
Tech 25 Mar
26 de março de 2020 8
Neste período de pandemia de coronavírus, surgiu a discussão de que um remédio seria eficiente para recuperar pessoas com a Covid-19: a cloroquina – e sua variante hidroxicloroquina.
Mas várias entidades e profissionais de saúde têm alertado para cuidados no tratamento desse medicamento, até pela falta de comprovações da sua eficácia. A coluna Detetive TudoCelular reuniu informações sobre a substância, para que você entenda mais a respeito dos cuidados que se deve ter antes de se automedicar com ela ou tirar qualquer conclusão precipitada. Confira a seguir:
A cloroquina é uma substância utilizada para o tratamento de malária causada por P. vivax, P. ovale e P. malarie. Ela pode ser usada em conjunto com outras medicações para tratar mais condições, como lúpus eritematoso sistêmico, lúpus discoide, artrite reumatoide, sarcoidose e doenças de fotossensibilidade – causadas pela luz.
O medicamento costuma ser encontrado em farmácias e exige a apresentação de receita médica para ser adquirido.
Segundo explica a infectologista Dra. Keilla Mara Freitas, no site Doctoralia, a cloroquina possui um custo inferior e pode ser encontrado em farmácia popular, além de ser mais eficaz. No entanto, o problema está nos efeitos adversos, os quais podem afetar desde a visão até o canal auditivo.
Por outro lado, a hidroxicloroquina é considerada mais segura para ser usada, apesar de as respostas ao medicamento variar entre cada paciente.
“Existem diferenças, mas não muito significativas. Posso pontuar duas delas: primeiramente, a cloroquina tem um custo mais baixo – é o remédio distribuído pela farmácia popular – e é mais eficaz. A outra consiste nos efeitos adversos; a cloroquina deposita-se em muitos tecidos do corpo, entre os quais o olho e o canal auditivo. São, portanto, efeitos colaterais da cloroquina quando em uso prolongado alterações de visão e audição. Essas, entretanto, não são alterações exorbitantes e desaparecem com a suspensão da medicação.
A hidroxicloroquina pode ser considerada então um pouco mais segura, mas mesmo isso vária entre pacientes, visto que suas respostas aos medicamentos podem ser diferentes. Para o tratamento da malária, como não são necessárias muitas doses, prefere-se a cloroquina, já que age com maior rapidez e eficácia, além de ser mais barata.”
Dra. Keilla Mara Freitas
Infectologista
A ligação da cloroquina em pacientes infectados com o coronavírus foi revelada desde um pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no qual pedia para a FDA – agência encarregada de liberar remédios no país – acelerar o processo de autorização do uso dessa substância no tratamento da Covid-19.
O chefe de Executivo dos EUA fez a afirmação mesmo sem haver qualquer levantamento que trouxesse resultados conclusivos sobre o caso. Apesar disso, o remédio passou a ter uma enorme demanda nas farmácias norte-americanas, o que fez gerar falta de estoque a muitas pessoas necessitadas.
Posteriormente, foi a vez de o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, seguir Trump e mencionar o medicamento como uma saída para tratar os pacientes com a doença – ainda sem nenhum estudo para confirmar a sua eficácia.
Após isso, especialistas e entidades no mundo passaram a realizar pesquisas para ver quais eram os efeitos da substância. Uma das hipóteses é que o remédio impeça o vírus de aumentar a sua reprodução dentro do núcleo celular do indivíduo.
Apesar de ainda estar em experimentos e estudos, o Ministério da Saúde anunciou em coletiva desta quarta-feira (25) que utilizará o remédio para pacientes hospitalizados com a Covid-19. A iniciativa será feita em parceria com os hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e HCor, além da companhia BRICNet.
De acordo com o diretor de pesquisas clínicas do Hospital Israelita Albert Einstein, Otávio Berwanger, em entrevista ao UOL, os resultados ainda sairão no país apenas em até dois meses.
Além disso, as novas informações indicam que aproximadamente mil pessoas receberão doses da medicação. Os testes serão divididos em três fases. A primeira consistirá na aplicação de hidroxicloroquina com azitromicina em 600 pacientes com sintomas como tosse constante, febre e falta de ar leve; e só hidroxicloroquina em outros 200.
Já a segunda, contará com 440 pacientes de maior gravidade – os que estão na UTI. Esta etapa também terá dois grupos, conforme os medicamentos dados. Por último, 284 pacientes com insuficiência respiratória grave, que precisam de respiradores. Neste caso, será fornecida dose de dexametasona.
Após a fala do presidente norte-americano, Donald Trump, um homem se desesperou ao ver sobre o medicamento na TV e resolveu correr para comprar. Contudo, enganou-se na hora de adquirir o produto e tomou fosfato de cloroquina, um aditivo para limpeza de aquários.
De acordo com sua esposa, bastou passar 20 minutos para o início das reações, as quais o fizeram ir a um hospital – onde faleceu na sala de emergência. O caso acende um alerta sobre a falta de conhecimento na hora de pegar o produto.
Entre os cuidados que se deve ter com a administração da cloquina, estão as reações adversas possíveis de se causar com o medicamento. De acordo com o site BulasMed, são seis efeitos colaterais em um âmbito genérico, com outros dez mais severos em situações mais raras. Confira a seguir:
“As reações adversas incluem cefaléia, vômitos, prurido, diarreia, urticária, erupções purpúricas na pele. Efeitos mais severos incluem raros episódios psicóticos, convulsões, hipertensão e colapso cardiovascular, depressão, arritmias, choque, distúrbios visuais, mudanças no ECG, visão dupla.”
BulasMed
Uma nova pesquisa conduzida na China com pacientes que têm a Covid-19 não observou qualquer diferença significativa no tratamento com hidroxicloroquina em comparação a quem fez o método tradicional.
Ao todo, foram 30 enfermos que participaram do estudo. 15 receberam o remédio contra malária, dos quais 13 tiveram resultado negativo após uma semana de tratamento. Os outros 15 não tomaram essa medicação – trataram-se com repouso, inalação de oxigênio e medicamentos antivirais sugeridos na China e antibióticos –, e 14 deles não tinham mais o patógeno depois dos sete dias.
Dadas as informações já abordadas, as recomendações da OMS e da Anvisa são para não usar o remédio para o tratamento de Covid-19, enquanto as pesquisas não indicam a eficácia real do medicamento na administração para esses pacientes. Apesar disso, as entidades seguem com testes para saber mais a respeito dessas substâncias para tratar a doença transmitida pelo coronavírus.
Além da falta de informações conclusivas, outros dois motivos se destacam nesses cuidados: evitar ter algum tipo de reação adversa indesejável; e impedir que haja falta da cloroquina para quem realmente precisa desse medicamento, como portadores de malária, lúpus e artrite reumatoide.
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