Tech 08 Jan
O biohacker Josiah Zayner está sendo investigado pelas autoridades da Califórnia por praticar medicina sem ter uma licença para isso.
Com background em biofísica, ele é dono de uma empresa chamada The Odin, especializada na venda de kits de engenharia genética para leigos, que permitem que usuários sem muito conhecimento possam modificar geneticamente bactérias, animais e até mesmo seres humanos.
Para avançar nas pesquisas, Zayner faz de si mesmo uma cobaia – em 2016, por exemplo, ele tentou realizar um transplante fecal em si mesmo dentro de um hotel em um aeroporto; pouco após isso, também tentou utilizar engenharia genética em sua própria pele.
Mas a façanha que o tornou ainda mais popular aconteceu em 2017 quando ele, em estado alcoolizado, injetou em seu próprio braço o que disse ser o DNA para a ferramenta de engenharia genética CRISPR.
O objetivo era utilizar o mecanismo de edição genética CRISPR-Cas9 para desabilitar o gene da miostatina – que está relacionado com a regulação do crescimento muscular antes e depois do nascimento – para potencializar o crescimento dos bíceps, tríceps, e outros.
As loucuras de Zayner acabaram inspirando vários outros biohackers a fazerem o mesmo, o que fez com que ele expressasse, perante uma postura mais sóbria, arrependimento; mesmo assim, o biohacker continuou a realizar a venda de seus kits de engenharia genética.
Algumas semanas após o episódio do CRISPR, a FDA (Food and Drug Administration) interviu, classificando os kits de Zayner como algo ilegal:
A FDA está ciente de que produtos de terapia genética destinados a kits de auto-administração e "faça você mesmo" para produzir terapias genéticas para autoadministração estão sendo disponibilizados ao público. A venda desses produtos é contra a lei. A FDA está preocupada com os riscos de segurança envolvidos.
Agora, autoridades do estado de Zayner, (Califórnia), também estão interessadas em saber mais sobre seus negócios.
De acordo com uma carta de recebida em 8 de maio de 2019 – que ele postou há pouco em sua conta no Instagram – investigadores de saúde do Departamento de Assuntos do Consumidor estão o investigando mediante a uma queixa, alegando o biohacker estaria praticando medicina de forma ilegal.
O hacker terá de se explicar para as autoridades e, de preferência, arranjar um advogado muito bom, vendo que a prática ilegal da medicina na Califórnia pode render multas de até US$ 10.000 , além de três anos de prisão.
Pelo menos ele não corre o risco de ser condenado a morte, como o cientista chinês que modificou geneticamente embriões humanos.
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