Segurança 05 Abr
A situação do Brasil diante da crescente quantidade de ameças virtuais é assustadora. Além dos constantes vazamentos de dados — como os recentes casos do McDonald's e Banco Pan, por exemplo — o país também sofre com inúmeras investidas de grupos de ransomware que tentam sequestrar informações presentes nos servidores de empresas e órgãos públicos.
Segundo um estudo realizado pela Kaspersky, empresa russa de cibersegurança, o Brasil é o segundo país mais atacado pelo grupo "BlackCat" no mundo (gato preto, em português), ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Para os especialistas da companhia, a enorme complexidade do malware usado pelos hackers e o vasto conhecimento técnico dos cibercriminosos colocam o grupo no mesmo patamar de ameaça que o BlackMatter e REvil, facções que causaram sérios danos em diferentes regiões.
Ao contrário de outros vírus que consistem em monitorar a atividade do usuário, o ransomware é mais agressivo e explora brechas de segurança em servidores potencialmente vulneráveis. A partir daí, o malware encripta todos os dados (incluindo o backup) exigindo o pagamento em criptomoedas para que o material seja desbloqueado.
Conforme mostra a pesquisa da Kaspersky, na América Latina o Brasil é o país mais atacado por grupos de ransomware, superando a Colômbia, Argentina e Chile, enquanto no cenário global perde apenas para a China.
O conhecimento do desenvolvimento do malware, uma nova amostra criada do zero em uma linguagem de programação rara e a experiência de manutenção da infraestrutura estão fazendo do grupo BlackCat um participante importante no mercado de ransomware.", afirmou Dmitry Galov, pesquisador de segurança da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky.
De acordo com dados de um levantamento realizado pela Avast, no ano passado o percentual de brasileiros que tiveram a chance de encontrar uma ameaça ao navegar na internet foi de 26%, número que fica abaixo da média mundial de 29,2%, mas que acende um alerta sobre a forte atuação de cibercriminosos.
Ainda segundo o estudo, os dez estados do país em que os usuários enfrentam maior risco são: Roraima (34,62%), Amapá (32,52%), Maranhão (29,19%), Distrito Federal (29,09%), Amazonas (28,93%), Rio Grande do Norte (28,57%), Ceará (28,38%), Pará (28,33%), Paraíba (28,30%) e Bahia (28,14%).
Nesse cenário, estima-se que a maioria das infecções em aparelhos Android, iOS ou Windows ocorra devido à instalação de aplicativos mal-intencionados infectados com malwares, arquivo capaz de coletar informações do aparelho, acessar mídias de armazenamento e, em alguns casos, salvar dados bancários como agência, conta e senha.
Além desse formato de ataque, os cibercriminosos também adotam outras técnicas que visam persuadir a vítima de modo a convencê-la a inserir suas informações pessoais em apps ou páginas falsas, prática conhecida como "phishing" e que vem se popularizando no Brasil.
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