Segurança 25 Jul
Desde quando o celular foi inventado, várias teorias dizem que a radiação emitida por ele pode causar câncer, algumas delas apontando até para tumores no cérebro devido ao uso próximo da cabeça. Entretanto, uma pesquisa encomendada pela Organização Mundial de Saúde descobriu que os smartphones não são os culpados, definitivamente.
Conforme relatado pelo The Guardian, a conclusão foi emitida pela OMS após a Agência Australiana de Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa) analisar mais de 5.000 estudos cientificamente rigorosos, dos quais foram excluídos estudos com evidências fracas.
Concluímos que as evidências não mostram uma ligação entre telefones celulares e câncer no cérebro ou outros cânceres de cabeça e pescoço.
Dentre os documentos analisados, Ken Karipidis, professor associado da Arpansa e vice-presidente da Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não Ionizante, destaca 63 estudos em humanos realizados entre 1994 e 2022, que resultaram na "revisão mais abrangente até o momento" dos efeitos da radiação dos celulares no corpo humano.
Nenhuma associação entre o uso de celulares e cânceres de sistema nervoso central (incluindo cérebro, meninges, glândula pituitária e ouvido), tumores de glândulas salivares e cerebrais foi encontrada.
O estudo considerou o uso leve, moderado e a longa exposição aos celulares (10 anos ou mais), levando também em conta a quantidade de chamadas, duração e tempo gasto com o aparelho.
Tim Driscoll, professor da Universidade de Sydney e presidente do comitê de câncer ocupacional e ambiental do Conselho Australiano do Câncer, aprovou a metodologia do estudo, dizendo:
Acho que as pessoas devem se sentir tranquilizadas por este estudo ... mas vale a pena lembrar que os estudos não são perfeitos, mas o peso da evidência certamente é que os telefones celulares devem ser considerados seguros para uso em termos de quaisquer preocupações com o aumento do risco de câncer.
A próxima etapa do estudo é examinar qual a influência das ondas de rádio em outros tipos de câncer como a leucemia, linfoma não-Hodgkin e outros tumores menos associados aos celulares.
Karipidis também citou outra evidência prática de que os celulares não são responsáveis pelo câncer cerebral:
Estou bastante confiante com nossa conclusão. E o que nos deixa bastante confiantes é que embora o uso de telefones celulares tenha disparado, as taxas de tumores cerebrais permaneceram estáveis.
Por fim, o professor também lembra que outra revisão encomendada pela OMS também apontou que as ondas de rádio (inclusive de celulares) não afetam a fertilidade masculina, feminina e nem comprometem o desenvolvimento de bebês.
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