Samsung 17 Out
Em 2022, com a chegada do Android 13, o Google adotou um novo seletor de mídia para o Android. Depois, através de atualizações do Google Play Services, conseguiu fazer com que dispositivos mais antigos, com Android 4.4 ou superior, também tivessem acesso ao recurso.
O novo seletor tinha como objetivo dar ao usuário a opção de fornecer aos apps o acesso apenas às fotos e vídeos selecionados. O problema, no entanto, é que nem todos os desenvolvedores adotaram a nova solução para seus aplicativos; mesmo o Google praticamente implorando.
Mas agora, a empresa decidiu agir de maneira mais firme, e forçará os desenvolvedores a adotarem o novo seletor através de mudanças na política da Play Store.
Segundo Mishaal Rahman, especialista em Android, em outubro de 2023 o Google informou aos desenvolvedores que começaria a advertir os aplicativos que solicitassem – desnecessariamente – acesso as permissões 'READ_MEDIA_IMAGES' e 'READ_MEDIA_VIDEO' a partir do começo de 2024. Então, a partir de 2025, apenas aplicativos ligados diretamente às mídias, como apps de galeria, de edição e similares teriam direito de usar as permissões.
Para deixar claro, as duas permissões têm como objetivo conceder, juntas, o acesso a todos as fotos e vídeos da galeria do aparelho. Então, não faz muito sentido que um aplicativo de finanças, por exemplo, solicite o acesso a sua galeria completa apenas para definir uma nova foto de perfil.
Para aplicações assim, que fazem o uso esporádico de uma mídia da sua galeria, o Google recomenda que os desenvolvedores usem o novo seletor de mídia, que é uma solução mais segura e elegante. Afinal, ele é meio que feito para situações assim.
Durante a Google I/O 2024, a empresa reforçou sua intenção de mudança para o tema e afirmou que as mudanças passariam a valer a partir de agosto de 2024, mas acabou estendendo um pouco o prazo: em 18 de setembro do mesmo ano, começou finalmente a advertir os apps que estavam pisando fora da linha.
Com isso, desenvolvedores que utilizam as permissões mencionadas acima terão até o próximo dia 31 de outubro para submeter um formulário garantindo que seus aplicativos são qualificados para as requisições. Se não enviarem o documento, ficarão bloqueados de atualizar as aplicações.
Os desenvolvedores também poderão solicitar uma extensão do prazo até 22 de janeiro de 2025. Mas se até a nova data limite os apps não estiverem de acordo com regras, serão removidos da Google Play Store.
Aplicativos de gerenciamento privado e empresarial estão isentos dessa nova política.
A medida tomada pelo Google, apesar de parecer um pouco forçada, é um passo correto na direção de tornar o Android um ecossistema mais privado e seguro para o usuário. Reconhecidamente, a companhia fez muitas tentativas para que os desenvolvedores ‘pulassem no seu barco’, mas muitos optaram por não fazer. Com as novas medidas, ou pulam, ou irão se afogar nos mares da Play Store.
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