Tech 19 Abr
Uma descoberta importante pode dar novas visões a equipe de desenvolvimento de vacinas que sejam eficazes contra o novo coronavírus. Um estudo realizado pela Duke University, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e liderada pelo médico e professor brasileiro Miguel Nicolelis, revelou que as regiões que tiveram um grande número de casos de dengue durante os anos de 2019 e 2020 são aquelas que apresentaram menos número de infectados pelo novo coronavírus.
Com isso, Nicodelis acredita que as pessoas que foram, no passado, infectadas pelo mosquito da dengue podem apresentar algum tipo de imunidade contra a COVID-19. “Esta descoberta surpreendente levanta a possibilidade intrigante de uma reatividade imunológica cruzada entre os sorotipos de Flavivírus da dengue e o SARS-CoV-2”, diz o estudo.
Nicodelis destacou, ainda, em entrevista à Reuters, que essa descoberta pode ser interessante pois, em estudos anteriores, as pessoas que possuem anticorpos da dengue no sangue apresentaram resultados falso-positivo para a COVID-19, mesmo que nunca tenham sido infectados pelo SARS-CoV-2, o vírus causador da doença, que hoje atinge números maiores de contaminados nos Estados Unidos, Índia e Brasil.
Outro ponto importante do estudo é que ele levanta a possibilidade de quem uma vacina que seja comprovadamente eficaz contra a dengue pode apresentar algum tipo de imunidade contra o novo coronavírus.
“Se comprovada como correta, essa hipótese pode significar que a infecção por dengue ou a imunização com uma vacina eficaz e segura contra a dengue poderia produzir algum nível de proteção imunológica contra o coronavírus”, diz Miguel Nicodelis sobre seu estudo realizado na Duke University.
É importante destacar, no entanto, que a pesquisa de Nicodelis ainda não foi revisada por seus pares acadêmicos e, portanto, ainda não foi validada. Ela ainda passará por essa revisão para, enfim, ser publicada oficialmente em uma revista científica.
Além de analisar os dados de surtos da dengue e coronavírus em estados brasileiros, o estudo também se baseou na disseminação de ambas em outros países da América Latina e na Ásia, bem como, também, em ilhas no Oceano Pacífico e Índico.
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