Tech 30 Jan
Na última semana, a coluna Detetive TudoCelular já desvendou Fake News e tirou dúvidas sobre formas de infecção e tecnologias para evitar o coronavírus. Agora, chegou a hora de voltar o foco para a cidade de Wuhan, o epicentro da doença.
Local pouco conhecido no Brasil até o surto, o município chinês abriga grandes fábricas e tem enorme relevância no mundo tech do passado, presente e futuro. Este espaço reuniu as principais curiosidades sobre o lugar e conta a seguir:
Na produção de smartphones, Wuhan é um dos principais polos industriais de painéis e telas. O local concentra a maioria de instalações para displays LCD e OLED, além de ter fábricas de fornecedores de componentes e outros produtos, como a Foxconn. A empresa possui uma grande instalação no local, de onde produz peças principais para os iPhones da Apple.
Outra empresa que se faz presente com força no município é a Lenovo. Também com fábrica na região, a empresa pretendia anunciar e produzir o futuro dobrável Motorola RAZR 5G de lá. Porém, após a epidemia da doença, ainda não se sabe qual será o futuro do aparelho.
Entre esportivas, atores e outras celebridades que nasceram ou possuem alguma relação próxima com Wuhan, uma das personalidades ilustres que tem ligação forte com o local é uma pessoa de grande visibilidade no mundo da tecnologia: o cofundador da Xiaomi, Lei Jun.
Apesar de ter nascido em Xiantao – em Hubei –, foi na capital da província onde nasceu que o empresário se formou em ciência da computação. Mais especificamente na Wuhan University, considerada uma das instituições de ensino mais prestigiadas do país.
A cidade de Wuhan também abriga uma atividade industrial importante no mercado de veículos movidos a baterias. Considerado um dos principais polos de carros elétricos do mundo, o município abriga três fábricas do grupo PSA Peugeot Citroën, em parceria com a Dongfeng.
A companhia francesa chegou a anunciar – em setembro do ano passado – que os automóveis elétricos e híbridos produzidos no local seriam lançados neste ano de 2020.
Outra empresa que aposta na indústria automotiva do município chinês é a Nissan. Em 2011, escolheu Wuhan como cidade-piloto para o processo de eletrificação no país asiático. A montadora construiu uma nova fábrica na região sete anos depois, juntamente com um investimento de US$ 900 milhões no espaço.
A General Motors é mais uma gigante do setor que havia escolhido o atual epicentro do coronavírus como espaço de desenvolvimento. Em 2016, aplicou US$ 1,1 bilhão para expandir a sua capacidade de produção de 360 mil para 600 mil unidades por ano no país. Já a Honda chegou a abrir a sua terceira instalação na cidade, no ano passado, com o objetivo de produzir carros elétricos.
Para completar, além das montadoras, fornecedores como Cummins e Valeo também atuam na região, para a criação de motores e sistemas elétricos, entre outros equipamentos.
Apesar de algumas – como a Foxconn – garantirem a continuidade do funcionamento após o feriado prolongado do Ano Novo Lunar, várias empresas que atuam em Wuhan poderão ter seu funcionamento atrasado por mais tempo, devido ao surto de coronavírus. Consequentemente, os impactos devem acontecer diretamente no segmento tecnológico.
Isso vai ocorrer por uma série de fatores. Um deles é o deslocamento dos funcionários durante o período de recesso. Como há um bloqueio na cidade, com interrupção no transporte, ainda não é certo que os trabalhadores poderão retornar ao local dentro do prazo. E quando conseguirem, provavelmente deverão ser colocados em quarentena antes de voltar ao serviço.
O governo chinês havia estendido o período de comemorações até 3 de fevereiro, mas as empresas têm estendido por conta própria a suspensão das atividades – algumas até 9 de fevereiro, outras por tempo indeterminado.
Em uma das gigantes de tecnologia, como a Huawei, alguns materiais já estão em falta, devido às interrupções dos fornecedores na província de Hubei. Já a Hitachi prevê que a cadeira de suprimentos seja afetada em breve.
“O impacto em nossa cadeia de suprimentos parece inevitável.”
Mitsuaki Nishiyama
Diretor financeiro da Hitachi
Uma das esperanças está nas empresas que, desde as sanções impostas pelos Estados Unidos à China ao longo do ano passado, flexibilizaram suas produções em outras áreas. A curto prazo, isso deverá ajudar na diminuição dos prejuízos de fornecimento de componentes para empresas de tecnologia.
Quais impactos futuros no mundo da tecnologia você prevê devido a esta epidemia de coronavírus? Não se esqueça de deixar seu comentário no espaço abaixo.
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