23 Dezembro 2021
Após mais de dez anos de estudos, cientistas da Universidade Monash, na Austrália, estão quase prontos para realizar o primeiro implante de olho biônico em humanos do mundo. O procedimento se baseará na introdução um dispositivo no cérebro, que será capaz de restaurar a visão de pessoas com deficiência visual.
A equipe de pesquisadores de Monash divulgaram ontem, 14 de setembro, que após longos meses de experimentos realizados em animais, o procedimento já caminha para possíveis testes clínicos em humanos.
O dispositivo, que recebeu o nome de Gennaris, poderá auxiliar os pacientes com nervos ópticos comprometidos, diagnóstico que impede que a retina transmita os sinais captados ao cérebro e, consequentemente, leva a quadros de cegueira.
Para isso, a tecnologia utiliza um capacete que, equipado com uma câmera, enviará os dados para uma unidade de processamento que, por sua vez, interpretará as informações obtidas e transmitirá a circuitos complexos instalados no cérebro do paciente por uma conexão sem fio. Os dados da imagem são convertidos, pelo dispositivo, em impulsos elétricos, que serão passados aos neurônios por microelétrodos da espessura de fios de cabelo.
A equipe explicou que os primeiros testes do Gennaris foram realizados em ovelhas durante nove meses. Eles relatam que foram introduzidos dez circuitos nos cérebros dos animais e, após mais de 2.700 horas de simulação, não foi detectado nenhum efeito colateral ou danos à saúde delas.
“Os resultados do estudo indicam que a estimulação de longo prazo através de matrizes sem fio pode ser obtida sem indução de danos generalizados aos tecidos, nem problemas de comportamento ou convulsões visíveis resultantes da estimulação,” explicou um dos cientistas responsáveis pelo projeto, o professor Jeffrey Rosenfeld.
Agora, embora ainda haja um longo caminho de estudos pela frente, os pesquisadores da Universidade de Monash esperam por um financiamento suplementar que permitirá uma produção em alta escala dos dispositivos do projeto Gennaris.
Em outro avanço similar da tecnologia, cientistas de Hong Kong desenvolveram um olho artificial que pode ser alimentado por luz solar e também ajudar em implantes oculares.
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