Segurança 26 Mai
A corrida para o desenvolvimento e uma vacina eficaz contra o novo coronavírus e com o menor número possível de reações negativas continua à mil, conforme o número de países com mais pessoas afetadas aumenta. Hoje já são quatro países que ultrapassam a faixa de 30 mil mortos, sendo que o primeiro, os Estados Unidos, já atingiu mais de 105 mil mortos, com mais de 1,8 milhões de infectados.
No mundo todo, a soma já ultrapassa 370 mil mortes e mais de 6 milhões de infectados. Com isso, mais empresas dedicam suas produções e pesquisas ao desenvolvimento de um antídoto eficaz no combate à doença. É o caso do cientista e empresário sul-africano Patrick Soon-Shiong.
O empresário é conhecido no mundo farmacêutico por ser o responsável pela criação da medicação Abraxane, que é utilizado e muito eficaz no tratamento de pessoas com câncer de pulmão, mama e pâncreas.
O bilionário divulgou que trabalha na pesquisa de uma vacina para a COVID-19, que está em desenvolvimento em duas de suas empresas, e que já tem a confirmação do governo norte-americano de que será avaliada na operação Warp Seed, projeto que tem como objetivo diminuir o tempo para desenvolvimento de imunização.
Entretanto, a HHS – Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos – divulgou uma lista com cinco candidatos para desenvolvimento de vacinas que receberam estímulo financeiro para suas pesquisas e, no entanto, a vacina de Soon-Shiong não está inclusa nela. O empresário informou que, de fato, desconhece qualquer tipo de ajuda financeira, mas garante que, apesar disso, a Warp Seed já organiza os testes com macacos em um laboratório federal.
A vacina em desenvolvimento pelas empresas do bilionário utiliza um adenovírus chamado Ad5, que é capaz de desencadear a produção de anticorpos no organismo capaz de combater a doença, além de poder criar outras respostas imunes.
Porém o Ad5 já se espalhou amplamente por muitas populações, o que pode o tornar ineficaz, pois assim que entra no organismo ele já é eliminado pelo sistema imunológico e pelos anticorpos, caso as pessoas já tenham imunidade a ele.
Uma solução para isso foi criada por uma subsidiária da ImmunityBio, que modificou as propriedades do Ad5 para excluir alguns genes comuns na tentativa de torná-lo menos visível para o sistema imunológico.
Mas a preocupação dos cientistas é em relação a um projeto de vacina de 2007 para combate ao HIV. Na ocasião, a droga falhou após o uso do Ad5 e pessoas que receberam a solução com ele se infectaram mais do que um grupo de controle, que recebeu injeções de placebo.
Soon-Shiong garante que a versão modificada do composto que é utilizada em seu projeto não causará esse problema, apesar de não ter publicado nenhuma evidência sobre isso para suportar sua tese.
O empresário espera obter auxílio da HHS nas próximas fases e, com isso, desenvolver mais de um bilhão de doses de vacina até o fim de 2021.
Até o momento, uma das vacinas mais promissoras no combate à COVID-19 está em fase de testes e é desenvolvido por uma empresa britânica. Enquanto isso, a vacina criada pela empresa norte-americana Novavax começou a ser testada na Austrália.
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