Tech 22 Jul
Atualização (25/10/2021) por LL
Nesta segunda-feira (25), o YouTube retirou do ar a live do presidente Jair Bolsonaro sobre o suposto desenvolvimento de Aids em vacinados contra o coronavírus. A plataforma alega que o vídeo contém "desinformação médica sobre a Covid-19”. A notícia vem depois da exclusão — ocasionada pelo mesmo motivo — de outras 15 lives do presidente na rede social.
Como já estava sob aviso sobre a violação das regras do YouTube sobre fake news, o canal do presidente ficará suspenso por uma semana. Caso Bolsonaro receba mais duas notificações da mesma natureza, ele poderá ter a conta excluída definitivamente. O presidente foi notificado sobre essas medidas.
O boato teve início no Twitter e outras redes sociais, como Facebook e Instagram, também removeram o conteúdo do ar. No vídeo, Bolsonaro afirma que pessoas vacinadas contra a Covid-19 perdem a imunidade e desenvolvem Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) de acordo com um estudo inglês.
Em comunicado oficial, o YouTube explica a motivação por trás da exclusão da live:
Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas. As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política.
Texto original (24/10/2021)
Fake News! Relatórios desmentem live de Bolsonaro no YouTube sobre AIDS em vacinados
Começou a circular pelo Twitter e em outras redes sociais um boato de que pessoas vacinadas contra a Covid-19 perdem a imunidade e desenvolvem Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). O assunto ganhou ainda mais repercussão após o presidente Jair Bolsonaro citá-lo em sua live semanal no YouTube.
O boato chega a dizer que o estudo foi desenvolvido pelo governo do Reino Unido, mas tudo não passa de uma grande mentira. A mensagem falsa diz:
Uma comparação de relatórios oficiais do governo sugere que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto.
A fake news começou a ser disparada a partir de um site conspiracionista, que é conhecido por dizer que as vacinas permitem o rastreio dos vacinados e que milhões de pessoas já morreram por culpa dos imunizantes.
De acordo com o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, a publicação é totalmente falsa, uma vez que os autores inseriram uma coluna que não existe nos documentos originais. O órgão ainda esclareceu:
as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids. A Aids é causada pelo HIV.
Comentando o assunto, pesquisadores também rebateram o texto falso. Ele fala que a queda da eficácia da vacina acontece porque há uma deterioração do sistema imunológico, mas isso "não faz nenhum sentido", disse ao G1 Letícia Sarturi, doutora em biociências e fisiopatologia.
O autor do texto fala que essa queda da imunidade se deve a uma deterioração do sistema imune porque os pacientes que estão sendo vacinados estão tendo imunodeficiência e isso é absurdo. A vacina estimula o seu sistema imune à produção de resposta imune. Ela não vai gerar nenhum tipo de imunodeficiência.
Por enquanto, o YouTube não se posicionou sobre o vídeo onde Bolsonaro propaga o estudo falso.
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