Economia e mercado 28 Set
A ARM tem ganhado bastante espaço na mídia nos últimos tempos, não apenas pelo crescimento vertiginoso, que levou a companhia a ser comprada pela Nvidia no maior negócio já feito no mundo dos semicondutores, como também por suas tecnologias cada vez mais eficientes, como os recém-anunciados núcleos Cortex-A78 e o poderoso Cortex-X1 para smartphones.
Mas o que talvez poucos saibam, ou podem acabar esquecendo, é que a ARM atua nos mais variados segmentos de chips do mercado, abrangendo não apenas celulares, como também supercomputadores, servidores, que receberam ontem o monstruoso chip Neoverse N2, e sistemas autônomos, que acabaram de ganhar uma grande novidade.
Trata-se dos novo ARM Cortex-A78AE, variante do A78 otimizada para os sistemas autônomos, bem como a GPU Mali-G78AE e o processador de sinal de imagem (ISP) Mali-C71AE. Além dos tradicionais ganhos de performance esperados com a nova geração de um chip, o maior destaque desses lançamentos são seus recursos focados na "segurança", com recursos integrados que conferem a integridade de cada cálculo realizado.
Para isso, a ARM sempre oferecia dois modos de processamento. O Split Mode permite que os núcleos da CPU funcionem de maneira independente, sendo desligados de tempos em tempos para realizar checagens de precisão, ideal para aplicações que requerem alto desempenho e baixa quantidade de requerimentos de segurança.
No outro espectro, situações que exigem o máximo de segurança poderiam tirar proveito do Locked Mode, que faz com que os núcleos trabalhem em pares, verificando a precisão uns dos outros em tempo real. Isso no entanto reduzia o desempenho significativamente, considerando que o número de núcleos em ação acabava sendo reduzido pela metade.
Com os lançamentos de hoje, a ARM revela o Hybrid Mode, que combina o melhor de cada um dos antigos modos para aplicações que exigem média segurança. Os núcleos podem funcionar de maneira independente, como no Split Mode, mas cada conjunto de núcleos opera no Lock Mode, garantindo assim a eficiência dos cálculos realizados.
A GPU Mali também ganhou um novo recurso próprio, o flexible partitioning, que permite a separação de núcleos em diferentes funções de acordo com a necessidade. Com isso, recursos como mapas podem ser processados em uma parte da GPU, separados de outros processos mais importantes como monitoramento de pilotagem.
Apesar de originalmente voltada para a indústria automotiva, a linha AE (Automative Enhanced) começa agora a mirar em sistemas autônomos como um todo, incluindo indústrias e mais. Ainda que não seja citada, a compra pela Nvidia também tem influenciado nas decisões da companhia, considerando que ambas as companhias já tem mirado nesse mercado há anos.
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