Tech 11 Mar
Um grupo de pesquisadores de diversas localidades do mundo, incluindo África do Sul, Inglaterra, Itália e Austrália, descobriram duas novas radiogaláxias gigantes com o telescópio sul-africano MeerKAT. Ambos os conglomerados estão localizados a bilhões de anos-luz da Terra e levam o nome de radiogaláxias por conta dos feixes ou jatos de radiação luminosa que emitem.
A emissão de luz de rádio acontece por conta da interação entre partículas carregadas de energia e campos de concentração magnética, ligados à existência de buracos negros massivos encontrados no centro dessas galáxias.
Geralmente muito maiores que a maior parte das galáxias presentes no Universo, as radiogaláxias são consideradas bastante raras. Até hoje, apenas 800 foram encontradas pelos cientistas. Em contrapartida, somente a Agência Científica da Austrália conseguiu mapear 3 milhões de galáxias em atlas 360º do Universo.
A descoberta das radiogaláxias gigantes dá mais pistas sobre como galáxias surgem e se desenvolvem ao longo da história cósmica. A existência foi notada a partir de rastros de enormes jatos de luz de rádio. Com a descoberta dupla, os pesquisadores acreditam que uma grande população de radiogaláxias gigantes, muito extensas e já fracas, deve existir no Universo.
Tal perspectiva pode ajudar a ciência a entender quão velhas as radiogaláxias são, como elas se tornaram tão grandes e quais os danos que buracos negros supermassivos podem causar em sua composição.
Supõe-se que o tamanho está diretamente relacionado à idade, ou seja, as maiores radiogaláxias também são mais velhas, o que garante o crescimento de seus jatos de radiação. Esses feixes de luz de rádio podem inclusive influenciar a formação de estrelas, caso todo o gás seja liberado, novos corpos estelares não poderão ser formados.
De todo modo, os cientistas suspeitam que muito mais radiogaláxias gigantes existam. O fato de que poucas delas foram descobertas, em comparação com as milhões de galáxias já conhecidas, ainda é um mistério.
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