Tech 20 Nov
Um grupo de cientistas descobriu que o Aedes aegypti, mosquito que carrega o vírus da dengue, torna-se mais agressivo e picam mamíferos com mais frequência ao se tornarem vetores da doença que acomete 400 milhões de pessoas todos os anos.
Os especialistas publicaram um estudo sobre o assunto na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) com base em observações através de vídeos de alta resolução que capturaram, com bom nível de detalhes, o comportamento e padrão de alimentação de fêmeas do mosquito infectadas e não infectadas pelo flavivírus.
“Descobrimos que o vírus da dengue (DENV) aumenta a atração dos mosquitos pelos mamíferos e a quantidade de picadas”, revela Ashley St. John, coautora do estudo e especialista em imunologia viral e doenças infecciosas da Duke-NUS Medical School.
Os pesquisadores observaram que as fêmeas infectadas perdem parte significativa de sua capacidade de localizar uma via sanguínea, portanto, é necessário que o vetor pique o mamífero várias vezes até que consigam se alimentar. Essas múltiplas inserções da tromba libera uma carga viral expressiva no hospedeiro, causando a infecção acentuada.
A professora explica que essa atração pelo hospedeiro aumenta as chances de picada e os eventos de transmissão do vírus causador da dengue. “Isso ergue à luz várias formas em que o vírus captura seu vetor a ser transmitido”, comenta Julien Pompon, autor sênior do estudo e membro do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento Sustentável.
O próximo passo do estudo sobre o comportamento dos mosquitos infectados é identificar os processos moleculares que causam essas alterações, contribuindo para o descobrimento de formas para combater a doença. Atualmente, o Instituto Butantan se encontra em fase avançada de desenvolvimento de uma vacina contra a dengue.
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