Economia e mercado 21 Jun
Enquanto aplica sanções contra empresas chinesas que estão ajudando a Rússia na guerra, o governo dos Estados Unidos está pressionando os Países Baixos para que eles bloqueiem a venda de máquinas litográficas para companhias da China.
A informação foi confirmada por mais de uma fonte ao pessoal da Bloomberg, sendo que atualmente os Países Baixos abrigam a ASML. Para quem não conhece, essa empresa é a maior produtora global de máquinas para a fabricação de chips.
No momento, a ASML já não pode vender máquinas litográficas EUV para clientes chineses, ou seja, aqueles dispositivos que permitem gravar wafers semicondutores com feixes de luz com comprimento de onda ultravioleta extremo para fazer os chips mais avançados (7 nm, 5 nm ou menos).
No momento, o objetivo do governo Biden é vetar a venda de máquinas usadas na produção de chips em processos considerados maduros. Ou seja, equipamentos usados na montagem de chips de 28 nm ou até mesmo 14 nm.
No entanto, essa proibição pode esbarrar no financeiro da ASML, uma vez que a venda de máquinas para os chineses já representa 16% de todo o seu faturamento. Além disso, a empresa acredita que as sanções não devem afetar a Canon e a Nikon, que podem acabar assumindo o seu lugar no fornecimento de máquinas para a China.
Outro problema que a ASML usa para justificar a sua oposição ao aumento das sanções é a crise global que elas poderão causar. Isso por a China ser a maior produtora global de chips de memória DRAM e 3D NAND, sendo que paralisar o envio de máquinas pode colapsar esse mercado.
Por mais que a China não tenha uma fabricante local relevante nesse setor, o país abriga as maiores fábricas de Samsung, TSMC e SK Hynix. Ou seja, as sanções podem afetar essas companhias indiretamente, uma vez que não é simples retirar a produção da China.
Por enquanto, o governo dos EUA segue fazendo pressão, mas não há indicativos de que a ASML irá ceder.
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