Tech 03 Dez
O governo de São Paulo adiou em oito dias o envio do resultado dos testes da CoronaVac para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se a previsão inicial era de envio da documentação até a próxima terça-feira (15), a tendência é que o Estado encaminhe a documentação no dia 23 de dezembro. O imunizante é produzido em parceria entre o laboratório chinês Sinovac Biontec e o Instituto Butantan.
Segundo o governador João Dória, houve uma mudança de estratégia para a obtenção da aprovação da agência regulatória. A ideia é enviar os dados completos para, aí som, solicitar o registro definitivo da vacina. O pedido na Anvisa será feito de forma simultânea com a apresentação do estudo conclusivo.
Além da Anvisa, a ideia é levar o resultado do estudo à NMPA (National Medical Products Administration), órgão chinês que cumpre o mesmo papel da Anvisa, de regulação de medicamentos, na China.
Os testes com a CoronaVac estão na terceira fase, e neste momento conta com 170 voluntários contaminados, e a ideia é que o estudo meça a taxa de eficiência da vacina comparada à administração de placebos. A Anvisa recomenda taxa mínima de 50% como parâmetro de proteção. Para que a vacina se torne uma realidade, é necessário que o Butantan envie um relatório que aprove o uso do imunizante.
O instituto iniciou o envase da vacina a partir da matéria-prima que chegou da China na última quarta-feira, 9 de dezembro, e trabalhará 24 horas no dia. Segundo o governo estadual paulista, 12 estados formalizaram a solicitação para compra da CoronaVac: Acre, Pará, Maranhão, Roraima, Piauí, Mato Grosso Sul, Espirito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Sul, além de São Paulo.
Segundo o governo de SP, há capacidade para fornecer 4 milhões das 46 milhões de doses para vacinar profissionais da área de saúde de outras regiões do país. Na última semana, foi divulgado um plano de vacinação com a CoronaVac, previsto para iniciar no dia 25 de janeiro de 2021, com a primeira fase voltada ao grupo prioritário, que conta com pessoas com idade acima de 60 anos e dividida em cinco etapas, com previsão de imunizar 9 milhões de pessoas.
Vale destacar que todo esse processo de vacinação acontece enquanto o governo de São Paulo e o Federal acirram a rivalidade em busca do primeiro a obter a vacina. Houve, em outubro, um anúncio por parte do Ministério da Saúde de compra da CoronaVac, que foi desautorizada pelo Palácio do Planalto menos de 24 horas depois. Posteriormente houve uma sucessão de ataques de parte a parte, e a estratégia do governo paulista foi seguir paralelamente ao governo federal.
Estudo feito com 743 pacientes apontou que a CoronaVac mostrou segurança e resposta imune satisfatória durante as fases 1 e 2 de testes.
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