Economia e mercado 07 Ago
Atualização (08/08/24) - JB
Em comunicado oficial divulgado nesta quarta, a Advocacia Geral da União (AGU) confirmou que a rede social X removeu postagens que continham os vídeos que relacionavam o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, a Nicolás Maduro.
O órgão tinha pedido que a rede social, o Facebook e o Instagram fizessem a remoção das postagens ou ao menos sinalizassem que o conteúdo foi gerado por Inteligência Artificial.
Conforme explica a AGU, o encontro oficial entre Amorim e Maduro realmente aconteceu, mas em outro contexto, que é o da realização da missão de observação do Brasil no processo de votação na Venezuela.
O vídeo foi divulgado por diversos bots e até mesmo por políticos de oposição ao governo e trazia uma versão distorcida do encontro bilateral.
No documento encaminhado para as redes sociais, a AGU chegou a definir a modificação como sendo feita para mostrar uma "confraternização e afetuosidade".
Como o vídeo foi divulgado após o processo eleitoral, os usuários das redes sociais podem achar que tal encontro aconteceu em comemoração ao resultado final, mas o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro.
Atualmente, o país segue exigindo que as atas eleitorais sejam divulgadas.
Texto original (07/08/24)
A Advocacia Geral da União (AGU) notificou as redes sociais Instagram, Facebook e X (ex-Twitter) para removerem conteúdos inverídicos em que o assessor-especial da Presidência da República, Celso Amorim, aparece em suposta cena de afetuosidade com Nicolás Maduro.
Segundo nota do governo, o pedido de remoção foi fundamentado na gravidade da conduta, uma vez que o vídeo foi alterado por Inteligência Artificial e busca "confundir a população sobre a posição do estado brasileiro a respeito das eleições venezuelanas".
A AGU ainda destacou que os conteúdos são claramente falsos porque manipulam fatos que não condizem com a realidade. Por isso, o vídeo também configura como ato antijurídico, uma vez que viola o direito à informação.
Em sua justificativa, a AGU também diz que o cumprimento das autoridades do vídeo original ocorreu em outro contexto, quando da realização da missão de observação do Brasil no processo de votação.
Por isso, caso a solicitação de remoção dos posts não seja atendida, a AGU pediu que os vídeos sejam sinalizados com a informação de que foram criados por Inteligência Artificial.
Comentando o assunto, Priscilla Rolim Almeida, coordenadora-geral de Defesa da Democracia da PNDD, explicou porque o vídeo é considerado problemático.
A veiculação de vídeos ou imagens manipuladas pelo uso de Inteligência Artificial, criando cenas não condizentes com a realidade, retira da sociedade o direito fundamental à informação.
Após a notificação da AGU, a rede social X voltou a rotular o vídeo como gerado por IA.
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