Curiosidade 13 Ago
Elon Musk é conhecido pelos ambiciosos projetos que produz, como os carros elétricos da Tesla e os programas espaciais desenvolvidos pela SpaceX. Um dos mais famosos, e que pode afetar toda a população mundial, é sua rede Starlink, que utiliza um enorme conjunto de satélites para proporcionar internet banda larga de qualidade a qualquer lugar do planeta.
No entanto, parece que a Starlink é mais robusta do que esperado, e pode ser uma excelente alternativa a um serviço hoje essencial: o GPS. Ao menos é o que indica recente estudo do Laboratório de Radionavegação da Universidade de Texas, em Austin (EUA), financiado pelo exército dos Estados Unidos. O time de pesquisadores, chefiado por Todd Humphreyes e Peter Ianucci, relata que a Starlink pode ser até 10 vezes mais rápida e eficiente que o GPS.
O Global Positioning System, ou apenas GPS, é composto por uma rede de cerca de 30 satélites, que transmite sua data e hora exatas, gerenciadas por um relógio atômico de alta precisão, por meio de ondas de rádio. Com isso, os receptores terrestres, como as antenas dos smartphones, calculam então o tempo levado para que o sinal seja recebido, definindo assim o posicionamento com precisão de metros. Infelizmente, esse sinais são muito fracos, e facilmente sujeitos a interferência.
Em comparação, os satélites da Starlink utilizam um algoritmo muito robusto e pouco comum em produtos para consumidores, capaz de entregar uma precisão de localização na casa dos 70 centímetros. Outra gigantesca vantagem da rede de Elon Musk é sua largura de banda, que atinge os 100 Megabits por segundo, bem mais que os 100 bits por segundo do GPS.
É claro que, sendo financiado pelo exército, o estudo também visa uso da tecnologia no setor militar. As vantagens listadas tornariam mais difícil o bloqueio e a interferência do sinal para criar falsas posições. Além disso, devido ao melhor direcionamento das transmissões da Starlink, seria mais fácil captar dados do satélite do que de um Jammer, por exemplo.
Ainda assim, como muita tecnologias militares, o sistema de posicionamento através da rede de Elon Musk também chegaria ao consumidor comum. Segundo Humphreyes e Ianucci, o serviço poderia fornecer navegação contínua a 99,8% da população mundial, usando menos de 1% da capacidade de downlink e menos de 0,5% do poder da Starlink.
No entanto, ainda existem alguns empecilhos impedindo a execução da ideia. A Starlink não operará acima dos 60º de latitude, o que deixaria algumas áreas do planeta descobertas, e uma antena robusta, similar a uma parabólica, é necessária para captar o sinal da rede, impossibilitando seu uso em celulares, por exemplo. De toda forma, levando em consideração as ambições de Musk, é muito provável que um serviço do tipo possa estar ou possa interessar o magnata eventualmente.
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