Economia e mercado 28 Dez
O Federal Bureau of Investigation (FBI) desarticulou um grupo de 19 brasileiros apontados como integrantes de uma quadrilha que vendia perfis falsos em aplicativos, como o Uber, para pessoas que não foram aceitas pelas plataformas.
De acordo com o departamento federal americano, Flávio Cândido da Silva, de 36 anos, confessou todo o esquema na semana passada e confirmou que recebeu cerca de US$ 200 mil no negócio.
O FBI apurou que Flávio e mais 18 brasileiros roubaram dados de vítimas e falsificaram documentos para criar identidades falsas e forjar contas em plataformas como Uber, Lyft e e outros dois serviços de entrega populares nos EUA.
Os membros se comunicavam por meio de grupo no WhatsApp chamado de "Máfia". O mensageiro também era usado para combinar os preços que eram cobrados e garantir que os valores de um não se sobrepusesse à do outro.
As investigações apontam ainda que a quadrilha operava desde janeiro de 2020. Com a chegada da pandemia, eles incluíram apps de delivery no esquema, já que até então trabalhavam apenas com o Uber e a Lyft.
As autoridades estimam que a organização criminosa fraudou pelo menos 2 mil identidades nos estados de Massachusetts, Califórnia e Flórida. Seis suspeitos estão foragidos e outros quatro foram presos, segundo o Departamento de Justiça.
Para fazer a fraude, os criminosos precisavam de dados de pessoas comuns. Então eles pediam para tirar fotos de documentos das vítimas durante a entrega de bebidas, para “checar” a idade do cliente, por exemplo, para pegar as informações.
Com os dados em mãos, os golpistas forjavam novas carteiras de motorista para pessoas que não seriam aceitas pelos apps, ou que simplesmente não atendiam aos requerimentos para trabalhar formalmente nos EUA.
As imagens das vítimas eram editadas no Photoshop para que o documento parecesse mais realista, o que acabava driblando a checagem visual que Uber e Lyft usam para reconhecer o dono da conta.
Na tentativa de driblar as autoridades, os pagamentos pelas fraudes chegavam diretamente na conta bancária dos golpistas a partir do sistema de comissão das plataformas de transporte e delivery.
Uma das integrantes do grupo, identificada como Priscila Barbosa, chegou a enviar uma imagem ao grupo “Máfia” com o valor obtido de US$ 194.800 através de 487 contas falsificadas.
Foi a Uber que denunciou o esquema ao FBI após o seu time global de Investigações identificar as fraudes. Essa equipe da empresa é liderada por um ex-agente especial do FBI em Boston, Vince Lisi.
A equipe da plataforma então começou a rastrear as atividades da quadrilha em tempo real, e conseguiu repassar informações para a investigação feita pelo governo americano. A Lyft, rival da Uber, também colaborou no processo.
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