A Fundação Mozilla encerrou 2023 divulgando seu novo manifesto em que comenta sobre seus planos para o futuro. De acordo com a organização, existe uma meta em construir uma internet melhor “pelas pessoas, para as pessoas”, e para isso, há necessidade de maior transparência e investimento em tecnologias inteligentes.

No material, a organização afirma que pretende combater a dominância das grandes empresas de tecnologia com dados abertos e serviços de inteligência artificial. A cartilha não revela detalhes sobre como implementará as estratégias, contudo, essas práticas devem ser realizadas em meio à queda de popularidade do Firefox, o principal software da Mozilla.

“Essa transparência e vontade de colocar a segurança e os interesses das pessoas em primeiro lugar é a forma como construímos a confiança de que agora desfrutamos, e é assim que abordaremos novas oportunidades para estabelecer melhores padrões para a internet”, disse Mitchell Baker, diretora-executiva da Fundação Mozilla.

“[Faremos isso com a] IA, certamente, mas também na sociedade, onde uma organização sem fins lucrativos tem a oportunidade de mudar radicalmente os incentivos que tanto corrompem as redes sociais até hoje, e também em dados, devemos reconhecer que nossa própria abordagem tem que evoluir”, continuou a CEO.

O documento, chamado de “State of Mozilla”, também revela dados financeiros referentes ao ano de 2022. Conforme declarado, a presidente da organização obteve um aumento substancial em sua remuneração, saltando de US$ 5.591.406 em 2021 para US$ 6.903.089, mas a receita total da fundação caiu de US$ 600 milhões para US$ 593 milhões.

O Firefox sofreu uma queda substancial de participação de mercado durante o mesmo período, caindo de 3,79% para 3,04% entre 2021 e 2022. Atualmente, de acordo com dados acessados no Statcounter, considerando todas as plataformas em que está disponível, o navegador detém apenas 3,35% do mercado, enquanto o Microsoft Edge detém 4,96%.

A Mozilla afirma ter feito “escolhas difíceis para encerrar projetos e mudar de equipe quando necessário”, portanto, reestruturações e reformulação de modelos de negócios não seriam um problema para a fundação.

Com sua promessa de ingressar na era de inteligência artificial com transparência e foco em privacidade, a Mozilla alinha suas metas com gigantes do mercado de tecnologia que disputam no segmento de navegadores, como a Microsoft, que recentemente mudou o nome do Edge no Android e iOS para ressaltar suas ferramentas de IA generativa.