise de semicondutores.
De acordo com especialistas, a demora na entrega e aplicação de vacinas em trabalhadores do setor de logística está se tornando um sério problema, apontando números sobre surtos de Covid-19 em navios que levam à paralisação das operações.
Os pesquisadores, em entrevista ao Bloomberg, dizem que apesar dos esforços para imunizar os marinheiros diretamente nos portos, a maioria depende das normas de seus países de origem para receberem a proteção — na maioria dos casos, são nativos de regiões emergentes, como a Índia, Filipinas, Indonésia, entre outros.
O International Chamber of Shipping (ICS), principal organização de transporte e operações marítimas do mundo, estima que cerca de 35 mil a 40 mil trabalhadores do setor estão protegidos contra a doença — dado alarmante quando contrastado ao total de 1,6 milhões de trabalhadores em todo o mundo, ou seja, apenas 2,5% dos trabalhadores estão imunizados.
O mercado já vem enfrentando dificuldades por conta desse desequilíbrio, e alerta que esses problemas devem ser contornados antes dos períodos festivos, onde há um grande aumento de demanda.
A cadeia de suprimentos já está fragilizada devido à demanda dos consumidores, da escassez de semicondutores e das dificuldades de transporte, como o bloqueio do Canal de Suez e o fechamento dos portos chineses.
Tom Fairbairn
Especialista em transporte marítimo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) avalia que mais de 80% do comércio global é baseado em transporte marítimo. Os surtos de doença nas embarcações prejudica o abastecimento de matéria-prima tecnológica, além de gerar incertezas sobre o fornecimento de produtos aos consumidores e resultar no aumento de preços.
Rachel Premack, repórter investigativa do Insider, cita a crise global de chips, alimentos e outros produtos como decorrência do atraso na vacinação. Em maio, um trabalhador morreu e dezenas de outros foram infectados com a variante Delta no navio Hilma Bulker, coincidindo com um período de séria escassez.
Para os envolvidos em um relatório da Thetius, empresa de análises e soluções inteligentes no setor marítimo, esses problemas decorrem de falhas das autoridades. “Os governos de todo o mundo falharam repetidamente em agir sobre a crise de mudança de tripulação, que ainda existe no momento da escrita”, disseram os especialistas.
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